Itaú BBA corta projeção do Ibovespa para 90 mil pontos em 2020 e lista ações favoritas

SÃO PAULO – O Ibovespa já subiu 24% (sem contar a forte alta desta sessão) em relação à mínima registrada no fechamento de 23 março de 2020, no auge da aversão ao risco do mercado. Porém, essa recuperação é sustentável?

Na visão da equipe de estratégia do Itaú BBA, não. Em relatório, o banco cortou a projeção para o Ibovespa de 94 mil pontos para 90 mil pontos, após ter diminuído mais drasticamente a expectativa em 24 de março para o benchmark da bolsa de 132 mil para 94 mil pontos. Porém, vale destacar que esse target ainda representa uma variação positiva de 13,93% frente o fechamento de sexta-feira (17).

Os estrategistas Marcos Assumpção, Jorge Gabrich e André Dibe apontaram que revisões adicionais para baixo em estimativas de lucro são esperadas e veem o lucro das empresas do Ibovespa contraindo
9,5% em 2020. Eles ainda alertam: “Pode piorar antes de melhorar”.

Os fatores positivos para o mercado de ações no Brasil, na visão dos estrategistas, parecem estar em risco por três fatores em especial: i) o crescimento do PIB no Brasil provavelmente sofrerá os efeitos da crise do Covid-19, o que ganha destaque com a dependência do país no setor de serviços; ii) o forte esforço fiscal nos últimos os anos será revertido com as medidas necessárias para mitigar o impacto do coronavírus; e iii) o fato da agenda de reformas ter perdido força enquanto o risco político aumentou com visões conflitantes entre os poderes Executivo e o Legislativo.

Além disso, reforçam o ceticismo dos estrangeiros, destacando que os fluxos de capital para a bolsa sugerem um rali atual de baixa convicção liderado por locais, particularmente por pessoas físicas. “Acreditamos que o gatilho para um fluxo estrangeiro mais consistente seria uma perspectiva mais clara de crescimento e reformas, o que parece improvável no curto prazo”.

Assumpção, Gabrich e Dibe apontam que a avaliação é de que a maioria dos gerentes de portfólio estão ancorados na expectativa de uma forte recuperação do PIB em 2021, após a contenção da crise com a pandemia. “No entanto, uma falha na concretização desse cenário pode levar o Ibovespa a testar novas mínimas nos próximos meses”, avaliam.

Em meio ao cenário político menos benigno e perspectiva de queda nos lucros, os estrategistas elevaram a projeção de custo de capital (que os analistas fundamentalistas chamam de “Ke”, ou o custo para captação de dinheiro) em 20 pontos-base, para 12,2%. Com a contração provável dos ganhos, o Itaú BBA agora vê o Ibovespa com um múltiplo de preço sobre o lucro de 12,7 vezes esperado para doze meses, ainda assim acima dos níveis históricos.

Com relação aos setores, sobre os bancos brasileiros, que correspondem a 31% do Ibovespa, a expectativa é de uma contração dos lucros entre 30% e 40% na comparação anual, principalmente devido a maiores provisões para perdas com empréstimos. Já para commodities, que correspondem a 28% do Ibovespa, há menores riscos de revisões negativas, uma vez que o preço mais baixo pode ser compensado por um real mais fraco (expectativa de dólar a R$ 4,60 para o fim de 2020).

JPara as empresas de consumo doméstico (41% do índice), os estrategistas veem maiores riscos para os lucros, com a extensão das medidas de isolamento social até o início de maio afetando negativamente a demanda em vários setores, desde serviços públicos até varejo discricionário. “Este cenário levará a uma contração de lucro de 9,5% para o Ibovespa, contra nosso cenário anterior de queda de 1%”, apontam.

Por conta desse cenário, a carteira de estratégia inclui seis nomes que consideram mais defensivos, devido a uma visão mais cautelosa sobre o crescimento do PIB e a potencial deterioração dos aspectos fiscais e políticos. Tratam-se das seguintes ações: CPFL (CPFE3), Vale (VALE3), Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3), JBS (JBSS3) e Petrobras (PETR4).

Ainda assim, o Itaú BBA também tem exposição a empresas que se beneficiariam da recuperação pós-crise, que são Lojas Renner  (LREN3), Hapvida (HAPV3), Multiplan (MULT3) e Localiza (RENT3). “Estamos mantendo nossa estratégia de escolher as empresas líderes em seus respectivos setores cuja maior eficiência, menor alavancagem e altas posições de caixa os ajudarão a navegar melhor na crise”, destaca o Itaú BBA.

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IR 2020: como declarar investimentos em FIIs e Previdência Privada

O preenchimento da declaração de IR costuma trazer muitas dúvidas aos investidores. Pensando em ajudar quem ainda não sabe ao certo o que fazer, vamos dar a seguir algumas dicas de como declarar investimentos em FIIs e Previdência Privada.

Mas por que fundos imobiliários e previdência? São dois dos investimentos que mais geram dúvidas para quem vai preencher a declaração.

A seguir, vamos explicar como funciona o IR para FIIs e para Previdência Privada e também dar o passo a passo para cada declaração.

Entenda como funciona o IR em FIIs

Embora exista a isenção de IR para a distribuição de rendimentos mensais, muitas pessoas não entendem como funciona o imposto sobre os FIIs.

Isso porque a Receita Federal determina que todo contribuinte pessoa física que faz negociações em bolsa deve preencher a declaração.

Como funciona o imposto de renda em fundos imobiliários

Para começar a explicar as diferenças, vamos à dois conceitos básicos:

  • Rendimentos isentos: são aqueles da exploração dos imóveis do fundo (como aluguel e venda, por exemplo).
  • Rendimentos tributáveis: são os que vêm da valorização das cotas do FII no momento da venda.

Traduzindo: tudo o que você recebe do fundo como uma renda periódica (os conhecidos ‘aluguéis’) é isento, mas ao vender suas cotas, terá de pagar IR sobre a valorização das cotas.

Atenção: mesmo que você tenha apenas rendimentos que sigam o critério de isenção, você terá de declarar os valores na Ficha de Rendimentos Isentos e Não Tributáveis na declaração anual de imposto de renda IRPF, de acordo com o informe de rendimentos emitido pelo administrador do FII.

Não recebeu o informe de rendimentos dos seus FIIs? Entre em contato com o administrador.

Não sabe quem é o administrador do seu FIIs? Veja no site da B3 quais são os FIIs disponíveis e faça a pesquisa. Na próxima tela, você encontrará o nome do administrador.

Preparamos uma lista com o contato de todos os FIIs disponíveis para você conseguir o seu informe, clique aqui para acessar.

Como declarar investimentos em FIIs no imposto de renda

O primeiro passo para declarar corretamente os fundos imobiliários no IR 2020 é consultar o informe de rendimentos enviado pelo administrador do fundo via Correios.

Passo 1 – Rendimentos isentos

Os rendimentos obtidos em fundos imobiliários devem ser lançados na ficha “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis”, com o código 26 – Outros.

Indique o CNPJ do administrador do fundo, conforme exibido no informe de rendimentos recebido.

Passo 2: Negociações em FIIs

Se você fez a negociação de cotas de fundos imobiliários, precisará preencher a ficha “Renda Variável”, selecionando a opção “Operações de Fundos de Investimento Imobiliário”.

Será preciso informar o ganho de capital recebido (ou o prejuízo obtido) na venda.

Lembrando: a isenção de IR ocorre apenas sob o rendimento dos FIIs pagos mensalmente.

O ganho de capital na alienação das cotas está sujeito à 20% de imposto de renda, e a responsabilidade do pagamento do imposto é do cliente, através de DARF, com o código 6015 para pessoas físicas – deverá ser informado no campo “Imposto Pago”.

O DARF deverá ser pago até o último dia útil do mês subsequente ao da operação. Caso não tenha pago, haverá cobrança de juros e multa até a data de pagamento.

Passo 3: Declarando Bens e Direitos

Para declarar o saldo do seu fundo, vá até a ficha “Bens e Direitos”, clique em novo e selecione a opção “73 – Fundos de Investimento Imobiliário”.

Especifique então o nome do fundo, o CNPJ do fundo, a corretora custodiante e o custo médio das cotas adquiridas. Neste caso, descreva os valores nos campos Situação em 31/12/2018 e 31/12/2019.

Passo 4: Revise as informações antes de finalizar

Antes de finalizar o preenchimento da declaração dos fundos imobiliários, é importante fazer uma revisão dos dados. Isso porque eventual divergência entre o imposto devido e o imposto pago pode gerar pendência no processamento da declaração pela Receita Federal.

Caso tenha mais do que um fundo imobiliário na carteira, repita o processo descrito acima.

Como declarar investimentos em Previdência Privada no IR

PGBL e VGBL seguem regras distintas com relação às regras de tributação (modalidade progressiva ou regressiva) e forma de declaração de IR, por isso são tratados de forma diferente.

Por ser considerado um modelo de previdência complementar, o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL), na modalidade progressiva, oferece uma vantagem interessante ao investidor: é possível abater 12% da renda bruta anual na declaração do tributo no ano seguinte.

Neste caso, o imposto será pago somente no momento do resgate e é recomendado para quem faz declaração completa do Imposto de Renda.

Já o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) é visto como um seguro de vida. O que isso significa? Que no caso de morte ou invalidez, os beneficiários passam a ter o direito ao saldo acumulado de forma imediata.

Este plano é, então, ideal para planejamento sucessório.

Qualquer que seja o seu caso, será preciso preencher as informações na declaração do Imposto de Renda.

Com relação à tributação da previdência privada, o percentual e a base de cálculo vão variar se o plano for progressivo ou regressivo.

Plano progressivo

  • Os resgates serão tributados de acordo com tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF): a alíquota varia de 7,5% (para base de cálculo mensal de R$ 1.903,99 até R$ 2.826,65) a 27,5% (para valores acima de R$ 4.664,68.

Plano regressivo

  • IR incide em função da permanência de cada aporte realizado
  • Quanto maior for o prazo de cada contribuição, menor será a alíquota do IR. Iniciando com 35% até 2 anos, reduzindo para 30% entre 4 e 6 anos, 20% entre 6 e 8 anos, 15% entre 8 e 10 anos e acima de 10 anos, 10%.

Passo a passo para declarar Previdência Privada

  • Entre no site xpi.com.br, clique em “Acesse sua conta” (no canto superior direito) e preencha seus dados para fazer o login.
  • Acesse o menu “Minha Conta” > “Documentos”> “Imposto de Renda”.
  • Clique no campo “Informe de Rendimentos – Previdência”, selecione a Seguradora para a qual deseja obter o Informe de Rendimentos, escolha o Ano do Exercício (neste caso, 2019) e clique em “Exibir”.
  • Você será direcionado para o informe da seguradora selecionada, podendo visualizá-lo de forma online ou fazer o download no seu computador.

Informações importantes sobre previdência

Para preencher a declaração de IR, você precisará extrair o Informe de Rendimentos de cada uma das seguradoras para as quais você tenha feito contribuições para PGBL ou saldo em VGBL no ano de 2019.

Caso você tenha realizado contribuições para mais de uma seguradora, os itens serão exibidos nos campos selecionáveis da tela de Informe de Rendimentos – Previdência. A XPS (XP Seguros) é a Seguradora do Grupo XP.

Lembre-se que o informe exibirá somente os valores aportados de PGBL durante o ano de 2019 e todo o saldo nominal em VGBL em 31/12/2019. São essas as informações exigidas pela Receita Federal para o preenchimento da declaração.

Caso queira verificar o saldo atualizado em ambos os produtos, é só acessar o campo “Carteira” na página inicial da sua área logada e procurar por “Previdência”. Você também pode seguir o caminho: Produtos > Previdência Privada > Posição Atual.

Ainda não baixou seu informe de rendimentos da XP?

Para fazer o download do documento, é só você seguir os seguintes passos:

Passo 1: Acesse sua conta em www.xpi.com.br ou pelo app.

Passo 2: Clique no item Minha Conta, que está no menu superior (se estiver no site da XP), ou no item Perfil (caso esteja no APP).

Passo 3: Selecione a opção Imposto de Renda e depois escolha o ano de 2019 para fazer o download do documento.

Passo 4: Para te ajudar no preenchimento da declaração, recomendamos também o download do GUIA DE IR, que também está disponível na aba de Imposto de Renda da sua área logada.

Se você ainda ficou com dúvidas sobre IR 2020 e como declarar investimentos, que tal assistir aos vídeos da playlist especial sobre IR no nosso canal no Youtube?

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Disclaimer: CONTEÚDO PATROCINADO XP INVESTIMENTOS CCTVM S.A. Este material foi elaborado pela XP Investimentos CCTVM S/A (“XP Investimentos” ou “XP”) e tem caráter meramente informativo, não constitui e nem deve ser interpretado como solicitação de compra ou venda, oferta ou recomendação de qualquer ativo financeiro, investimento, sugestão de alocação ou adoção de estratégias por parte dos destinatários. Os prazos, taxas e condições aqui contidas são meramente indicativas. As informações contidas neste material foram consideradas razoáveis na data em que ele foi divulgado e foram obtidas de fontes públicas consideradas confiáveis. A XP Investimentos não dá nenhuma segurança ou garantia, seja de forma expressa ou implícita, sobre a integridade, confiabilidade ou exatidão dessas informações. Os ativos, operações, fundos e/ou instrumentos financeiros discutidos neste material podem não ser adequados para todos os investidores. Os investidores devem obter orientação financeira independente, com base em suas características pessoais, antes de tomar uma decisão de investimento. A XP Investimentos não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações divulgadas e se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste material ou seu conteúdo. Investimentos nos mercados financeiros e de capitais estão sujeitos a riscos de perda superior ao valor total do capital investido. A XP Investimentos se coloca à disposição para clientes que desejam obter informações, tirar dúvidas ou fazer reclamações por meio de seu Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC). O contato do SAC é o telefone 0800 77 20202. A Ouvidoria da XP Investimentos tem a missão de servir de canal de contato sempre que os clientes que não se sentirem satisfeitos com as soluções dadas pela empresa aos seus problemas. O contato pode ser realizado por meio do telefone: 0800 722 3710. Para maiores informações sobre produtos, tabelas de custos operacionais e política de cobrança, favor acessar o nosso site: http://www.xpi.com.br.

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Tesouro Direto: Taxas de títulos públicos operam em queda nesta quarta-feira

SÃO PAULO – Com o mercado de olho na próxima movimentação do Banco Central brasileiro com relação à taxa básica de juros, as taxas dos títulos públicos negociados via Tesouro Direto seguem em queda na tarde desta quarta-feira (22).

Entre os papéis com retorno atrelado à inflação, o com vencimento em 2026 pagava 2,91% ao ano, ante 2,97% a.a. na tarde de segunda-feira (20), véspera de feriado. Os títulos com prazos em 2035 e 2045, por sua vez, ofereciam um prêmio anual de 4,07%, ante 4,17% a.a. anteriormente.

Com relação aos papéis prefixados, o título com vencimento em 2023 pagava 4,23% ao ano, ante 4,35% a.a. no pregão anterior, enquanto o prêmio do Tesouro Prefixado com vencimento em 2026 cedia de 6,42% para 6,36% ao ano.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos ofertados nesta quarta-feira (22):

Fonte: Tesouro Direto

Noticiário

Em live promovida pelo jornal o Estado de S. Paulo na segunda-feira (20), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que está “muito distante” no Brasil a situação em que a política de juros não faz mais efeito na economia. Campos Neto afirmou também que é importante que o BC tenha às mãos os mais diversos instrumentos para garantir liquidez nos mercados, ainda que não precise usar todos.

Com um discurso visto pelo mercado como mais “dovish”, isto é, favorável a taxas de juros baixas, o mercado começa a se preparar para uma maior redução da Selic, atualmente em 3,75% ao ano, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em maio. No mercado de juros futuros, os contratos de DIs já embutem apostas de corte de 0,75 ponto percentual.

Em relatório, o Barclays vê um corte da Selic para 3,00% ao ano, sem descartar uma redução em um ponto percentual, caso as condições financeiras sejam favoráveis.

Segundo o banco britânico, um corte maior também dependeria do comportamento ordenado do câmbio. Por outro lado, um risco significativo para a expectativa de corte da Selic viria da política fiscal, caso o Congresso aprove medidas novas e inesperadas que tragam pressão para as contas públicas.

Em meio à pandemia de coronavírus, o movimento de afrouxamento monetário também é visto no México e na Turquia. Ontem, em reunião emergencial, o banco central mexicano cortou em meio ponto percentual a taxa de juros do país, para 6% ao ano. Já na Turquia, o corte foi maior, de um ponto percentual, levando os juros para 8,75% a.a. – a oitava redução em menos de um ano.

Nesta quarta-feira (22), os investidores ainda monitoram a disparada do petróleo de até 30%, após a derrocada dos últimos dias. Isso porque na véspera do feriado (20), o Brent, em Londres, recuou para US$ 16, no menor nível em quase 21 anos. Diante de um cenário de excesso de oferta, os futuros WTI do petróleo ficaram abaixo de zero pela primeira vez na história.

(Com Bloomberg)

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O que fazer com as ações que você já tinha antes da crise?

SÃO PAULO – Quem tinha antes ações do carnaval, quando teve início o movimento de baixa na Bolsa brasileira, perdeu dinheiro. O Ibovespa voltou a subir, mas está longe do recorde atingido no começo do ano. E a volatilidade dos mercados continua.

Diante desse cenário, o que deve fazer o investidor que tem ações (diretamente ou via fundos)? Deixar como está e esperar? Comprar mais? Vender? Mudar a carteira? Trocar de gestor?

Essas dúvidas serão respondidas numa live hoje às 12 horas. Ana Laura Magalhães, especialista em finanças e fundadora do canal ExplicaAna, vai conversar sobre isso com Felipe Dexheimer, coordenador de alocação da XP Investimentos.

A live será transmitida no Instagram do InfoMoney. Acompanhe e tire suas dúvidas.

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BofA eleva preço-alvo do ouro em 18 meses para US$ 3 mil

Barras de ouro

(Bloomberg) — O Bank of America elevou o preço-alvo do ouro em 18 meses para US$ 3.000 a onça – mais de 50% acima do recorde atual –, segundo relatório “The Fed can’t print gold” (O Fed não pode imprimir ouro).

O banco aumentou o alvo em relação à previsão anterior de US$ 2.000, em um momento quando governos no mundo todo injetam grandes quantidades de estímulos fiscais e monetários para ajudar a sustentar economias afetadas pelo coronavírus.

“Com a forte retração da produção econômica, os desembolsos fiscais aumentam e os balanços dos bancos centrais dobram, o que pode pressionar as moedas fiduciárias”, disseram analistas como Michael Widmer e Francisco Blanch no relatório. “Os investidores vão buscar ouro.”

O BofA espera que a cotação média do ouro fique em US$ 1.695 a onça neste ano e em US$ 2.063, em 2021. Em setembro de 2011, o ouro atingiu cotação recorde de US$ 1.921,17. Os preços spot foram negociados em torno de US$ 1.678 na terça-feira e acumulam alta de 11% neste ano.

Certamente, o dólar forte, menor volatilidade do mercado financeiro e demanda mais fraca por joias na Índia e na China podem representar obstáculos para o ouro, disse o BofA.

“Mas, além dos fundamentos tradicionais de oferta e demanda por ouro, a repressão financeira está de volta em uma escala extraordinária”, segundo o relatório.

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O impacto da crise no mercado de ações é tema da live das 19h

SÃO PAULO – A queda sem precedentes dos preços do petróleo no mercado internacional é mais uma evidência de como a pandemia de coronavírus está afetando, e pode afetar ainda mais, a economia mundial.

Quais devem ser os impactos para a Bolsa brasileira? As ações podem cair mais? Como diferenciar as empresas em meio a esse cenário?

Essas e outras questões serão abordadas por Fabio Spinola, gestor dos fundos de ações da Apex Capital e dono de uma experiência de mais de 25 anos no mercado, numa live hoje às 19h no link acima, no Youtube do InfoMoney. Aproveite e tire suas dúvidas.

A entrevista faz parte da série VRB Talks, que está sendo organizada pelo fundo VRB em parceria com InfoMoney, XP Investimentos, UBS Consenso, Tera Capital e a Turim MFO.

Nas próximas semanas, também como parte dessa iniciativa do VRB, haverá lives com alguns dos principais gestores de fundos do país, entre eles, Rogério Xavier (SPX), Marco Aurelio Freire (Kinea), Florian Bartunek (Constellation), Mauricio Bittencourt (Velt) e Waldir Serafim (Navi). Todas elas serão transmitidas no Youtube do InfoMoney.

O plano de previdência do VRB investe nos fundos desses gestores.

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Após disparada de 31%, urânio é commodity que mais sobe no ano

urânio uranium energia nuclear

(Bloomberg) — Enquanto o coronavírus massacra os preços da maioria das commodities, o urânio saiu em disparada.

O metal radioativo usado como combustível nuclear subiu 31% este ano, tornando-se a commodity com melhor desempenho no mundo. Os ganhos foram estimulados por paralisações em minas que eliminaram mais de um terço da produção global anual, em um momento em que a demanda vinda das usinas permaneceu relativamente estável.

“É um movimento duplo em favor do urânio”, disse Nick Piquard, gerente de carteiras da Horizons ETFs. “Provavelmente a Covid-19 não afetou tanto a demanda por energia nuclear, mas certamente está impactando a oferta.”

Embora a demanda por energia, incluindo a nuclear, seja prejudicada pela pandemia, a expectativa é que muitas usinas atômicas sigam operando. Isso ocorre em parte porque é mais fácil ligar e desligar usinas movidas a carvão e gás do que que as instalações nucleares. Por isso, vale a pena mantê-las funcionando, mesmo que a demanda por eletricidade diminua um pouco, explicou Piquard.

A indústria de urânio está em crise desde o desastre de Fukushima, em 2011, que levou ao fechamento da maioria dos reatores nucleares do Japão e a uma reavaliação da energia nuclear no mundo inteiro. A mudança fez com que o metal se acumulasse, derrubando os preços em até 75% em relação aos picos alcançados em 2011.

Diante dos preços baixos, duas gigantes do setor — Kazatomprom e Cameco — reduziram a produção de urânio nos últimos três anos para diminuir o excesso global do produto.

A crise da Covid-19 acelerou bruscamente esse processo. A líder Kazatomprom anunciou em abril a redução das atividades operacionais nas minas de urânio no Cazaquistão por cerca de três meses.

Já a Cameco diminuiu ainda mais a produção no mês passado ao paralisar as atividades em Cigar Lake, a mina que mais produz no mundo, localizada no Canadá. A suspensão depois foi estendida por tempo “indeterminado” em 13 de abril.

Ao todo, as paralisações durante três semanas eliminaram cerca de 46 milhões de libras-peso, ou cerca de 35% da produção global anual de urânio, de acordo com Mike Kozak, analista da Cantor Fitzgerald.

Contratos futuros de urânio negociados em Nova York avançaram cerca de 36% desde meados de março para US$ 32,50 por libra-peso. Ações e fundos negociados em bolsa (ETFs) acompanharam o movimento de valorização.

Leia também: como investir em urânio?

O temor em relação ao abastecimento futuro está por trás da alta de preços do urânio. As empresas de eletricidade geralmente mantêm estoques suficientes para um ano e meio ou até cinco anos de funcionamento, a fim de evitar problemas logísticos e manter a energia fluindo. Mais recentemente, as empresas de energia nuclear têm conseguido satisfazer suas necessidades recorrendo a estoques excedentes que se acumularam pelo mundo.

No entanto, com choques de oferta e preço se abatendo sobre o mercado ao mesmo tempo e os estoques já baixos, compradores de urânio, como as elétricas, podem “enfrentar dificuldades para assegurar o fornecimento de material”, alertou Kozak, da Cantor.

A pandemia afetou os navios, caminhões e aviões que transportam commodities dos fornecedores para seus clientes. “Há algum tempo dizemos que, embora os estoques em nosso setor pareçam altos, é a mobilidade dos estoques que importa”, afirmou o porta-voz da Cameco, Jeff Hryhoriw, por e-mail. “Acreditamos que este será o foco durante este evento não planejado.”

E a situação pode piorar. “A história sugere que a mobilidade diminui em um mercado com preços em alta, diante das preocupações com a segurança do fornecimento”, acrescentou Hryhoriw. ©2020 Bloomberg L.P.

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Carteira gráfica da XP sobe 6,2% na semana e 2 ações são trocadas; confira a nova composição

mercado bolsa índices alta ações gráfico

SÃO PAULO – A XP Investimentos divulgou a “Top Picks”, sua carteira semanal de análise gráfica, para o período de 17 a 24 de abril, trocando duas das cinco ações que compõem o portfolio.

Com isso, saíram da carteira SLC Agrícola (SLCE3) e Cemig (CMIG4). No lugar, entraram os papéis de Usiminas (USIM5) e Cyrela (CYRE3).

Gilberto Coelho, o Giba, analista da XP Investimentos responsável pela carteira, justificou as trocas dizendo que as ações da Usiminas estão em tendência de alta no curto prazo, projetando ganhos até os patamares de R$ 5,50 ou R$ 7,30. Os pontos de suportes ideais para o investidor colocar stop loss são R$ R$ 4,20 e R$ 3,78.

Já CYRE3 entrou no portfolio por estar perto de um fundo, podendo romper a média móvel de 21 dias nos R$ 14,50, o que favoreceria testes dos níveis de R$ 18,00 e R$ 22,00. Por outro lado, os suportes do papel estão em R$ 13,75 e R$ 11,20.

Desde o fim de dezembro, Giba passou a calcular a rentabilidade da carteira entrando nas ações no leilão das sextas-feiras, em vez de fazê-lo às segundas.

Divulgada semanalmente, a carteira Top Picks XP é composta por cinco ativos, tendo cada um peso de 20%. A seleção busca retorno a curto prazo, alinhando fluxo e movimentação das ações ao cenário político e macroeconômico.

O objetivo é de que a média do retorno dos ativos supere o Ibovespa ao fim da semana.

Além de analista da XP, Giba também é professor do InfoMoney, e está oferecendo uma série gratuita de vídeos em que ensina seu set-up para operar na Bolsa de Valores.

Desempenho

Na semana passada, a carteira Top Picks subiu 6,18%, ante uma alta de 1,68% do Ibovespa. Com isso, o portfolio agora recua 25,23% no ano, contra uma queda de 32,27% do benchmark.

As ações da SLC e da Cemig foram as principais responsáveis pelo bom desempenho da carteira, disparando 10,85% e 10,91% respectivamente. Em seguida vem o desempenho da BRF (BRFS3), que subiu 5,21%. Equatorial (EQTL3) e RD – Raia Drogasil (RADL3) tiveram altas de 2,73% e 1,22%.

Confira, abaixo, as recomendações para esta semana:

Empresa Ticker Peso
Equatorial EQTL3 20%
Usiminas USIM5 20%
BRF BRFS3 20%
RD RADL3 20%
Cyrela CYRE3 20%

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Fundos cambiais ganham com crise em meio a fuga do capital estrangeiro

O ano de 2016 ajuda o investidor a entender a relação oposta entre a bolsa de valores e os fundos cambiais. Naquele ano, o impeachment da então presidente Dilma Rousseff gerou otimismo no mercado com a formação de uma nova equipe econômica. A valorização acumulada do Ibovespa foi de 38,9%, a maior alta desde 2012.

No câmbio, o dólar caiu 17,7%, aos R$ 3,24, na primeira desvalorização da moeda estrangeira frente ao real desde 2010. Esse cenário resultou em perdas para os fundos cambiais: no ano do impeachment, entre os 38 maiores fundos dessa categoria abertos para cotistas, nenhum conseguiu rentabilidade positiva e as quedas variaram entre 15% e 20%.

Na atual crise econômica provocada pelo coronavírus, o comportamento é favorável aos fundos cambiais, que acumularam valorização média de 27,26% entre 2 de janeiro e 13 de abril – uma rentabilidade 33 vezes maior se comparada ao mesmo período do ano passado, segundo levantamento exclusivo feito pela Magnetis Investimentos a pedido do E-Investidor.

De acordo com Marcelo Romero, diretor da Magnetis, a alta do dólar – e, consequentemente, dos fundos cambiais – no primeiro quadrimestre de 2020 foi motivada pela fuga de capital estrangeiro, que pressionou o real para baixo, e pela busca por ativos mais seguros para se proteger da crise, que é o caso de moedas fortes.

“Enquanto país emergente, temos a retirada de investimentos por conta da queda nos juros e aumento do risco-país, que provoca a desvalorização do real em comparação às outras moedas”, diz Romero. Em 2 de janeiro, o dólar estava cotado a R$ 4,02. Quatro meses depois, subiu 31%, para R$ 5,25.

Por isso, quem tinha fundos cambiais na carteira conseguiu reduzir as perdas na Bolsa. Enquanto o Ibovespa caía cerca de 36%, a rentabilidade dos fundos cambiais dava um salto quase na mesma proporção. Mas os especialistas alertam que é necessário cautela para entender as características desse produto antes de fazer a aplicação.

Como escolher. Em linhas gerais, os fundos cambiais investem, pelo menos, 80% da carteira em títulos atrelados a moedas estrangeiras fortes, principalmente o dólar. O objetivo é replicar o comportamento do câmbio: quando a moeda americana se valorizar, por exemplo, a rentabilidade desses fundos sobe – o mesmo acontece no movimento contrário.

A série histórica da rentabilidade média desse tipo de ativo reforça essa característica de reversão para um ponto de equilíbrio. Depois da queda em 2016 (-16,70%), houve uma pequena melhora em 2017 (3,73%), uma recuperação mais robusta em 2018 (18,68%), seguida de uma rentabilidade muito menor no ano passado (5,67%).

A volatilidade também tornaria esse tipo de fundo uma aplicação de risco, voltada para investidores com perfil moderado ou arrojado. “Da mesma forma que foi um bom investimento nos primeiro quatro meses do ano, ele pode ser uma péssima opção daqui para frente se a maré virar”, diz Emerson Marçal, coordenador do centro de macroeconomia aplicada da Fundação Getúlio Vargas.

Segundo Marçal, é difícil prever o comportamento do câmbio, principalmente em um momento de crise. Já para André Fernandes, head de produtos da Ágora Investimentos, a expectativa é a de queda do dólar, o que tornaria complicado para os fundos cambiais continuar entregando essa rentabilidade tão elevada até o fim de 2020. “Só se a crise continuar muito profunda e o real seguir se desvalorizando, mas não enxergamos isso”, afirma Fernandes.

O ponto fora da curva entre os fundos cambiais é o Trend Short Dólar FI Cambial, da XP Investimentos, que foi criado em dezembro de 2018 com o objetivo de capturar o então movimento positivo do mercado e apostar na queda da moeda americana e, consequentemente, na valorização do real e do Ibovespa.

Com a queda dos juros e o avanço da crise do coronavírus, a conjuntura se inverteu e o fundo foi o único, entre os 42 maiores fundos cambiais com dados disponíveis no quadrimestre, a registrar queda. E uma queda expressiva, de 22,13%.

Quando se trata de fundos cambiais, muitos esquecem a prerrogativa de que não se deve investir na alta. “As pessoas buscam esse investimento quando o dólar já está em um patamar elevado. Seria mais indicado ter investido antes desse pico”, diz Flávio Mattos, gerente executivo de fundos renda fixa e câmbio do Banco do Brasil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Sem risco inflacionário e com fiscal “comprometido”, economistas defendem juro baixo prolongado

Businessman using tape measure to measure the height of the percentage symbol

SÃO PAULO – A perspectiva de manutenção da taxa Selic em patamares baixos por maior período de tempo como estímulo à retomada da atividade vem ganhando cada vez mais adeptos no mercado. Economistas têm defendido que o Banco Central (BC) adote uma postura mais agressiva na condução da política monetária, sem se preocupar no momento com as implicações que a medida poderia ter na inflação, em meio a um novo cenário recessivo por conta da epidemia do coronavírus.

No relatório Focus, divulgado semanalmente pelo BC, a projeção para a taxa básica de juros ao fim de 2021 está em trajetória de queda há três semanas e se situa atualmente no patamar de 4,5% ao ano, ante uma expectativa de 5,25% há um mês.

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Para 2020, o Focus aponta a Selic em 3,25% ao fim do ano, com a perspectiva de mais um corte de meio ponto em maio.

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Na avaliação de instituições que defendem a Selic mais baixa por um período prolongado, como UBS, Garde e Mauá, o espaço fiscal do governo para combater a crise já está muito próximo do limite, restando o afrouxamento monetário como principal alternativa para suavizar o baque do coronavírus.

Para Rodrigo Azevedo, gestor da Ibiuna Investimentos e ex-diretor de política monetária do BC, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de maio, a tendência é termos um novo corte dos juros em 0,50 ponto percentual, renovando a mínima histórica para 3,25%.

E não deve parar por ai. “Vejo a Selic entre 2,5% a 3%”, disse Azevedo durante live do InfoMoney e da VRB, acrescentando que o patamar reduzido deve permanecer por muito tempo.

Segundo Azevedo, em um cenário em que o BC está para afrouxar ainda mais a política monetária, existe no momento certa distorção no mercado de juros futuros. “As apostas feitas pelos agentes na curva [de juros futuros] indica que o BC irá aumentar a taxa em cerca de 2,5 ponto percentual a partir de janeiro de 2021”, afirmou o gestor da Ibiuba. “Há um excesso de prêmio com a curva nesses patamares, o que indica uma oportunidade de curto prazo no mercado de juros.”

Desarranjo fiscal

Para Tony Volpon, economista-chefe do UBS no Brasil, as incertezas nos planos fiscal e político do Brasil no próximo ano dão respaldo para a expectativa de maior prêmio de risco em 2021.

Uma das dúvidas recai sobre um descontrole do endividamento. “A dívida deve subir em 10% do PIB neste ano, gasto que considero aceitável dado o quadro, mas o que acontece depois disso? Vai adicionar mais 10%, vamos ver uma trajetória de queda ou voltaremos a ter reformas?”, questiona.

A expectativa do UBS é de que a Selic caia para 3% ao ano em 2020 e se mantenha neste patamar ao longo do próximo ano para estimular a atividade, com uma inflação comportada, de 2,5%.

Em linha com Volpon, o economista-chefe da Garde, Daniel Weeks, enxerga na condução da política fiscal do país um dos maiores riscos no mercado no momento.

“Não existe espaço para nenhum tipo de motor fiscal para o ano que vem, uma vez que vamos chegar a uma relação dívida/PIB próxima de 90%”, diz Weeks, que também demonstra preocupação com a saída de Rodrigo Maia da presidência da Câmara a partir de 2021. “Por isso, vejo a queda dos juros como a única opção que resta para acelerar a economia”.

Autoridade questionada

A Garde prevê dois cortes da Selic em meio ponto percentual nas próximas reuniões do Copom, renovando a mínima para 2,75% ao ano.

“Há, contudo, uma probabilidade razoável de o BC ter de levar a Selic para mais perto de 2%”, diz Weeks, que não vê razões para a autoridade monetária manter o tom de cautela em seus discursos. “A realidade acabará se impondo e o BC certamente irá agir”, diz o economista, que defende a redução da taxa de juros para afrouxar minimamente as condições financeiras das empresas.

Alexandre Ázara, economista-chefe da Mauá, tem um raciocínio parecido. “Há um falso dilema de que os juros não podem cair porque o câmbio vai subir e pressionar a inflação”, afirma.

Os bancos centrais em diversos países estão zerando suas taxas para estimular a atividade, e aqui não teria por que ser muito diferente dado o tamanho do problema, diz Ázara. Ele prevê, entretanto, que a autoridade monetária acabe optando por uma estratégia mais conservadora.

“Acredito que o BC vai cortar mais 0,75 ponto percentual em maio, mas entendo que deveria ser muito mais”, complementa o especialista. “Tem que cair porque nunca vimos uma recessão desse tamanho, não em termos de duração, mas de intensidade.”

Segundo Rodrigo Mello, economista-chefe da Absolute, para que a meta de inflação em 2021 (3,75%) seja atingida após uma contração da ordem de 5% da atividade econômica, o Banco Central deveria levar a taxa básica de juros para um patamar “muito abaixo” de 2,5% ao ano.

Mas por conta de um receio da dinâmica das condições financeiras, Mello diz acreditar que o BC será mais conservador. “Eles vão testar. Achamos que, dada a incerteza, o BC não será tão agressivo e pare em 2,5% [em 2020].”

Falta de visibilidade

Um pouco mais cautelosa, a Claritas prevê, por ora, somente mais um corte de meio ponto percentual da Selic em maio. “Concordamos com o gradualismo que o BC tem adotado na condução da política monetária, já que o instrumento da Selic não pode ser enxergado de maneira isolada diante do grau de incerteza do cenário”, diz Marcela Rocha, economista-chefe da gestora.

Ainda não há como saber com clareza qual será o ritmo do fluxo de saída de capital de emergentes e seu impacto potencial no câmbio, o que impede uma postura mais assertiva neste momento, diz a economista, em defesa do tom moderado do BC em suas comunicações com o mercado. “Essa postura não significa que o BC não reconhece a importância da Selic, mas, sim, que a autoridade monetária busca ganhar algum tempo para entender as consequências da crise.”

Fora do consenso

Se toda unanimidade é de fato burra como dizia Nelson Rodrigues, nem todos são a favor da redução dos juros para enfrentar a crise. É o caso da SPX, gestora de Rogério Xavier.

De olho na fuga de capitais das economias emergentes, a asset não considera recomendáveis cortes adicionais da taxa Selic, apesar de reconhecer que o cenário é “claramente desinflacionário”. Baratear ainda mais o custo do dinheiro poderia trazer mais pressão para a moeda americana, gerando turbulências e possível desancoragem das expectativas de inflação, alerta a SPX.

“O choque atinge o país em situação fiscal e política frágeis. O estoque de dívida bruta pode terminar o ano acima de 90% do PIB. O Banco Central tem um cenário complexo à frente. De um lado, além da recessão, o cenário de inflação é benigno. Do outro, a piora fiscal, a fuga de capitais e a deterioração da curva longa imprimem aperto nas condições financeiras que cortes na Selic podem magnificar. O momento é de cautela”, destacou a gestora, em carta aos cotistas do multimercado SPX Nimitz referente a março.

De volta aos anos 80

Dado o ineditismo da crise, os economistas reconhecem dificuldades para fazer projeções, o que torna os cenários traçados bastante dissonantes. No UBS, considerando um cenário otimista, que englobaria uma reabertura da economia de maneira organizada, minimizando os danos da pandemia, o PIB teria uma retração de 2% neste ano.

No entanto, se fosse considerada uma contração da atividade na casa dos 8% em 2020, a situação fiscal ficaria insustentável, afirma Volpon. Neste cenário, diz, o Banco Central estaria enfrentando um domínio fiscal dos juros e a taxa Selic teria que pagar um prêmio.

“Se o BC é forçado pelo mercado a adicionar prêmio de risco, vira um estado de dominância fiscal e voltamos para os anos 80. Vai ter impacto na inflação, encurtamento da dívida e perdemos os ganhos do Plano Real”, afirma.

O grande debate que, segundo Volpon, deveria estar sendo feito, é sobre como e quando acontecerá a reabertura da economia, a velocidade e os setores prioritários, como anunciado em países como Alemanha e Dinamarca.

As estimativas do UBS estão alinhadas às do Credit Suisse, que também vê a taxa básica de juros em 3% a partir de junho até meados de 2021.

“Revisamos nossa estimativa para o IPCA de 2,7% para 2,2%, dada a expectativa que a contração da demanda doméstica terá um impacto mais forte do setor de serviços, mais sensível aos ciclos econômicos”, afirmou o banco suíço em relatório, no qual apontou que a inflação benigna abre espaço para corte adicional de juros.

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