Tesouro Direto: Taxas de títulos públicos recuam nesta quinta-feira

SÃO PAULO – Com investidores repercutindo a reabertura de economias afetadas pelo coronavírus ao redor do mundo e de olho nos Estados Unidos, com dados de seguro-desemprego e falas de Donald Trump, as taxas dos títulos públicos negociados via Tesouro Direto ampliaram as quedas na tarde desta quinta-feira (16).

Entre os títulos com retorno prefixado, o papel com vencimento em 2026 pagava 6,62% ao ano, ante 6,77% a.a. na tarde de quarta-feira (15). Já o Tesouro Prefixado com juros semestrais e prazo em 2031 oferecia um prêmio anual de 7,36%, ante 7,55% ao ano anteriormente.

Nos papéis indexados à inflação, o juro do Tesouro IPCA+2026 cedia de 3,15% para 3,07% ao ano, enquanto o Tesouro IPCA+ com juros semestrais e prazo em 2055 pagava 4,33% ao ano, ante 4,50% a.a. ontem.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos ofertados nesta quinta-feira (16):

Fonte: Tesouro Direto

Noticiário

De acordo com o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, foram registrados 5,2 milhões de pedidos de auxílio-desemprego no país na semana passada, resultado levemente abaixo da mediana da expectativa dos economistas consultados pela Bloomberg, que apontava para um aumento a 5,5 milhões de pedidos.

Em meio ao coronavírus, que supera os 636 mil casos na maior economia do mundo, o presidente Donald Trump afirmou que irá revelar hoje diretrizes para relaxar as regras de isolamento nos EUA, citando dados que mostrariam que o surto está encontrando um platô em partes do país.

Na Europa, investidores reagem positivamente aos relaxamento dos lockdowns, com a Alemanha anunciando que estabelecimentos comerciais de menor porte poderão reabrir a partir do dia 20 de abril, se implementarem medidas de higiene adequadas. Já as escolas devem voltar a funcionar no dia 4 de maio.

Por aqui, o presidente Jair Bolsonaro informou nesta tarde a demissão de Luiz Henrique Mandetta do comando do Ministério da Saúde. O movimento era aguardado desde a semana passada e foi confirmado em uma reunião convocada às pressas pelo presidente.

Ontem, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que estados e municípios podem tomar as medidas que acharem necessárias para combater o coronavírus, como isolamento social, fechamento do comércio e outras restrições. Com a decisão, os governadores e prefeitos também poderão definir os serviços essenciais que podem funcionar durante o período da pandemia.

Para auxiliar os setores empresariais mais atingidos pelos efeitos da epidemia do coronavírus, caso de empresas de energia, varejo, companhias aéreas e da cadeia automotiva, bancos como Banco do Brasil, Itaú Unibanco e Santander, preparam um pacote de socorro.

Também no radar, o Senado aprovou em primeiro turno o texto-base da PEC do “Orçamento de Guerra”, que visa facilitar o aumento de gastos pelo governo federal para enfrentar a Covid-19 e amplia a caixa de ferramentas do Banco Central. A votação em segundo turno será nesta sexta-feira (17).

A PEC, entretanto, terá que voltar à Câmara, onde havia sido aprovada no início do mês, porque senadores alteraram o texto para restringir a possibilidade de o Banco Central comprar títulos privados.

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Fundos DI: entenda como funcionam e se são a melhor opção para os seus objetivos financeiros

Fundos DI

Os fundos DI são velhos conhecidos dos brasileiros: todos os bancos e corretoras oferecem pelo menos uma opção deles aos investidores. Normalmente, a promessa é de que eles proporcionam uma rentabilidade melhor que a da poupança.

Mas será que isso é suficiente para quem quer ver as economias crescerem e se multiplicarem?

Se você mantém investimentos em fundos DI, esse guia é para você. E se faz isso “no automático”, precisa começar a ler o guia agora mesmo. Conheça todos os detalhes dos fundos DI abaixo:

1. O que são Fundos DI?
2. Como funcionam
3. Vantagens e Desvantagens
4. Quando vale a pena investir?
5. Como investir; passo a passo

O que são Fundos DI?

Os fundos DI estão entre os mais populares do mercado, especialmente entre investidores que buscam uma opção para formar uma reserva de emergência. Eles estão incluídos na categoria de fundos de renda fixa, como são classificadas as carteiras que tenham pelo menos 80% do patrimônio aplicado em ativos vinculados à variação da taxa de juros, de índices de preço, ou as duas coisas.

A principal característica dos fundos DI é o seu objetivo: acompanhar a taxa do CDI, seu índice de referência. Os CDIs – ou Certificados de Depósito Interbancário – representam empréstimos de curtíssimo prazo realizados pelos bancos a outros bancos. A taxa do CDI é a média dos juros cobrados nessas operações, calculada pela B3, onde os negócios são registrados.

Para conseguir cumprir essa promessa, os gestores de fundos DI investem principalmente em títulos de renda fixa pós-fixados, indexados à Selic ou ao CDI, que acompanham a variação dos juros brasileiros.

Não há uma categoria única para concentrar todos os fundos DI na classificação criada pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Eles estão espalhados por diferentes subdivisões dos fundos de renda fixa.

Alguns fundos DI disponíveis para os pequenos investidores são classificados, por exemplo, na categoria de “fundos simples”. Essas carteiras devem manter 95% do patrimônio aplicado em títulos públicos federais ou papéis de instituições financeiras com risco de crédito equivalente ao do governo.

Também podem fazer operações compromissadas com títulos públicos federais (acordo, bastante comum, em que uma instituição financeira vende títulos ao investidor com o compromisso de recomprá-los em um determinado prazo e por um determinado preço). São fundos tão básicos que alguns gestores não cobram taxa de administração.

Há também fundos DI enquadrados em outras categorias, como “renda fixa duração baixa grau de investimento”. Essas carteiras devem investir pelo menos 80% da carteira em títulos públicos federais ou ativos com baixo risco de crédito, com prazo médio de vencimento em até 21 dias úteis. E por aí vai.

Como funcionam os Fundos DI

Embora esteja entre as aplicações mais simples e comuns do mercado, o funcionamento básico de um fundo DI ainda é desconhecido por muitos investidores. Essas carteiras têm características específicas de rentabilidade, liquidez e tributação que devem ser dominadas por quem tem a intenção de aplicar. Confira os detalhes:

Rentabilidade

A rentabilidade dos fundos DI busca acompanhar o desempenho da taxa do CDI. Normalmente, fica um pouco abaixo do indicador, já que alguns custos são descontados do resultado (leia mais sobre taxa de administração a seguir).

O retorno dos fundos DI se aproxima da remuneração de outros produtos de renda fixa, como os CDBs. Mas, do ponto de vista operacional, eles apresentam uma diferença bastante marcante em relação a outra aplicação muito comum entre os brasileiros: a poupança.

Diferentemente da caderneta, que tem rentabilidade mensal, os fundos DI têm rentabilidade diária. Isso significa que todos os dias os administradores calculam quanto as aplicações da carteira renderam e creditam o valor no patrimônio. Mesmo que o investidor aplique e decida sacar o dinheiro no dia seguinte, receberá a remuneração equivalente ao (curto) período em que manteve o investimento.

Na poupança, a rentabilidade só é creditada a cada mês, na “data de aniversário” da aplicação. Uma aplicação feita hoje e resgatada amanhã não recebe nenhuma remuneração.

Para acompanhar o histórico de desempenho de um fundo DI, basta buscar pela carteira nos sites da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e da Anbima. Alguns documentos publicados pelos gestores e administradores também trazem esses dados – como a lâmina de informações essenciais.

Liquidez

Um dos atrativos dos fundos DI é o fato de que, em geral, eles oferecem liquidez diária – e, muitas vezes, imediata. Significa que é possível solicitar resgates a qualquer momento, sem sofrer uma perda de valor em função da retirada.

Ao investir em um fundo DI, é importante saber os prazos relacionados aos resgates, para não ser pego de surpresa. No regulamento da carteira, procure informações sobre a data de conversão (quando o cálculo do valor das cotas será feito para o pagamento do resgate) e de pagamento (quando os recursos serão efetivamente disponibilizados ao investidor).

Nos fundos DI, é comum que a data de conversão e de pagamento ocorra em D+1. Nesse caso, o valor das cotas usado como referência para o pagamento do resgate será um dia útil após a data em que o resgate foi pedido. O regulamento também pode prever conversão e resgate em D+0, o que significa que o cálculo e o pagamento ocorrerão no mesmo dia em que a retirada for solicitada.

Uma outra vantagem dos fundos DI é que eles raramente preveem prazo de carência, que é um período mínimo no qual o investidor não pode solicitar o resgate.

Custos

O custo envolvido no investimento em fundos DI é a taxa de administração, que remunera as instituições envolvidas na gestão e na administração da carteira. Esse é um ponto importante para considerar na hora de escolher o investimento, já que as taxas têm um impacto direto sobre o retorno da aplicação. Quanto maior elas forem, menor será a rentabilidade líquida obtida com o investimento.

A taxa de administração incide sobre todo o dinheiro mantido pelo investidor no fundo DI. Ela é divulgada na forma de um percentual anual. A cobrança da taxa de administração, no entanto, é feita diariamente, de maneira proporcional.

Nas épocas em que juros das aplicações financeiras estão muito baixos, a atenção com a taxa de administração precisa ser ainda maior. Com a Selic (taxa básica de juros da economia brasileira) abaixo de 5% ao ano, um fundo com taxa de administração de 2% ao ano terá um retorno líquido real (descontando impostos e inflação) muito próximo de zero.

Tributação

Os fundos DI são tributados assim como os fundos de renda fixa em geral. Incidem dois impostos diferentes: o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e o Imposto de Renda. Mas o IOF é cobrado apenas se o resgate for realizado em menos de 30 dias a partir da aplicação. Nesse caso, a alíquota sobre o rendimento pode variar de 96% a 0%, dependendo do prazo.

O Imposto de Renda, por sua vez, incide sobre a rentabilidade de todos os fundos DI, mantendo ou não a aplicação por muito tempo. Só que o período de permanência na aplicação tem um efeito direto, e é sobre o tamanho da alíquota. Quanto mais tempo o dinheiro permanece investido, menor será a mordida do Leão.

Os fundos DI são divididos em dois grupos, para efeitos de tributação. Os fundos de longo prazo têm a carteira formada por títulos com vencimento médio acima de 365 dias. Já os fundos de curto prazo, como o próprio nome indica, têm papéis com vencimento mais curto – na média, abaixo de 365 dias.

Mas qual é, afinal, a alíquota de Imposto de Renda que incide sobre os fundos DI? Para esse cálculo, é aplicada uma tabela regressiva. A alíquota é maior para as aplicações mantidas por um período mais curto, e menor para que as ficam mais tempo. Nos fundos DI enquadrados como de curto prazo, a tabela regressiva é a seguinte:

Fundos de curto prazo
Até 180 dias de aplicação 22,5%
Acima de 180 dias de aplicação 20%

Já se o fundo DI é enquadrado como de longo prazo, a tabela regressiva é a que segue:

Fundos de longo prazo
Até 180 dias de aplicação 22,5%
De 180 a 360 dias de aplicação 20%
De 361 a 720 dias de aplicação 17,5%
Acima de 720 dias de aplicação 15%

A cobrança de Imposto de Renda nos fundos DI segue um modelo conhecido como “come-cotas”. A tributação acontece semestralmente – e não somente na hora do resgate, como é o caso em outros tipos de aplicações.

No último dia útil dos meses de maio e novembro, os administradores dos fundos calculam quanto os investidores devem de imposto, considerando a menor alíquota de cada categoria (curto ou longo prazo). Essa cobrança leva o nome de come-cotas justamente porque é feita recolhendo cotas do fundo.

Quando o investidor for resgatar os recursos do fundo, é feito um ajuste para verificar quanto Imposto de Renda ainda é preciso pagar. Imagine que o saque seja feito em menos de um ano, período que pressupõe uma alíquota de 20% de Imposto de Renda. Como o come-cotas é recolhido pela menor alíquota (de 15%), o investidor ainda teria de acertar essa diferença.

Vantagens e Desvantagens

Para os investidores individuais, os fundos DI são opções que embutem algumas vantagens. Uma delas é o baixo risco. Como são formadas basicamente por papéis pós-fixados emitidos pelo governo ou por grandes bancos e empresas, essas carteiras são consideradas seguras em termos de risco de crédito e de mercado.

A possibilidade de resgatar os recursos a qualquer momento sem penalidades também é um ponto a favor dos fundos DI. Por isso, eles costumam ser recomendados para as aplicações que podem ser acionadas no curto prazo – caso da reserva de emergência que todos devem manter para situações inesperadas. Recursos dessa natureza devem estar disponíveis com facilidade.

Além disso, os fundos DI também exigem normalmente investimentos baixos, a partir de R$ 100 ou R$ 200. Assim, são opções viáveis para quem consegue poupar um pouquinho por mês, por exemplo.

A contrapartida disso é a rentabilidade. O retorno proporcionado pelos fundos DI costuma ser baixo porque, em geral, eles não têm uma gestão ativa. O objetivo dessas carteiras é meramente seguir o desempenho da taxa do CDI, que há alguns anos está em queda. Fora isso, as taxas de administração abocanham parte dos ganhos. Taxas maiores do que 1% ao ano são consideradas elevadas demais para o tipo de gestão oferecida pelos fundos.

Quando vale a pena investir em Fundos DI?

Os fundos DI são considerados opções de investimento conservadoras. Como boa parte dos papéis que compõem a sua carteira são pós-fixados, seguindo as variações dos juros da economia, normalmente não apresentam oscilações bruscas de valor. Além disso, eles oferecem liquidez diária na maioria dos casos, o que facilita a movimentação dos recursos pelos investidores.

Quem quer aplicar a reserva de emergência, por exemplo, pode encontrar uma boa alternativa nos fundos DI. Eles são acessíveis e livres de maiores sobressaltos. Recursos que podem ter de ser resgatados a qualquer momento, em casos de imprevistos, estariam seguros neles.

Já do ponto de vista da rentabilidade, muitos especialistas em investimentos têm recomendado atenção a quem mantém recursos de longo prazo aplicados em fundos DI. Com os juros básicos da economia no menor patamar da história, é cada vez mais difícil encontrar opções que ofereçam um retorno líquido acima da inflação.

Isso é um problema para os investidores porque, ao longo do tempo, a inflação corrói o poder de compra do dinheiro. Se o investidor não conseguir uma rentabilidade que multiplique as aplicações em um ritmo acima da escalada dos preços, a tendência é de que suas economias não sejam suficientes para manter o seu padrão de vida no futuro.

Por isso, além dos fundos DI, os amantes da renda fixa devem considerar a possibilidade de investir também em outros produtos. Alguns CDBs de bancos médios, com prazo de vencimento em poucos anos, muitas vezes oferecem uma remuneração atrativa. Também existem as letras de crédito imobiliário (LCI) e do agronegócio (LCA), produtos de renda fixa isentos de Imposto de Renda. Para quem já está ambientado no mercado financeiro, há ainda as debêntures, papéis de dívida emitidos por empresas. Muitas dessas alternativas incluem vantagens sobre os fundos DI.

Como investir em Fundos DI

Os fundos DI são opções muito simples e conhecidas de investimento. Mas vale a pena ficar atento aos detalhes de cada carteira antes de escolher uma delas para investir, no lugar de outros tipos de aplicações financeiras. Confira um passo a passo:

1. Verifique se fundo DI é a melhor alternativa para seu dinheiro
Para não se arrepender, pergunte-se por que os fundos DI são a melhor opção para seu dinheiro. Considere a perspectiva de rentabilidade, a liquidez e os custos das alternativas que estiverem disponíveis. Pese também fatores como o nível de complexidade dos produtos e o investimento mínimo necessário em cada um.

2. Compare as opções entre bancos e corretoras
Se estiver certo de que são os fundos DI que você quer, comece a fazer uma pesquisa de opções. Verifique a variedade de fundos disponíveis em cada plataforma de investimentos. Procure responder pelo menos essas quatro perguntas sobre cada carteira que avaliar:

  • Qual é o histórico de rentabilidade?
  • Qual é o tamanho da taxa de administração?
  • Qual é o nível de risco dos papéis incluídos na carteira?

3. Escolha o fundo DI
Será muito mais fácil encontrar um bom fundo DI para as suas necessidades de posse dessas informações. Ao escolher um deles, lembre-se de ler com atenção documentos como a lâmina de informações essenciais e o regulamento, prestando atenção especial à seção que explica a política de investimento adotada pelo gestor.

4. Abra uma conta
Escolhido o fundo DI ideal, é hora de investir. Se o fundo for oferecido pelo seu banco, aplique os recursos diretamente. Ou abra uma conta em uma corretora de valores para ter acesso a mais e melhores opções. Isso costuma ser um procedimento simples: você precisará preencher algumas informações e enviar documentos pessoais, como a cópia do RG e do CPF.

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Metade dos fundos imobiliários de shopping do Ifix já suspendeu o pagamento de proventos

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SÃO PAULO – Com um ambiente ainda incerto pela frente e marcado pela ampliação de medidas de isolamento social, fundos imobiliários, em especial os de shopping centers, têm reagido à crise suspendendo o pagamento de dividendos.

Ainda que frustre investidores, a medida é tida como prudente e era prevista por especialistas do mercado, em um contexto de crise como o atual. E não deveria levar os cotistas a se desfazerem de suas cotas exclusivamente por essa razão, afinal, a seleção de um FII não deve levar em consideração apenas os dividendos distribuídos e não deve ter viés de curto prazo.

Levantamento feito pelo InfoMoney com base em dados da Economatica mostra que, dos 108 fundos imobiliários que compõem o Ifix, índice que acompanha o desempenho dos principais FIIs listados na Bolsa, nove já suspenderam o pagamento de proventos por conta do coronavírus.

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Do total de suspensões, uma partiu do fundo de hotéis Hotel Maxinvest e oito de FIIs de shopping centers – Floripa Shopping ( FLRP11 ), General Shopping ( GSFI11 ), Grand Plaza Shopping ( ABCP11 ), Shopping Jardim Sul ( JRDM11 ), Shopping Pátio Higienópolis ( SHPH11 ), Via Parque Shopping ( FVPQ11 ), Votorantim Shopping ( VSHO11 ) e XP Malls ( XPML11 ).Essa parcela responde por metade dos fundos imobiliários de shoppings que fazem parte do Ifix.

O segmento é o terceiro com maior participação no índice, atrás apenas dos de lajes corporativas e fundos de recebíveis imobiliários, com 28 e 20 nomes, respectivamente.

No Shopping Jardim Sul, o BTG Pactual, responsável pela administração do FII, afirma que optou por não distribuir rendimentos mensalmente até ter “maior visibilidade quanto aos impactos no fluxo de caixa”. A depender dos próximos meses, diz o BTG, em fato relevante, o FII poderá fazer uma distribuição única de rendimentos ao fim do semestre.

O mesmo vale para o XP Malls, que optou por não distribuir rendimentos mensalmente neste período, uma vez que há chance de o fundo ter resultados negativos.

Os demais FIIs do setor de shoppings que mantiveram os pagamentos, por sua vez, afirmaram que os dividendos podem ser afetados por conta da crise e alguns, como o HSI Malls, já reduziram o valor dos proventos.

Shoppings: receita será zero, mas custos permanecem

Durante teleconferência realizada pela Eleven Research, na terça-feira (14), o gestor de fundos imobiliários da XP e responsável pela estratégia do XP Malls, Pedro Carraz, explicou que todo lojista de shopping paga três boletos: aluguel pelo espaço, condomínio e fundo de promoção, que é utilizado para atrair o público em datas festivas.

Neste período de crise, Carraz conta que os administradores de shopping têm suspendido o pagamento de aluguel (que será pago em um momento futuro), reduzido o fundo de promoção e cobrado cerca de 80% do valor normal de condomínio, visando reduzir os custos e ajudar os lojistas.

Quanto maior a inadimplência de condomínio, diz, mais os proprietários, como fundos imobiliários e fundos de pensão, terão que aportar a diferença. Segundo o gestor da XP, a inadimplência deve chegar a até 40%, atingindo níveis muito acima dos encontrados em meses normais.

Em outras palavras, além de o fundo não gerar receita durante este período, há chance de ter mais despesa. “Não significa que o business vai morrer, nem que não faça sentido investir com viés de longo prazo”, diz.

Foco no patrimônio e no longo prazo

Independentemente do cenário, especialistas destacam que é preciso evitar olhar apenas para os dividendos antes de investir e que focar no médio e longo prazo pode ajudar os investidores a encontrarem oportunidades em meio à crise.

“Mais do que nunca, é importante que o investidor não olhe o dividendo de curto prazo como uma melhor métrica para avaliar se o fundo é bom ou não. O shopping está no meio do furacão, não vai ter dividendos, se não na sua totalidade, quase todos, mas isso não faz dele um ativo ruim. Existe uma razão do porquê ele não terá nenhum tipo de renda durante dois, três meses”, afirmou Ricardo Almendra, CEO da RBR Asset, durante a teleconferência da Eleven.

A avaliação é compartilhada pelo professor do InfoMoney Arthur Vieira de Moraes: “A crise escancara verdades, mas não muda a realidade. Nunca foi recomendado escolher investimentos pelo rendimento, mas pelo patrimônio. Um fundo imobiliário sem rendimento continua tendo patrimônio e é isso que sobra para o cotista, que uma hora vai ver o fundo voltando a gerar rendimento.”

Além de analisar o patrimônio, investir pensando em um horizonte mais longo faz parte da dinâmica do mercado imobiliário.

Raul Grego, analista de fundos imobiliários da Eleven, compara o investimento em FIIs com a compra direta de um imóvel. “O investidor não vai comprar um imóvel hoje, pensando em vender na semana que vem – e o mesmo vale para os fundos imobiliários”, disse, durante a transmissão.

Proventos devem ser pagos no fim do semestre

Moraes explica que os fundos imobiliários devem, por lei, pagar 95% dos lucros no semestre e que estão apenas parando de antecipar os proventos. “A regra é pagar semestralmente, mas, de praxe, alguns pagam por mês, a título de antecipação.”

Ele conta que o gestor costuma buscar prever como será o faturamento do fundo para antecipar o pagamento dos dividendos, tentando fazer com que a distribuição seja uniforme. Com um cenário ainda muito incerto pela frente, a opção tem sido por reter caixa em vez de distribuir erroneamente.

“Os gestores estão segurando a distribuição para não distribuir demais, mas, em junho, vão ter que fazer um ajuste. Ou eles vão distribuir menos que 95% e terão que pagar mais, ou vão perceber que pagaram mais nos últimos cinco meses, e distribuir menos. Isso já acontece em tempos normais”, afirma.

Matéria do InfoMoney mostra que especialistas consideram a suspensão, inclusive, como uma ferramenta prudente para alguns casos, dependendo da situação financeira e de caixa de cada fundo.

Como organizar o portfólio

Quem depende da renda, por outro lado, deve adequar as contas da casa à nova realidade e, se for preciso, fazer uma reavaliação do portfólio, buscando setores menos impactados – análise que se torna ainda mais difícil nos dias atuais.

Moraes conta que investidores que tinham os portfólios muito carregados em fundos de shopping correram para os de agência bancária, que perderam menos. É o caso, por exemplo, do BB Renda Corporativa, que cai 4,9% no ano, ante baixa de 21,2% do Ifix. “Nesse caso, eles estão olhando só para o rendimento, sem olhar o patrimônio, já que esses fundos estão [sendo negociados] acima do valor patrimonial”, diz, sugerindo que as cotas podem estar caras.

Para o investidor que precisa de renda como forma de complementar a aposentadoria, por exemplo, o professor afirma que essa pode ser uma alternativa, mas apenas temporária. “Não dá para mudar para fundo de agência e esquecer que 2023 está aí, e que os contratos vão vencer e os defeitos vão voltar.”

O professor alerta ainda, que ao fazer essa troca, o investidor terá uma perda patrimonial, uma vez que irá vender o fundo de shopping com prejuízo e irá conseguir comprar menos cotas de fundos de agência do que tinha em shopping.

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Ray Dalio diz que investir em títulos públicos agora é “loucura”

(Bloomberg) — Ray Dalio, da Bridgewater Associates, fundador do maior hedge fund do mundo, disse que investidores seriam “loucos” se ficarem com títulos públicos na carteira justo quando bancos centrais imprimem dinheiro para resgatar a economia global.

“Este período, como o período de 1930-45, é um período em que acho que você seria muito louco para ficar com títulos”, disse Dalio na quarta-feira no webcast Bloomberg Invest Talks. “Se você tem um título que não rende juros, ou com juro negativo, e se eles estão produzindo muita moeda e você vai receber isso, por que ficar com esse título?”

Dalio pode não gostar de títulos como investimento, mas disse que acredita que bancos centrais precisam empregar toda a munição monetária possível para compensar o colapso da renda e do consumo resultante da pandemia de coronavírus. Enquanto economistas estão divididos sobre a duração e profundidade da recessão, Dalio vê a questão de maneira diferente: como um “buraco” de US$ 20 trilhões que precisa ser preenchido.

O ouro, juntamente com algumas ações e títulos corporativos de empresas com fortes balanços, são ativos que devem se valorizar no ambiente atual, disse.

O carro-chefe de Dalio, o hedge fund Pure Alpha II, encerrou o primeiro trimestre com perda de cerca de 20%, depois de ter sido pego no lado errado da onda vendedora iniciada no fim de fevereiro como resultado da rápida propagação do coronavírus.

Dalio, que no início deste ano recomendou aos investidores que não perdessem a oportunidade de se beneficiar da alta dos mercados, escreveu em meados de março que a pandemia atingiu a empresa no “pior momento possível”, porque as carteiras da Bridgewater estavam posicionadas para se beneficiar de uma valorização dos mercados. A Bridgewater administra o maior hedge fund do mundo.

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Kapitalo não enxerga oportunidades nas bolsas, tanto do Brasil quanto dos EUA

SÃO PAULO – Após ter registrado alguma recuperação nas últimas semanas – o índice S&P 500 sobe cerca de 10% em abril –, a bolsa americana já não está barata, na avaliação de Carlos Woelz, sócio diretor e gestor da Kapitalo. Ele se mostra cético em relação ao otimismo de parte dos agentes com a retomada de preços dos ativos, dada a injeção cavalar de liquidez em curso pelos bancos centrais.

“Em uma análise histórica, os períodos em que os ativos vão melhor são quando a política monetária está sendo apertada [quando os juros estão em trajetória de alta], porque significa que as condições estão boas”, afirmou Woelz, durante live promovida pela XP Investimentos na manhã desta terça-feira.

O gestor disse também que, caso os preços nas bolsas americanas retomem o patamar pré-crise, os mercados estarão ainda mais caros do que antes. Isso porque a situação fiscal do governo será substancialmente pior, o que provavelmente resultará em aumento de impostos para que as contas sejam minimamente fechadas, reduzindo o nível de lucratividade das empresas, explicou.

Já em relação à Bolsa brasileira, Woelz considera que ela está em níveis bastante deprimidos e até mais barata que os pares americanos, em termos relativos. No entanto, ainda não é o suficiente para despertar grande interesse da gestora, diante da falta de coordenação entre governo e Congresso para endereçar os problemas oriundos da crise.

“Estamos caminhando para um desgoverno do nível da Dilma”, disse o profissional, que teceu críticas à resistência do Planalto em formar coalizões com o Congresso pelo entrave que isso representa na formulação de políticas tidas como eficientes. “Estamos esperando um consenso ser construído para começar a ficar otimistas.”

Mudança no portfólio

A visão cautelosa de Woelz para os ativos representa uma ruptura completa ante a expectativa que ele carregava até pouco tempo atrás.

Em meados de fevereiro, a gestora vinha com um posicionamento bastante construtivo, com quase metade do portfólio em ações globais e locais; tomado em juros, com a perspectiva à época de aperto da política monetária; e comprado em ativos atrelados ao petróleo e no real. “O coronavírus chacoalhou loucamente nossas convicções”, afirmou o gestor.

Agora, os multimercados da Kapitalo mantêm uma pequena fração dos recursos na Bolsa local, concentrando as apostas em estratégias “long and short”. A asset também tem feito posições que podem se beneficiar caso o Federal Reserve, o banco central americano, leve o juro americano para o campo negativo.

“Como o mercado enxerga uma probabilidade baixa de isso acontecer, está muito barato fazer essa aposta e entendemos que vale a pena.” Além disso, a gestora acredita em uma desvalorização do dólar frente a outras moedas fortes de países desenvolvidos. Já contra as divisas emergentes, a Kapitalo prevê um fortalecimento do dólar nas próximas semanas.

Diferença das crises

Na percepção de Woelz, especificamente para os profissionais que trabalham no mercado financeiro, a crise de 2008 foi ainda mais difícil do que a que estamos atravessando por conta do coronavírus.

“Naquela ocasião, houve uma total falta de confiança no sistema financeiro, com grande volume de saques”, disse o gestor, lembrando ainda que na crise do subprime os preços perderam completamente a razoabilidade em relação à qualidade dos ativos, o que, segundo ele, não ocorreu na mesma intensidade em março de 2020.

Por outro lado, em termos econômicos mais amplos, não se limitando apenas ao espectro do mercado, a crise do coronavírus é muito pior, avalia. A inflação em patamares bastante comportados é o que faz Woelz manter alguma dose de esperança, uma vez que abre espaço para a atuação das políticas monetária e fiscal sem impactos imediatos de curto prazo sobre os preços.

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Títulos públicos operam em queda nesta quarta-feira

SÃO PAULO – Em mais um dia pautado pela cautela, com investidores de olho nas notícias sobre o coronavírus ao redor do mundo e repercutindo dados dos Estados Unidos, as taxas de títulos públicos negociados via Tesouro Direto, operam em queda na tarde desta quarta-feira (15).

O Tesouro IPCA+2026 oferecia um prêmio anual de 3,15%, ante 3,32% a.a. na tarde de terça-feira (14), enquanto o juro do papel com juros semestrais e prazo em 2030 cedia de 3,75% para 3,64% ao ano.

Nos papéis com retorno prefixado, o título com vencimento em 2026 pagava 6,77%, ante 6,89% ao ano ontem, enquanto o retorno do Tesouro Prefixado com juros semestrais e vencimento em 2031 cedia de 7,72% para 7,55% ao ano.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos ofertados nesta quarta-feira (15):

Fonte: Tesouro Direto

Noticiário

Entre os destaques do dia, investidores monitoraram a divulgação dos balanços do primeiro trimestre do Bank of America, Goldman Sachs e Citigroup, bem como a publicação de indicadores como as vendas do varejo em março, o índice Empire State da manufatura no Estado de Nova York e, na parte da tarde, o Livro Bege, pelo Federal Reserve.

No varejo, os EUA registraram retração de 4,5% nas vendas em março, queda maior que a esperada pelo mercado, de 2,50%. Já o indicador Empire State Manufacturing registrou baixa de -78,2 em abril, ante estimativa de -35.

A produção industrial da maior economia do mundo também decepcionou, com contração de 5,4% em março, ante expectativa mediana de queda de 4%. No mês anterior a produção havia crescido 0,5%. A utilização de capacidade instalada, por sua vez, caiu de 77% para 72,7% no mês passado.

Ainda no cenário externo, pesou sobre os mercados a previsão feita pela Agência Internacional de Energia (AIE) de queda recorde na demanda do petróleo por conta do coronavírus. Por volta das 17h, o preço do barril do Brent caía 5%, a US$ 28,11.

A medida do Banco do Povo da China, que reduziu hoje a taxa de empréstimos interbancários de 3,15% para 2,95% ao ano, também foi interpretada negativamente pelo mercado, que vê como um sinal de que a economia chinesa precisará de mais estímulos para se recuperar totalmente da pandemia.

Por aqui, na esteira de medidas para minimizar os impactos do coronavírus sobre a economia, a votação da PEC do “Orçamento de Guerra“, em primeiro turno no Senado, ainda está prevista para hoje.

Outro assunto no radar foi a aprovação no plenário da Câmara dos Deputados da Medida Provisória 905/19, que cria o contrato de trabalho Verde e Amarelo. O texto prevê, entre outros pontos, o incentivo para o primeiro emprego, com a redução de encargos trabalhistas, e considera acidente de trabalho no percurso casa-emprego somente se ocorrer no transporte do empregador. A medida precisa ser analisada ainda pelo Senado e perde a vigência no próximo dia 20.

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Ceticismo de investidores com relação a desempenho de ações brasileiras em 2020 aumenta, mostra BofA

SÃO PAULO – Com estimativas cada vez menores para o desempenho da economia brasileira em 2020 e com a forte volatilidade dos ativos de renda variável em meio ao coronavírus, investidores estão com expectativas mais contidas para o comportamento das ações brasileiras neste ano. É o que mostra a pesquisa “Latam Fund Manager”, elaborada pelo Bank of America com gestores de recursos e feita entre os dias 3 e 9 deste mês.

De acordo com o levantamento, apenas 43% dos participantes acreditam que as ações brasileiras terão uma boa performance nos próximos seis meses. Em março, o percentual era de 56%, enquanto, em janeiro, mais de 80% dos entrevistados estavam otimistas com a Bolsa.

Após queda da ordem de 30% do Ibovespa no último mês, metade dos entrevistados vê o principal benchmark da Bolsa brasileira negociando entre 80 mil e 95 mil pontos em dezembro. A pontuação, que no mês anterior só era estimada por 7% dos entrevistados, implicaria valorização de até 17,3% em relação ao patamar atual.

Além disso, diferentemente de março, nenhum gestor vê o Ibovespa negociando acima dos 110 mil pontos.

Sob o impacto da Covid-19, a atividade brasileira deve ter contração de 3% a 4% em 2020, segundo 50% dos entrevistados da pesquisa. Com relação à Selic, 87% dos entrevistados esperam novos cortes pelo Banco Central.

Entre os principais fatores que podem trazer o crescimento de volta para o Brasil, a maior parte dos entrevistados destaca a melhora do cenário externo. Na sequência, aparece o retorno do investimento privado.

América Latina

Apesar de perspectivas mais baixas para as ações brasileiras, na América Latina como grupo, os gestores se dizem mais propícios a aumentar a fatia de risco. Segundo a pesquisa do banco americano, 46% pretendem aumentar a alocação em ações, acima dos 29% em março.

A maior parte dos investidores possui posição “overweight” (acima da média) em consumo discricionário e utilities. Financeiras e bens de consumo aparecem na sequência.

Questionados sobre a recuperação das economias da América Latina, 60% dizem acreditar que será lenta ou não acontecerá no curto prazo. Assim como na pesquisa global, a maior parte dos entrevistados (73%) espera uma recuperação em tendência de “U”.

Divulgada mensalmente, a pesquisa com foco na América Latina do BofA consultou na edição de abril 30 gestores, com um total de US$ 60 bilhões em recursos sob gestão.

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Gestores de fundos multimercado começam a migrar apostas para Bolsa americana

SÃO PAULO – A queda da ordem de 32% da Bolsa neste ano tem despertado, desde o início da crise gerada pela pandemia do coronavírus, dúvidas de investidores com relação ao que fazer com os investimentos. Sacar os recursos do mercado de ações, em meio a incertezas cada vez maiores e de expectativas gradualmente piores para o desempenho da economia global, em especial a brasileira? Ou aproveitar a forte baixa de preços para recompor o portfólio, de olho em uma retomada no longo prazo?

Por ora, grandes gestores de recursos têm sinalizado cautela com suas decisões no mercado brasileiro. Quem tem caixa tem buscado as distorções de preços para comprar ações que já faziam parte de suas estratégias ou promover pequenas realocações. O foco está em companhias com negócios mais resilientes, baixo endividamento e gestão alinhada.

As maiores incertezas sobre o Brasil e os impactos mais profundos a serem sentidos na economia local impedem, contudo, posições arrojadas no mercado acionário, no momento. E as preferências se voltam para outra praça: a americana. (leia mais nesta matéria)

Diante da expectativa de uma retomada mais rápida da economia (e do mercado) na crise e com maior oferta de ações para a diversificação no novo contexto, a alocação em empresas de Wall Street tem ganhado espaço nas carteiras de grandes gestores de fundos multimercado, principalmente as do setor tecnológico, beneficiadas pelas mudanças em curso.

A Verde Asset, por exemplo, adotou, a partir do início da crise, uma estratégia de aumentar gradualmente as posições do renomado fundo Verde em ações com foco no mercado americano, tido como o mais resiliente e com possibilidade de retomada anterior a de outros países.

Em março, a Verde informou que seu fundo mantinha por volta de 20% do portfólio em ações no Brasil, mesmo percentual da exposição em ações globais.

Neste mês, a gestora reforçou que, com uma ampla gama de nomes de empresas de tecnologia à disposição, o mercado acionário americano representa hoje a melhor oportunidade para tirar proveito do ciclo de recuperação previsto. “O mercado já precificou uma brutal queda de lucratividade das empresas”, escreveram os gestores do fundo, aos cotistas.

Em meio à pandemia, as grandes empresas americanas de tecnologia despontam entre as maiores beneficiárias das mudanças de hábito estruturais geradas pelo confinamento, assinalou a Verde.

Ajustes na parcela de risco

Nos fundos multimercado da Bahia Asset, a opção para março foi trocar parte da carteira direcional comprada em bolsa no Brasil para o mercado acionário americano. A expectativa é de que as empresas do S&P 500 consigam reagir primeiramente à retomada no pós-crise.

“Ao longo do mês, seguimos implementando sucessivas reduções de risco e dando continuidade aos movimentos que vínhamos fazendo desde janeiro, diminuindo nossa exposição bruta e líquida comprada e ajustando a carteira para essa relevante mudança de cenário”, disse a gestora, em carta aos investidores.

A Legacy Capital também informou estar, “de forma paciente e cuidadosa”, aumentando progressivamente as posições compradas em ações americanas. “Por suas características de adaptabilidade, robustez e dinâmica, enxergamos a economia dos Estados Unidos como sendo a mais apta a recuperar-se com rapidez após este episódio”, diz a gestora, em sua carta mais recente aos investidores.

Na avaliação da casa, o Brasil está em uma posição particularmente frágil, diante de uma economia que já crescia a um ritmo lento antes da epidemia de coronavírus e com a expectativa de aumento da dívida pública no novo contexto.

Com um discurso de cautela e à espera de uma contração de 5% do Brasil em 2020, a SPX não tem alocações direcionais relevantes na Bolsa local. Já no mercado acionário internacional, a gestora está priorizando setores e empresas mais resilientes.

A casa tem posições compradas nos setores de consumo básico, saúde, tecnologia e em algumas empresas defensivas do setor industrial. As posições vendidas estão concentradas em índices e setores tidos como mais frágeis, como varejo, energia e automotivo.

Embora a atividade econômica chinesa mostre sinais de recuperação, a SPX assinalou, na carta aos cotistas referente ao mês de março, que há enorme incerteza quanto ao ritmo da retomada, e que há risco de a atividade global permanecer abaixo da capacidade por muitos meses.

Nos países emergentes, a SPX enxerga um desafio ainda maior. Diferentemente de 2008, a China e as commodities não serão uma fonte de ajuda, alerta a gestora. Em live realizada ao fim de março, Rogério Xavier, fundador da SPX, recomendou aos investidores tomarem cuidado, terem pouco risco, e sinalizou que o melhor, por ora, é aguardar.

Confira a seguir o desempenho dos fundos multimercado das gestoras mencionadas em março e no primeiro trimestre de 2020.

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Cautela ainda é palavra de ordem

Se uma parte dos grandes gestores tem migrado as carteiras para as bolsas americanas, outra parcela segue bastante resistente à tomada de risco.

José Tovar, CEO da Truxt, ressalta que o cenário é de baixa visibilidade, dadas as incertezas com relação à data e à velocidade de saída da quarentena. E a recuperação econômica não deve ser rápida, na avaliação da gestora.

Desde o início de fevereiro, o fundo multimercado macro da casa carregava pouco risco na carteira, e pretende seguir nesta toada. “Não sabíamos que teria uma crise de pandemia, mas achávamos os mercados muito esticados, e resolvemos reduzir o risco. Saímos de Bolsa uma semana antes do carnaval”, diz Tovar. “Focamos muito em preservação de capital e, quando não vemos retornos para risco, zeramos a aposta.”

Atualmente a gestora segue sem posição em Bolsa por conta das incertezas referentes à crise, com preferência por posições defensivas.

Outra gestora de fundos multimercado com uma postura mais cautelosa é a Kapitalo, que reduziu o risco de forma generalizada, em função do forte aumento de incertezas relacionadas ao crescimento global. Em sua carta aos cotistas referente ao mês de março, a gestora contou ter diminuído “significativamente” as posições compradas em ações brasileiras e globais.

A postura conservadora decorre do prognóstico para a economia local – a Kapitalo estima queda superior a 5% do PIB brasileiro em 2020. “O governo está adotando diversas medidas fiscais e o Banco Central deverá promover novos cortes da taxa Selic com o intuito de evitar que este intenso choque negativo na atividade crie condições para o estabelecimento de um equilíbrio perverso de longo prazo.”

O grau de endividamento do país, contudo, deve impor cautela na implementação de medidas fiscais anticíclicas, diz a gestora, que também espera que a política monetária seja ainda mais afrouxada.

A Ibiuna, por sua vez, reduziu as posições mais arriscadas do multimercado Ibiuna Hedge FIC FIM em renda variável direcional, assim como a exposição a moedas emergentes. Foram ampliados, contudo, os hedges (proteções) contra cenários extremos, via aumento da posição aplicada em títulos do Tesouro americano e na compra de dólar contra real.

A visão é de que, ainda que haja oportunidades atrativas na renda variável, a elevada volatilidade dessa classe de ativos somada às incertezas, demandam prudência na alocação de risco. “Neste momento, preferimos observar de fora a correr o risco de ‘queimar a largada’ nesta que pode ser uma ótima oportunidade mais à frente”, escreve a gestora.

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Em meio a coronavírus, gestores têm maior posição em caixa desde atentado de 11 de setembro, diz BofA

One Hundred Dollar Bill With Medical Face Mask on George Washington

SÃO PAULO – Em um cenário de maior aversão a risco, com a escalada da disseminação do coronavírus, gestores de fundos de investimento têm optado por aumentar suas posições mais líquidas do portfólio.

E, seguindo a expressão “cash is king”, os níveis de caixa alcançaram seu maior nível desde o atentado de 11 de setembro, em 2001, subindo de 5,1%, em março, para 5,9%, em abril – acima da média dos últimos dez anos, de 4,6%. É o que mostra a pesquisa “Global Fund Manager”, elaborada pelo Bank of America com gestores de recursos e feita entre os dias 1 e 7 deste mês.

Diante de grandes incertezas e impactos ainda imensuráveis da crise nas economias, o apetite ao risco de investidores também registra seu menor patamar desde setembro de 2011, com 44% optando por não aumentar a parcela mais arrojada da carteira.

Em ações, as posições foram significativamente reduzidas, com 27% dos gestores afirmando estar com posição “underweight” (abaixo da média do mercado) – a menor alocação em 11 anos. A posição “overweight” (acima da média) no mercado acionário americano, contudo, subiu para 15%, tornando a região a preferida, após cinco meses perdendo a liderança para os emergentes.

Nos portfólios, o movimento tem sido o de saída de ativos cíclicos para a entrada em aplicações mais defensivas, mostra o levantamento.

Na parte comprada, a busca tem sido pela bolsa americana, nos setores de saúde, utilities e tecnologia, bem como bonds (títulos do governo). Na parte vendida (aposta na queda), investidores citam ações no geral, em especial nos segmentos de energia, materials, industriais, bancos e em papéis na zona do euro.

De olho em investimentos mais líquidos, investidores têm aumentado suas posições em instrumentos passivos, caso dos fundos de índice (ETFs), com uma média de 22% dos ativos sob gestão alocados nos produtos, segundo o BofA.

Ainda de acordo com a pesquisa, nos próximos 12 meses, 14% dos entrevistados pretendem mudar a exposição aos ETFs, com 26% cogitando aumentar a fatia e 11%, reduzi-la.

Recessão em 2020 e lenta recuperação

Com um maior pessimismo do mercado, atingindo seu pico neste mês de acordo com o banco americano, 93% dos entrevistados veem uma recessão em 2020, a maior parcela desde março de 2009.

A saída da crise também não deve ser rápida, aponta a pesquisa, com pouco mais da metade dos entrevistados vendo uma recuperação mais lenta, em trajetória em “U”.

Entre as maiores preocupações no horizonte, 57% destacam uma segunda onda de contaminações de coronavírus, enquanto 30% citam um evento de crédito sistemático.

Divulgada mensalmente, a pesquisa do BofA consultou na edição de abril 207 gestores, com um total de US$ 597 bilhões em recursos sob gestão.

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Indústria de fundos de crédito no Brasil tem resgates recordes

(Bloomberg) — O setor de fundos de crédito do Brasil está sofrendo com resgates recordes que forçam a venda de títulos em um mercado com poucos compradores, distorcendo preços e custos de empréstimos para empresas.

Os investidores, em busca de caixa em resposta à crise do coronavírus, tiraram R$ 9,6 bilhões desses fundos em março, após os resgates de R$ 1,5 bilhão em fevereiro, segundo estimativas da JGP Gestão de Recursos. As retiradas representam cerca de 12% do total de ativos sob gestão pela indústria de fundos de crédito independentes.

As medidas anunciadas pelo governo até agora, incluindo a possibilidade de o Banco Central comprar títulos de empresas, não foram suficientes para reduzir a “disfuncionalidade” de preços, disse Jean-Pierre Cote Gil, responsável pela área de crédito da family office Julius Baer no Brasil. A indústria de fundos calcula que o Banco Central precisaria comprar cerca de R$ 20 bilhões em títulos de empresas diretamente, em um mercado de cerca de R$ 250 bilhões, para trazer a liquidez e os custos do crédito de volta ao normal, disse Cote Gil.

A autoridade monetária não informou quanto planeja comprar ou que tipo de títulos, e as compras precisam da aprovação do Senado.

“O mercado ainda tem muitas dúvidas sobre como isso será executado no Brasil”, disse Cote Gil.

Os fundos de crédito corporativo de gestores independentes estão entre os investimentos que mais cresceram no Brasil nos últimos anos, oferecendo rendimentos relativamente altos, à medida que as taxas de juros de referência caíram para recordes de baixa. Os ativos sob gestão no segmento aumentaram para quase R$ 100 bilhões em junho passado, de cerca de R$ 15 bilhões em 2014, segundo o JGP. O total caiu para cerca de R$ 90 bilhões no início deste ano.

Para atrair brasileiros exigindo liquidez diária, cerca de metade dos fundos de crédito promete aos investidores que eles podem sacar seu dinheiro no dia da solicitação de resgate ou um ou dois dias depois.

Com essa promessa esse tipo de fundo se tornou uma fonte de caixa imediato, difícil de resistir, para indivíduos e investidores institucionais que enfrentam as consequências da crise do coronavírus. Os resgates trazem liquidez para navegar no período de quarentena e cumprir chamadas de margem, realizar pagamentos de dívidas e salários ou encarar receitas menores.

Em apenas um exemplo, os ativos sob gestão do fundo Iridium Apollo FI RF CP Lp, que permite saques um dia após a solicitação, caíram 43%, para R$ 1,45 bilhão, de 23 de janeiro a 7 de abril, segundo dados compilados pela Bloomberg. O retorno foi de 4,8% negativos nos últimos 30 dias.

A concorrência com fundos de ações também pesa sobre os fundos de crédito corporativo, que já haviam sofrido resgates de R$ 10 bilhões no último trimestre de 2019, com a queda das taxas de juros básicas e o estreitamento dos spreads de crédito corporativo, reduzindo o retorno. À medida que os preços das ações caíam nas últimas semanas, os investidores viram oportunidades nos fundos de ações, que tiveram ingressos líquidos de R$ 8,5 bilhões em março, segundo a Anbima, a associação do mercado de capitais.

A venda forçada dos fundos de crédito elevou as negociações do mercado secundário local de títulos para um recorde de R$ 20 bilhões em março, quase o dobro da média mensal de R$ 12 bilhões. Os compradores são quase unicamente bancos, disse Cote Gil.

O Itaú Unibanco Holding SA, o maior banco da América Latina em valor de mercado, afirmou em 6 de abril que havia adquirido R$ 2 bilhões em ativos de clientes institucionais desde o início de março.

“A maioria dos fundos foi forçada a vender títulos de dívida das principais empresas que estavam em suas carteiras, porque eles têm mais liquidez, elevando os custos de empréstimos para essas empresas a um nível disfuncionalmente alto”, disse Cote Gil, acrescentando que a dinâmica afetou toda a “cadeia de crédito”, incluindo pequenas e médias empresas. “Por que bancos ou outros investidores emprestariam dinheiro a uma empresa com juros mais baixos se podem comprar títulos de empresas AAA no mercado secundário que pagam muito mais?”

Taxas crescentes

Antes da crise do coronavírus, um crédito de menor risco possível, com classificação AAA, pagava no Brasil a taxa interbancária DI mais 1% ou 1,5% para títulos de três a quatro anos de vencimento, dependendo do setor, disse Cote Gil.

O Banco Bradesco SA chegou a pagar DI mais 0,3% em determinado momento. Atualmente, os títulos para essas empresas são negociados a DI mais 4% ou 5%, quase sem diferenciação pelo risco de crédito.

A crise é um revés para um mercado local de títulos que vinha lutando para acabar com sua reputação de falta de transparência. Antes do crescimento nos fundos de crédito, a maioria dos títulos de dívida locais era tradicionalmente comprada pelos bancos, que os mantinham em seus balanços até o vencimento. Eles eram uma espécie de empréstimo bancário disfarçado, contabilizado como título, para que as empresas não pagassem alguns impostos.

À medida que os fundos de crédito independentes cresceram, a participação desses empréstimos caiu para cerca de um terço do mercado primário total. Desde a pandemia, no entanto, a prática aumentou novamente e agora com mais força: todos os novos títulos emitidos em março ou abril foram vendidos aos bancos, segundo executivos do setor.

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