Com espaço para novo corte da Selic em 2020, taxas de títulos públicos recuam nesta segunda-feira

SÃO PAULO – Em um dia mais calmo para o mercado financeiro e em meio à estimativa de um novo corte da Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em maio, de 3,75% para 3,50% ao ano, as taxas dos títulos públicos operam em queda na tarde desta segunda-feira (30).

Entre os papéis com retorno prefixado, o título com vencimento em 2023 pagava 5,41% ao ano, ante 5,69% a.a. na tarde de sexta-feira (27). O Tesouro Prefixado 2026, por sua vez, oferecia um prêmio anual de 7,22%, ante 7,38% a.a. anteriormente.

Com relação aos papéis indexados à inflação, o juro do título com vencimento em 2026 cedia de 3,83% para 3,66% ao ano, enquanto o Tesouro IPCA+2035 pagava 4,39% ao ano, ante 4,41% a.a. na sexta-feira.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos ofertados nesta segunda-feira (30):

Fonte: Tesouro Direto

Selic deve cair mais

Na agenda do dia, o relatório Focus mostrou que as expectativas para inflação e crescimento da economia no Brasil foram novamente reduzidas. Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a projeção de alta foi cortada pela terceira vez consecutiva, de 3,04% para 2,94%, em 2020, e de 3,60% para 3,57%, em 2021.

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BlackRock vê Brasil em situação mais confortável na América Latina e aponta mercado de renda fixa como atrativo

O mesmo aconteceu com as perspectivas para a expansão do PIB brasileiro, cuja mediana das projeções recuou pela sétima vez consecutiva, desta vez, de alta 1,48% para uma contração de 0,48%.

Noticiário

Com o aumento do número de casos de coronavírus ao redor do globo, investidores absorvem o impacto das medidas para reduzir a disseminação do vírus e iniciativas para atenuar o desemprego.

No Brasil, o Senado vota hoje o pagamento de um auxílio emergencial por três meses, no valor de R$ 600, destinado aos trabalhadores autônomos, informais e sem renda fixa. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), havia confirmado a data da votação em postagem no Twitter, na última sexta-feira (27).

Nos Estados Unidos, o presidente americano Donald Trump informou ontem que as medidas de distanciamento social prosseguirão até 30 de abril no país. O prazo de quarentena também foi estendido para o mesmo período na Argentina. Já na Grã-Bretanha, ministros sugeriram que o fechamento do país pode durar seis meses.

No mundo, o número de pessoas contaminadas pela Covid-19 superou 700 mil, enquanto o número de mortos ultrapassou 30 mil. Apenas no Brasil, já são mais de 4,5 mil casos confirmados e 159 mortes.

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BlackRock vê Brasil em situação mais confortável na América Latina e aponta mercado de renda fixa como atrativo

SÃO PAULO – Atento às medidas monetárias e fiscais anunciadas no mundo até agora e à espera de seus desdobramentos sobre as economias, Axel Christensen, estrategista-chefe de investimento na América Latina da BlackRock, se prepara, assim como outras instituições, para uma recessão no primeiro semestre, mas avalia que uma forte recuperação poderá ser vista a partir de 2021. Tudo depende da evolução da própria epidemia de coronavírus, mas também das políticas que têm sido implementadas.

Em entrevista ao InfoMoney, Christensen, que fica baseado em Miami, assinalou que o Brasil pode estar em uma situação mais confortável que os vizinhos, dada a dependência de outros países do petróleo ou por sua fragilidade econômica antes da crise.

Ainda que investidores estejam atualmente recorrendo a ativos mais seguros, como os Treasuries americanos, o estrategista espera uma virada em algum momento para papéis de maior risco, o que poderá beneficiar o mercado brasileiro.

“O Brasil está apresentando uma posição muito atrativa no mercado de juros. No curto prazo, as taxas estão muito baixas, mas, olhando para a parte média e longa da curva, o mercado está definitivamente com um rendimento atrativo”, afirmou.

Confira a seguir os principais trechos da entrevista.

Qual a avaliação da BlackRock sobre a dimensão dessa crise e o cenário-base para as economias?

Estamos em uma situação ambígua: é uma crise de saúde, uma pandemia muito séria, não só porque está causando um aumento do número de mortes no mundo, mas também porque é muito difícil de conter. Essa é a parte mais importante. E, em segundo lugar, há consequências econômicas.

Nossa avaliação é que, se não virmos um número negativo nos primeiros dois trimestres deste ano, será muito perto. Provavelmente estamos vendo uma recessão no primeiro semestre do ano. Será que veremos certa contenção da epidemia no fim deste semestre ou no início do próximo ano?

Dependendo das medidas econômicas que temos visto por bancos centrais e do lado fiscal, poderemos estar preparados para uma forte recuperação. Talvez não nos leve ao nível antes da crise, mas as coisas podem se alinhar para alguma recuperação no fim do ano. Dependemos de certas condições para isso acontecer. Em primeiro lugar, a epidemia precisa estar de certa forma contida.

Em resumo, será uma recessão muito muito forte, esperamos que curta, e veremos se as políticas econômicas em curso vão nos ajudar a recuperar. Mas a retomada será bem desorganizada, nem tudo vai se recuperar imediatamente, e alguns setores provavelmente terão muito mais desafios e danos permanentes.

O que pode ser feito para conter a crise em termos de medidas monetárias e fiscais? O que é mais eficiente?

Os bancos centrais têm sido muito proativos, acho que aprenderam muito com as crises de alguns anos, e vieram com medidas muito fortes. O foco agora está no balanço de riscos. Vimos intervenções significativas, o que o Fed anunciou esta semana é praticamente uma intervenção ilimitada.

O que os bancos centrais fizeram é muito importante, porque não podemos ter uma recuperação econômica muito forte sem os mercados financeiros funcionando de maneira apropriada. O que estamos vendo na combinação de políticas econômicas é essencial. Precisamos dos bancos centrais provendo continuidade de crédito. Ele está disponível e agora a parte mais difícil é se as ações de políticas fiscais serão efetivas.

E como fica a situação dos mercados emergentes neste contexto?

Infelizmente os mercados emergentes certamente terão uma situação difícil por vários aspectos, como em relação a quão dependentes são do crescimento global. Como a economia caminha para uma recessão, exportadores de insumos e commodities serão afetados.

O petróleo é um caso específico, porque, além da redução do preço, teve uma questão de Arábia Saudita e Rússia jogando os preços para níveis inimagináveis, machucando ainda mais economias emergentes dependentes da commodity, várias delas na América Latina, como Venezuela, Equador e Colômbia.

Há também o contágio financeiro, com um movimento muito grande de risk off machucando os ativos financeiros dos mercados emergentes. E algo que é bastante crítico para os emergentes são as moedas.

O real desvalorizou significativamente em relação ao dólar, com um impacto sobre a economia real e sobre a volatilidade dos mercados.

Dessa forma, infelizmente, se há um grande impacto em mercados desenvolvidos, há dois ou três tipos em emergentes. E, acima de tudo, não há necessariamente o mesmo espaço do lado fiscal para ajudar as economias a se recuperarem. Esses países já têm níveis elevados de endividamento, com déficits antes da crise.

A bolsa brasileira tem perdido mais que outras e há uma grande preocupação com a economia. Qual é a avaliação da BlackRock sobre o país neste momento?

Depende um pouco do perfil do investidor. Por exemplo, um investidor global está olhando para o Brasil neste momento com a visão de que o país não está em uma situação perfeita, mas está de certa forma estável, pelo menos alguns problemas que já deixaram o investidor nervoso tiveram progressos, com o programa fiscal em curso pelo governo. Não é perfeito, não é totalmente o recomendado, mas mudou um pouco a visão da coisas.

Alem disso, os juros já estavam baixos e as pessoas tiveram tempo para digerir, e uma taxa de câmbio mais enfraquecida ajudou.

O Brasil está apresentando uma posição muito atrativa no mercado de juros. No curto prazo, as taxas estão muito baixas, mas, olhando para a parte média e longa da curva, o mercado está definitivamente com um rendimento atrativo.

Pelo lado de ações, talvez para quem tiver um universo mais amplo para escolher, vemos que a América Latina em geral, Brasil inclusive, está parecendo menos atrativa em termos de recuperação do que a Ásia. Mas os valuations, que foram uma preocupação no Brasil no início do ano, certamente voltaram a níveis muito mais atraentes.

Se olharmos só para a região da América Latina, em base relativa, provavelmente o Brasil tem uma posição mais atrativa que países mais dependentes do petróleo ou países que já entraram nessa situação de pandemia com uma economia mais fraca.

Se você pudesse dar um conselho para o investidor neste momento, o que recomendaria?

Este é um bom momento para investidores entenderem de verdade seu perfil. Algumas vezes, quando o mercados está normal, ou, mais ainda, quando é um ótimo ano, como no ano passado, muita gente acredita que pode tolerar níveis de risco mais altos. E essas pessoas chegam a uma situação em que não estão dormindo bem, estão muito nervosas, não conseguem racionalizar e se segurar aos fundamentos da companhias.

Acho que esses investidores devem se sentar com seus assessores financeiros ou quem quiserem para reconsiderar seu verdadeiro perfil de risco. E entender que os mercados hoje não refletem necessariamente os fundamentos de longo prazo.

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Por que agora não é a hora de vender suas cotas

índices gráfico bolsa mercado alta baixa coronavírus covid-19

Atualização e esclarecimento: Mudamos o título deste texto e do episódio. Embora muitos tenham concordado com a ideia, também houve quem não gostasse. Nosso intuito é e sempre foi promover educação financeira e estimular o debate de maneira saudável, por isso decidimos que essa era a melhor decisão. Ressaltamos que o conteúdo do episódio permanece o mesmo e não acreditamos que vender suas cotas agora seja uma boa decisão. Paz.

Com o mercado passando por uma crise que já fez o Ibovespa perder 37% do valor desde seu início, será que podemos ter “raiva” dos nossos gestores de fundos? Essa discussão está rolando solta do Twitter, com direito aos haters mal-educados de sempre. Por isso, neste segundo episódio em home studio do Stock Pickers, trouxemos dois fund pickers para opinar.

Samuel Oliveira, chefe da área de análise de fundos da XP Investimento, e Guilherme Anversa, gestor responsável pelas carteiras de fundos da XP Advisory, dois verdadeiros “sommeliers” deram suas opiniões. E ela pode ser resumida assim: depende se o gestor respeitou ou não o mandato do fundo.

E sobre o mercado como um todo? É hora de abandonar esses gestores? Não. Grandes nomes como: Warren Buffet, Ray Dalio, Howard Marks, Jim Simons, todos estão perdendo dinheiro neste momento, mas é passageiro e não muda a qualidade destes gestores.

Ou seja, você pode até estar com “raiva” desses gestores, mas dentre as suas três opções – aportar mais, manter ou vender – sem sombra de dúvidas a terceira é a pior opção. E por favor, não xingue ninguém no Twitter.

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Tesouro Direto: aumento das taxas abre oportunidades em papéis prefixados e atrelados à inflação

Notas de 100 e 50 reais

SÃO PAULO – Em um cenário de crise, quem tem sangue frio e consegue analisar com racionalidade os preços dos ativos e manter o foco no longo prazo, pode sair mais forte do que entrou. Ainda que a realização de perdas em momentos como o atual seja tentadora para parte dos investidores, receosos de que a extensão dos problemas seja ainda maior, tem sempre um grupo com mais apetite a risco, atento ao que comprar em baixa.

Nesta seara, para quem tem recurso em caixa, não é só a Bolsa que pode estar atrativa. Na renda fixa, que há algum tempo vinha deixando a desejar por conta da queda da taxa Selic, o estresse dos mercados levou a uma forte reprecificação de riscos.

As taxas pagas por títulos públicos com retornos nominais (sem descontar a inflação) chegaram à casa dos 9% ao ano, enquanto papéis com rendimentos indexados à inflação alcançaram juros reais de 5% ao ano.

Destaque para o papel Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2031, com um prêmio que chegou a 9,57% neste mês, o mais alto desde dezembro de 2018, quando o título com vencimento em 2029 pagou 9,61%.

No grupo dos pós-fixados, o papel Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2055 atingiu uma taxa máxima de 5,17% ao ano em março, de volta ao patamar de novembro de 2018 (5,20%), registrado pelo título de mais longo vencimento na época.

 

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Luiz Nazareth, diretor de investimentos da Azimut Brasil Wealth Management, conta que a gestora de patrimônio tem orientado clientes com recursos disponíveis em caixa ou com possibilidade de fazer novos aportes a buscarem papéis com juros reais e prefixados com visão de médio e longo prazo. Ainda que a estabilização da curva de juros futuros demore, o carrego das posições até o vencimento se coloca como atrativo.

A preferência de Nazareth recai sobre papéis com retornos atrelados à inflação com vencimentos entre 2026 e 2030, mas papéis prefixados com taxas próximas de 9% ao ano também podem fazer sentido ao portfólio, especialmente em meio ao cenário de uma inflação benigna.

Desde o início, a diretriz da Azimut tem sido enfatizar a necessidade de caixa dos investidores. A orientação ainda segue de manutenção das posições principalmente na parcela de risco direcional, em fundos multimercados e ações.

“Dada a irracionalidade dos mercados e a perda de parâmetros de preços, se fizermos qualquer movimento, ele poderá cristalizar um prejuízo que dificilmente conseguimos recuperar”, diz o diretor, enfatizando a falta de visibilidade.

Rogério Xavier, fundador da gestora SPX, chamou atenção em live realizada nesta quinta-feira (26) para as taxas de dois dígitos de títulos prefixados de cinco ou dez anos, assim como para o juro real de 4,5% visto recentemente nos papéis indexados à inflação. Para aqueles com caixa, Xavier assinalou que estaria olhando mais para a parte de renda fixa do que de renda variável neste momento.

“Embora a alavancagem da renda variável seja maior, hoje o mundo oferece retornos muito atrativos na renda fixa”, observou o gestor, ressaltando que enxerga muita coisa boa no mercado de crédito privado.

Otávio Vieira, sócio gestor da Taler, conta que a gestora de patrimônio também não tem recomendado aos clientes assumirem novos riscos na carteira neste momento. A casa tem sugerido a alocação em papéis de renda fixa, como Tesouro IPCA+ com vencimentos entre 2025 e 2028, com juros reais a partir de 4% ao ano.

“A aplicação e o momento de entrada são excelentes”, afirma Flavio Byron, sócio do escritório Guelt Investimentos. Ele lembra que há menos de um mês, no dia 6 de março, os papéis atrelados à inflação de vencimentos mais curtos pagavam juros anuais em torno de 2,5% e hoje os retornos estão na faixa dos 4% ao ano.

Independentemente do objetivo e do prazo de investimento, Byron destaca que há oportunidade para todos. “Tem um cardápio para todos os gostos. Quem tem menos sensibilidade À volatilidade, vai na parte curta da curva de juros; quem gosta de longo prazo e não se importa com a oscilação das taxas, vai nas mais longas”, diz.

A opinião é compartilhada por Carlo Moratelli, diretor da gestora de patrimônio More Invest, que vê os títulos públicos como uma ótima alternativa no cenário atual. “Se tem juro de sete anos pagando em torno de 9%, por que se arriscar na Bolsa?”, questiona.

Inflação benigna incentiva

Um cenário de inflação baixa e possibilidade de novos cortes da taxa básica de juros estimula a preferência de algumas gestoras por títulos prefixado, com espaço para valorização mais no curto prazo.

“Estamos aumentando o risco em juro nominal na parte curta e média da curva de juros”, afirmou Eduardo Carvalho, sócio fundador e gestor da Pacífico Gestão de Recursos, durante teleconferência realizada na terça-feira (24) pelo escritório de agentes autônomos InvestSmart.

Moratelli, da More Invest, passou a incluir nesta semana títulos prefixados na carteira da gestora de patrimônio, com preferência por papéis com vencimentos curtos e médios, até 2027.

Além dos retornos atrativos, em torno de 9% ao ano, o gestor destaca o risco de crédito praticamente nulo do Tesouro Nacional, bem como a alta liquidez dos títulos.

Caso o investidor decida vender o papel antes do vencimento, contudo, ele deve estar ciente de que os títulos estarão sujeitos às taxas do mercado no dia – o que pode garantir ganhos, no caso de queda das taxas, ou perdas, caso os juros subam. Há ainda muita volatilidade, com uma série de interrupções no Tesouro Direto desde o início da crise.

Um investidor mais conservador que não quiser ficar exposto a um papel mais longo por conta das oscilações até o vencimento, diz Moratelli, pode optar pelo Tesouro Prefixado 2023, que também paga um juro interessante, em torno de 7% ao ano.

Títulos atrelados à inflação são igualmente atraentes nesse momento, defende Damont Carvalho, gestor de fundos macro da Claritas Investimentos, por serem mais defensivos. São interessantes para os investidores que queiram manter o investimento na carteira até o vencimento.

No portfólio da Claritas, no entanto, as principais apostas de renda fixa atualmente são em papéis prefixados com vencimento no curto prazo. A intenção, de acordo com o gestor, é se beneficiar dos prováveis novos cortes de juros que o Banco Central deve ter de fazer – o que tende a valorizar títulos comprados quando as taxas ainda estavam mais altas. “Eles têm um retorno mais imediato”, sugere.

Na Verde Asset, Luis Parreiras, gestor das estratégias multimercado e previdência, contou em live realizada nesta sexta-feira (27) que tem visto bons prêmios nos títulos públicos.

Em seu fundo Verde AM Icatu Previdência FIM, a gestora possui posição comprada em NTN-Bs (Tesouro IPCA+) no meio da curva de juros, com prazos de seis a dez anos, caso dos papéis com vencimentos entre 2026 e 2028.

Há ainda posições aplicadas em juro nominal mais curto, como 2022 e 2023, exposição que o fundo carrega já há algum tempo e que, segundo Parreiras, tem se mostrado ganhadora. “O mercado de renda fixa tem muito prêmio de risco em qualquer ponto da curva [de juro] para além de seis meses”, afirma.

Alocação gradual

Por mais que haja oportunidades tanto em indexados à inflação quanto prefixados, a alocação não deve ser feita toda de uma vez, mas de forma gradual, dado o cenário ainda incerto, destaca Ana Paola Guetta, sócia-fundadora do escritório Guelt Investments.

“Se a crise se aprofundar, essas taxas podem abrir mais. Então, para entrar nesse nível que está, eu montaria a posição aos poucos, mas não deixaria de surfar essa oportunidade”, diz. Segundo ela, o investidor pode montar metade da posição para aproveitar as taxas atuais e esperar um pouco mais para comprar o restante. “É uma oportunidade ímpar.”

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Localiza, Magalu, BR Distribuidora: as ações que a Verde está comprando em meio à crise

SÃO PAULO – Com a queda dos mercados mundiais por conta dos fortes impactos econômicos da pandemia de coronavírus, a Verde Asset tem aproveitado para ir às compras de ações.

Com parcimônia, mas sem perder oportunidades, a gestora do lendário Luis Stuhlberger tem optado por aumentar as posições na bolsa americana, por meio do índice S&P 500, bem como em papéis descontados da Bolsa brasileira.

Durante teleconferência realizada pela Icatu Seguros nesta sexta-feira (27), Luiz Parreiras, gestor das estratégias multimercado e previdência, e Pedro Sales, gestor da estratégia de ações Brasil, disseram que, no Verde AM Icatu Previdência FIM, por exemplo, a posição em bolsa global, que em meados de fevereiro estava em cerca de 2%, hoje está perto dos 10%. Já o Verde AM Long Bias 70 Icatu Previdência FIM está com a exposição limite à classe de ações: 70%.

Ações preferidas

No fundo Long Bias, Sales destacou que a seleção de ativos do portfólio não sofre muitas mudanças; há, porém, um rebalanceamento com nomes que a casa gosta, de forma a aproveitar portas de entrada.

Uma das grandes posições do fundo está no segmento de varejo, que não está concentrado em uma empresa específica, mas diluído entre nomes que a Verde considera “excelentes oportunidades”, buscando captar a recuperação nos próximos meses. Entre os papéis, Sales citou Vivara, Hering, C&A, Magazine Luiza e Mercado Livre.

O fundo também possui uma posição relevante em companhias de aluguel de carro, com grande participação de Localiza e menor em Locamerica. Há ainda BR Distribuidora que, na visão de Sales, oferece uma oportunidade “excepcional”. “Para voltar para o preço anterior, o papel teria que subir 100%. Então dá para ter uma alta muito relevante”, diz.

No setor financeiro, a preferência da Verde é pela ação da Bolsa brasileira, a B3, que, segundo Sales, tem navegado muito bem neste cenário de crise, com aumento no volume negociado. Demais posições no segmento incluem XP Inc., Banco do Brasil, Bradesco e Itaú Unibanco.

Em commodities, as blue chips Vale e Petrobras são as escolhidas, enquanto, no setor de planos de saúde, Sales mencionou NotreDame Intermedica, SulAmerica e Hapvida – ações que apresentaram uma queda relevante e nas quais a Verde aproveitou para ampliar as posições.

Sem detalhar nomes, Sales citou o setor elétrico, visto como mais defensivo no atual cenário.

Há oportunidades ainda no segmento de shopping centers, em papéis como BR Malls e Iguatemi, que oferecem um retorno de 10% ao ano acima da inflação, comprando a ação no momento atual, diz.

Multimercados

Na estratégia multimercado, Parreiras assinala que a preferência por ações americanas nos fundos multimercado da casa se deve ao espaço que os EUA ainda têm para fazer tanto políticas de taxas de juros quanto fiscais. Além disso, permite a compra das melhores empresas do mundo, aquelas com mais resiliência e geração de caixa que vão se sair melhor da crise, diz.

Em renda fixa, o fundo tem uma posição comprada em NTN-Bs (Tesouro IPCA+) no meio da curva de juros, com prazos de seis a dez anos, caso dos papéis com vencimentos em 2026 e 2028.

Há ainda posições aplicadas em juro nominal mais curto, como 2022 e 2023, exposição que o fundo carrega já um tempo e, segundo Parreiras, tem se mostrado ganhadora. “O mercado de renda fixa tem muito prêmio de risco em qualquer ponto da curva [de juro] para além de seis meses”, afirma.

O hedge (proteção) do fundo se dá por uma posição de 2% comprada em dólar. Esta, contanto, não é aumentada pela visão da Verde de que a moeda americana já está muito cara. “Prefiro alocar mais risco onde vejo mais potencial de ganho, e é no mercado acionário e, de alguma medida, no mercado de juros”, argumenta.

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Latitud: Um empreendimento “padrão Barra”

Latitud

Um bairro abençoado pela natureza, seguro, com vida cultural em alta, um bom sistema de transporte público e localizado em uma das maiores metrópoles do país.

O encontro feliz destes atributos ocorre na charmosa Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.

Longe do burburinho de pontos turísticos tradicionais, como Leblon e Ipanema, a Barra nos últimos anos passou por uma intensa transformação e é hoje umas regiões mais cobiçadas do Rio de Janeiro tanto para lazer quanto moradia.

De uma intensa programação ao ar livre, com belas praias e parques, a espaços culturais importantes, como a Cidade das Artes, a Barra vem se consolidando como um dos pontos mais valorizados do Rio de Janeiro.

Os marcos desta mudança, potencializada com a Olimpíada de 2016, foram a inauguração da linha quatro do Metrô, que vai até a zona sul carioca, novas linhas do BRT, além de melhorias na malha viária com largas e modernas avenidas.

A Barra, que já era conhecida pelos condomínios de alto padrão e pelos shoppings fechados, atraiu espaços culturais e gastronômicos importantes agora com a maior facilidade de acesso ao bairro.

Localizada entre dois maciços de montanhas e o Oceano Atlântico, que tornam a Barra bonita de qualquer ângulo, o lazer mais óbvio do local são suas praias que atendem aos gostos mais variados.

Ela conta com 18 km de extensão com trechos calmos, tipo família e mar tranquilo, e outros de intensa badalação, como o Pepê.

Com tantas atrações, a Barra é considerada uma espécie de “Miami Brasileira”, objeto de desejo não apenas nos momentos de férias e lazer, mas também como residência.

A mais nova oportunidade de fincar os pés no bairro, iniciativa da RJZ Cyrela, une localização privilegiada e um projeto moderno.

“O empreendimento de alto padrão que estamos lançando é um produto premium em um local premium e desejado, conta com diferenciais que conferem valor ao produto”, comenta Aloisio Carlos, coordenador de e-business da RJZ Cyrela.

O Latitud

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O Latitud Condominium Design, em fase de lançamento, fica na Avenida das Américas, um ponto privilegiado do bairro.

Com apartamentos de 3 e 4 quartos, de 120m² a 187m² de área nos apartamentos, 180m² a 372m² nas coberturas lineares e foco nas famílias de alta renda, a escolha da localização do Latitud foi cuidadosa.

No entorno, com uma caminhada de apenas seis minutos, estão colégios importantes como o Santo Agostinho e a Escola Americana, o Campo Olímpico de Golfe e a Escola de Futebol do PSG.

“A concepção interna do Latitud inclui ainda serviços facilitadores do dia a dia como concièrge e central de encomendas cada vez mais demandados pelas famílias”, acrescenta o executivo.

Dentro da tendência de uso compartilhado de produtos e serviços, o Latitud oferece uma central de ferramentas, um shuttle exclusivo para levar os moradores até a estação de metrô e outro de balsas, que conduzem os moradores à praia da Barra, passando pela Lagoa de Marapendi.

No bicicletário, há compressor, tomada para recarga de bikes elétricas e bancada para consertos.

Nos 12 mil m² de área de lazer (indoor e outdoor), o Latitud vai além dos espaços tradicionais, como piscina, salão de jogos e festas, incluindo pool house, um Mega Aqua Play na piscina infantil, quadra recreativa e de areia, coworking e espaço pet.

Aliar, portanto, um novo estilo de vida ao já conhecido padrão Barra de alta qualidade.

Quer saber mais sobre o Empreendimento Latitud? Clique aqui! 



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Tesouro Direto: confira os preços e as taxas dos títulos públicos nesta sexta-feira

notas de 100 e 50 reais

SÃO PAULO – Com investidores avaliando o impacto das medidas de socorro dos governos e o aumento da extensão da pandemia do coronavírus, com o novo epicentro nos Estados Unidos, as taxas dos títulos públicos negociados via Tesouro Direto operavam sem movimento definido na tarde desta sexta-feira (27).

Ao contrário dos dias anteriores, em que o programa atravessou diversas paralisações, hoje, a plataforma foi suspensa apenas uma vez, por volta das 12h20.

Entre os papéis indexados à inflação, o título com vencimento em 2026 pagava um juro real de 3,83% ao ano, ante 3,85% a.a. na tarde de quinta-feira (26). Já o prêmio do Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2055 avançava de 4,42% para 4,48% ao ano.

Com relação aos papéis prefixados, o juro do título com vencimento em 2023 avançava de 5,63% para 5,69% ao ano, enquanto o Tesouro Prefixado 2026 pagava 7,38% ao ano, ante 7,43% a.a. ontem.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos ofertados nesta sexta-feira (27):

Fonte: Tesouro Direto

Noticiário

Hoje, investidores monitoraram os efeitos dos estímulos anunciados por governos, bem como o avanço do número de casos da doença, que segue em forte escalada. No mundo, já são cerca de 530 mil pessoas infectadas pela Covid-19..

Nos Estados Unidos, a Câmara dos Deputados aprovou hoje um pacote de ajuda de US$ 2,2 trilhões – o maior da história americana– para ajudar indivíduos e empresas a lidar com a crise econômica causada pelo coronavírus, bem como fornecer suprimentos médicos a hospitais. Agora, o pacote segue para a sanção do presidente americano Donald Trump.

Com o número de infectados pela Covid-19 superando os 85 mil nos EUA nesta manhã, o país se tornou o novo epicentro da doença, superando o número de casos de coronavírus na China.

No Brasil, a Câmara dos Deputados aprovou um repasse mensal de R$ 600 a trabalhadores informais e pessoas com deficiência que ainda aguardam na fila de espera do INSS até a concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Para começar a valer, o texto precisa ser apreciado pelo Senado Federal.

Outra medida foi anunciada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que ampliou o escopo das fintechs para enfrentar o impacto do vírus, permitindo que operem como Sociedades de Crédito Direto (SDC), podendo emitir cartões de crédito.

Já a Caixa Econômica Federal reduziu a taxa de juros do parcelado do cartão de crédito de 4,9% para 2,9% ao mês. Segundo o presidente do banco, Pedro Guimarães, instituição avalia “reduzir ainda mais a taxa”.

Até a tarde desta sexta-feira (27), o Brasil registrava 92 mortes e 3.417 casos de Covid-19.

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Com foco em minimizar riscos, Xavier, da SPX, recomenda cautela: “não dá para ser incisivo em nenhuma posição agora”

SÃO PAULO – Com um tom cauteloso e deixando claro que o cenário segue incerto para as economias e o mercado financeiro, Rogério Xavier, fundador da gestora SPX, recomendou aos investidores tomarem cuidado, terem pouco risco, e sinalizou que o melhor, por ora, é aguardar.

“Temos evitado ter posições direcionais muito expressivas, porque achamos que o mais importante neste momento é cruzar o rio. Achamos que, se chegarmos vivos do outro lado da margem, as oportunidades que vão surgir após uma estabilização do mercado vão continuar lá e vão nos dar muito mais segurança para entrar no mercado e tentar ganhar dinheiro, do que entrar agora sem saber se ele chegou ao fundo do poço ou não”, disse Xavier, em live feita na noite desta quinta-feira com Beny Podlubny, head da XP Private.

Segundo Xavier, o portfólio da SPX está tentando evitar riscos, com foco na preservação de capital. Dessa forma, a gestora não tem posições direcionais em Bolsa ou em juros, o que não quer dizer que os preços não possam estar convidativos.

O fundador da gestora chamou a atenção para as taxas de dois dígitos de títulos prefixados de cinco ou dez anos, assim como para o juro real de 4,5% visto recentemente nos papéis indexados à inflação. Para aqueles com caixa, Xavier assinalou que estaria olhando mais para a parte de renda fixa do que de renda variável neste momento.

“Embora a alavancagem da renda variável seja maior, hoje o mundo oferece retornos muito atrativos na renda fixa”, observou o gestor, ressaltando que enxerga muita coisa boa no mercado de crédito privado.

O ponto é que, com tamanha incerteza no horizonte, Xavier acredita que não dá para ser incisivo em nenhuma posição neste momento. E enxerga como um aspecto potencialmente positivo o processo de aprendizado na crise, que pode ajudar a conter um pouco da euforia nos mercados.

Hora de ação grande e incisiva

Na transmissão, Xavier também comentou sobre a atuação dos governos e disse ser precipitado traçar qualquer cenário para a economia brasileira, cuja situação vai depender do tamanho da ajuda federal, assim como seu alcance e sua velocidade.

“É prematuro dizer qualquer coisa, porque, se não acontecer nada, a economia brasileira tem um risco grande de colapsar”, afirmou. “Acho que é hora de ação, e uma ação grande e incisiva.”

Em sua avaliação, o Banco Central brasileiro precisa atuar em quatro blocos: crédito, liquidez, capital dos bancos e preços de mercado.

Para Xavier, o sistema está irrigado em termos de liquidez, mas, na parte de crédito, é preciso aliviar o risco que as instituições financeiras carregam.

“Minha sugestão ao BC é que ele ou o Tesouro Nacional criem um fundo em que compartilhem risco, porque, de alguma maneira, você vai ter que aliviar o setor financeiro”, comentou o gestor, indicando que ações como essa têm sido adotadas nos pacotes anunciados nos Estados Unidos e na Alemanha.

Xavier ainda defendeu que o governo, via Tesouro, faça intervenções no mercado de taxa de juros de longo prazo para que os prêmios caiam, com o objetivo de reduzir o custo do crédito, e que o BNDES também seja um instrumento utilizado neste momento.

“Acho que há um estigma de que os bancos públicos foram usados no governo passado irresponsavelmente e de maneira indevida. Acho que esse é justamente o momento de usar esses bancos”, defendeu Xavier.

Com relação ao pacote de estímulo trilionário americano, o fundador da SPX também ponderou que é preciso avaliar ainda a extensão da crise para julgar sua eficácia.

Aprendizados em tempos de crise: uma série especial do Stock Pickers com as lições dos principais nomes do mercado de ações. Assista – é de graça!

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Dez gestores contam quais ações estão comprando na crise do coronavírus

SÃO PAULO — A escalada do coronavírus derrubou os mercados de ações globais. Diante das perdas, os investidores pessoas físicas — muitos deles enfrentam sua primeira crise na Bolsa — ficaram em dúvida se deveriam aproveitar o mergulho do Ibovespa para ir atrás de oportunidades.

O InfoMoney conversou com 10 grandes gestoras para saber quais ações elas estão comprando nesse período de tensão nos mercados e por quê. Os especialistas também fizeram análises sobre o que esperar daqui para frente. Veja os relatos abaixo.

Mauá Capital

Em entrevista ao InfoMoney, Renato Ometto, gestor de renda variável da Mauá Capital, disse que o patrimônio do fundo de ações da casa está 99% investido. Segundo ele, mesmo diante da perda de cerca de 40% com a crise, o fundo tem encontrado boas opções para investir e adequar sua carteira ao novo cenário.

“A Bolsa pode não ter visto ainda o fundo do poço, mas existe muito valor nos ativos que estamos investindo. Quem tiver estômago, paciência e condição, é um bom mercado para risco e retorno. Agora, se você não entende, não aguenta perdas e depende desse dinheiro, não coloque na renda variável. Tem que ter essa educação financeira muito regrada”, disse.

“Começamos o ano com o portfólio sem grandes bancos, sem empresas de commodities, com a exceção da Suzano (SUZB3), que é exposta ao dólar e estava descontada. Nossa carteira estava focada no mercado doméstico, com a diminuição do desemprego, o aumento da renda e o começo de melhora do PIB, além da taxa de juros super convidativa para as pessoas redimensionarem os níveis de risco.”

Com o coronavírus, o gestor contou que promoveu adaptações em seu portfólio, se desfazendo de posições em alguns papéis e reduzindo a exposição em outros para comprar ações que acabaram ficando baratas com a queda generalizada causada pelo avanço da Covid-19 no mundo.

A Mauá desfez suas posições em Gol (GOLL4), Usiminas (USIM5) e Via Varejo (VVAR3), e reduziu sua exposição a algumas empresas do setor de varejo, que deve sentir um impacto negativo com as medidas de isolamento social adotadas para combater o avanço do vírus no país. Com o dinheiro, a gestora comprou papéis de CPFL (CPFE3), Raia Drogasil (RADL3), Itaú (ITUB4), Vale (VALE3) e Rumo (RAIL3).

“Tivemos a epidemia do vírus e o choque do petróleo. Nos últimos 45 dias, a gente passou a enxergar muito valor em algumas empresas que até então o valuation não nos permitia comprar porque estavam caras”, disse. “Entramos em empresas com tranquilidade de caixa/balanço e situação financeira para aguentar esse período adverso que a gente não sabe quanto tempo vai durar.”

“A gente comprou Itaú, pagando 6% a 7% de dividendos. Os bancos grandes passaram a ter um valuation até menor que em 2008 [na crise do subprime]. A gente julgou ser um risco/retorno muito mais seguro do que uma empresa mais dependente da economia de curto prazo”, explicou o gestor da Mauá.

Ometto falou que a gestora reduziu sua exposição ao setor de varejo, já que as pessoas vão reduzir o consumo de bens supérfluos. “Mesmo assim, a Magazine Luiza (MGLU3) segue sendo a principal exposição da nossa carteira. Ela sofreu bastante. O preço da ação saiu de R$ 68 para quase R$ 30. Acreditamos que ela vai se beneficiar do e-commerce durante a crise do coronavírus.”

As maiores exposições da carteira da Mauá, por ordem, são Magazine Luiza (MGLU3), Eztec (EZTC3), JBS (JBSS3), NotreDame Intermédica (GNDI3), CCR (CCRO3), Raia Drogasil (RADL3), Vale (VALE3), Itaú (ITUB4), Lojas Renner (LREN3) e CPFL (CPFE3). “Todas têm uma posição de caixa confortável”, concluiu o gestor.

Gauss Capital

Em entrevista ao InfoMoney, Jorge Junqueira, sócio da Gauss Capital, disse que a casa está posicionada em três papéis principais neste período adverso ao mercado. O primeiro deles é a Via Varejo (VVAR3). “É um case que acompanhamos há bastante tempo e que no início das preocupações com o fechamento de lojas e shoppings fez o papel retornar a próximo de R$ 4 por ação”, disse.

“Estressando os nossos números e projeções, mesmo avaliando um cenário negativo de maior período de lojas fechadas, mesmo a dinâmica das vendas online se reduzindo e a economia mais fraca, a companhia ainda apresentava um balanço forte o suficiente para honrar com seus vencimentos e capital de giro. Adicionalmente, mesmo nesse caso a companhia estava negociando a múltiplos abaixo de seus históricos. Dessa forma, voltamos a montar posição relevante na empresa”, completou.

Outra empresa que a Gauss possui em sua carteira é a Azul (AZUL4). “Consideramos a Azul a companhia aérea brasileira com melhor execução operacional. Adicionalmente, sua malha incorpora trajetos de lazer e executivos, o que mostra a necessidade da empresa.”

“Analisando o balanço da empresa e as ações tomadas pela diretoria, sentíamos confiança de que as medidas necessárias estavam sendo tomadas para superar os problemas de curto prazo. A crise afetou o setor aéreo como um todo e entendemos que, por essa razão, medidas de apoio deveriam ser tomadas pelo governo. Por isso, vimos uma boa oportunidade de investimento na ação”, afirmou Junqueira.

Já a terceira aposta da Gauss no momento de crise é a Sulamérica (SULA11). “A empresa começou a nos chamar a atenção quando desinvestiu do negócio de seguro de veículos e decidiu se concentrar no segmento de seguros de saúde.”

“Porém, o coronavírus levou a uma grande preocupação com o setor de saúde e o potencial aumento da sinistralidade. Olhando o histórico de surtos de gripe, vimos que o setor de saúde demonstrava a recuperação mais rápida, além de haver sempre uma reação excessiva negativa no primeiro momento com o setor. Percebemos assim um bom momento de entrada como acionistas da empresa”, concluiu Junqueira.

Forpus Capital

Em entrevista ao InfoMoney, o gestor da Forpus Capital Luiz Nunes apontou duas posições long (compradas) e uma posição short (vendida) da casa. Uma das posições long é a ação da Cosan (CSAN3), “que é um player de crescimento interno sem estatais”, segundo Nunes.

“As estatais vão acabar sendo usadas como subsídio para a retomada da economia”, explicou o gestor. “Eventualmente, as utilities vão ser usadas para isso. Vão promover descontos ou isenções nas contas de energia, por exemplo.”

Segundo Nunes, a Cosan hoje em dia é uma empresa mais globalizada, não somente uma usina, que consegue se beneficiar da retomada local sem ter intervenção do governo em suas operações, o que prejudicaria muito.

“A gente gosta também de banco Itaú (ITUB4), que está bastante descontado. Com o potencial aumento de juros no médio e longo prazos, já que o atual patamar logo vai ter peso sobre a inflação, os bancos tendem a se beneficiar”, disse.

Já a posição short da casa é o papel do Pão de Açúcar (PCAR3). “Foi uma ação que não sofreu com o coronavírus, muito pelo contrário, acabou se desempenhando bem porque os supermercados ficaram abertos. Não tem uma parte online tão relevante, mas tem. Acabou tendo uma explosão de demanda porque algumas pessoas estavam fazendo estoques e isso beneficiou a ação que, agora, deve devolver um pouco.”

Alaska Asset

Em transmissão ao vivo via Instagram na quinta-feira (12), o gestor do fundo Alaska Black Henrique Bredda, ao lado dos sócios Ney Miyamoto e Luiz Alves Paes de Barros, afirmou que segue confiante com os fundamentos das empresas, especialmente nas expostas ao mercado doméstico.

Segundo Bredda, as carteiras estão com posições 100% compradas em ações e a asset tem aproveitando o momento atual apenas para fazer um pouco de rebalanceamento. Posições como Magazine Luiza (MGLU3), Aliansce Sonae (ALSO3) e Cogna (COGN3) têm sido privilegiadas nos fundos de ações, com certa diluição de papéis ligados a commodities.

Nos fundos long only e de BDRs, as carteiras também estão constituídas apenas com ações, sendo as principais posições ainda em Klabin (KLBN4), Magazine Luiza (MGLU3), Cogna (COGN3), Aliansce (ALSO3), Braskem (BRKM5) e Rumo (RAIL3).

De acordo com os sócios da Alaska, as posições em papéis menos líquidos, como Valid (VLID3), Marcopolo (POMO4) e São Carlos (SCAR3), respondem por uma fatia entre 12% e 15% dos fundos.

Brasil Capital

André Ribeiro, sócio e gestor da Brasil Capital, contou em entrevista ao InfoMoney que a casa tem feito mudanças pontuais em seu portfólio, que segue com as ações de Petrobras (PETR4 ; PETR3), Rumo (RAIL3) e Cosan (CSAN3) entre as maiores posições do fundo.

Na sequência aparecem nomes como Aliansce (ALSO3), Alupar (ALUP4), B3 (B3SA3), Yduqs (YDUQ3) e SulAmérica (SULA11) que, segundo ele, teriam condições de, no pior cenário, passar seis meses sem receita por conta da crise.

Bogari Capital

Com um caixa aproximado de 10% no início do ano, a Bogari Capital aproveitou a queda das ações para realizar alocações graduais, reduzindo a posição mais líquida para algo em torno de 4%.

“Achamos hoje que os preços estão muito bons, adoraríamos estar com mais caixa para fazer alocações relevantes neste momento”, afirmou Felipe de Luca, sócio e gestor da Bogari Capital, em entrevista ao InfoMoney.

Segundo ele, a casa tem optado por aumentar a exposição em ações já presentes no portfólio, que têm probabilidade de entregar resultados altos aos acionistas no atual nível de preço.

Entre as principais posições, de Luca cita NotreDame Intermédica (GNDI3) como maior destaque, seguida de Alpargatas (ALPA4), Cosan (CSAN3), Eneva (ENEV3) e Pão de Açúcar (PCAR3).

Em meio à forte queda da Bolsa no ano, os fundos Bogari Value FIC FIA e Bogari Value Q FIC FIA foram reabertos para captações na última quinta-feira (19). Os dois estavam fechados desde o início de janeiro.

Dynamo

A Dynamo, uma das gestoras de fundos de ações mais antigas do Brasil, também tem aproveitado para ir às compras. “Não sabemos dizer se as ações vão cair mais ou não, mas os preços começam a chegar em patamares que julgamos bastante interessantes”, afirmou a gestora à Bloomberg.

Ao longo das últimas semanas, a Dynamo ampliou a sua posição em Natura (NTCO3), Alpargatas (ALPA4), Localiza (RENT3), Ultrapar (UGPA3) e Vale (VALE3). “Entendemos que são bons investimentos a médio prazo. São companhias capitalizadas e bem administradas, que nos permitem navegar quase que em qualquer cenário.”

HIX Capital

“Estamos praticamente 99% investidos e creio que este seja o maior nível desde quando a HIX começou”, afirmou Gustavo Heilberg, gestor da HIX Capital durante teleconferência realizada pelo Stock Pickers, na quarta-feira (25).

Entre as principais apostas, o gestor cita as elétricas Eneva (ENEV3) e AES Tietê (TIET4), as duas maiores posições do fundo HIX FIA atualmente.

“O impacto do coronavírus sobre a Eneva é praticamente zero. O único impacto que poderiam argumentar é custo de capital, o risco país e a mudança na taxa de desconto, porque ela tem receita contratada com volume e preço definido. Mas é um negócio resistente a crises”, justifica.

Com a terceira maior posição, a fabricante de alimentos Camil (CAML3) também foi ampliada nos últimos dias. “As pessoas vão continuar comendo. Talvez comam menos fora e mais em casa, o que as levará mais aos supermercados. E a Camil está conseguindo operar superbem. Conversamos com a companhia esses dias, e estamos muito tranquilos”, afirma.

Apesar de o impacto da crise já ser sentido em nomes como Centauro (CNTO3), Burger King (BKBR3), Jereissati e Iguatemi (IGTA3), Heilberg destaca a posição confortável das companhias, que passaram a integrar a carteira do fundo recentemente.

“Sobre o Burger King, as pessoas vão voltar a comer hambúrguer no dia em que a crise acabar. Jereissati e Iguatemi são outros. Se os shoppings ficam fechados por um ano, o impacto nos papéis deveria ser da ordem de 5%, mas eles caíram 50%, 60%”, diz.

Com um cenário mais desafiador, contudo, Heilberg destaca que o fundo tem diversificado mais do que o costume, abrigando cerca de 30 nomes no portfólio, com participação individual máxima de 10%, ante 20% anteriormente.

“Tem muita coisa atrativa. Está mais fácil achar o que você quer comprar do que o que não quer comprar. É o inverso do que tínhamos em janeiro. Não à toa, tínhamos mais caixa naquele momento”, diz o gestor da HIX.

NCH Capital

Utilizando-se de um caixa de 30% por conta das alterações feitas na carteira no fim do ano, a NCH Capital tem aumentado a posição em papéis já presentes no portfólio. É o caso de nomes como B3 (B3SA3), Banco do Brasil (BBAS3), Weg (WEGE3), Totvs (TOTS3), BB Seguridade (BBSE3) e JBS (JBSS3).

“Estamos ativamente comprando ações desde quinta-feira, aumentamos nossa exposição novamente”, contou James Gulbrandsen, CIO da NCH Capital.

Versa

Para aproveitar as “pechinchas” do mercado, a Versa consumiu boa parte do caixa aumentando as posições em papéis nos quais já eram acionistas, como Banco do Brasil (BBAS3) e BR Properties (BRPR3).

“As ações começaram a ficar ridiculamente baratas, estamos numa baita promoção”, afirmou Luiz Fernando Alves Junior, gestor da Versa.

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Dynamo está comprando “todos os dias”, de Vale à Natura

(Bloomberg) — A Dynamo, uma das gestoras de fundos de ações mais antigas e respeitadas do Brasil, está aproveitando para ir às compras em meio a uma turbulência que levou o mercado acionário local ao menor nível em quase três anos.

“Temos comprado ações todos os dias”, disse a Dynamo, em comentários enviados por e-mail. “Não sabemos dizer se as ações vão cair mais ou não, mas os preços começam a chegar em patamares que julgamos bastante interessantes.”

Ao longo das últimas semanas, a gestora ampliou a sua posição em Natura, Alpargatas, Localiza, Ultrapar e Vale. “Entendemos que são bons investimentos a médio prazo. São companhias capitalizadas e bem administradas, que nos permitem navegar quase que em qualquer cenário.”

Com cerca de R$ 11 bilhões sob gestão, a Dynamo reabriu o Dynamo Cougar para captação pela primeira vez em cerca de nove anos neste mês. A gestora conseguiu levantar R$ 1 bilhão por parte dos investidores em menos de 24 horas.

O fundo registra um retorno anualizado de cerca de 46% desde a sua criação em 1993, contra um retorno anualizado de 28% do Ibovespa no mesmo período, de acordo com dados compilados pela gestora.

Para a Dynamo, os preços dos ativos não estão racionais e devem ficar assim por mais um tempo.

“Temos convicção de que não vamos acertar o timing do bottom”, disse a gestora. “Mas os preços já estão ficando interessantes e no longo prazo algumas companhias devem sair até mais fortalecidas da crise.”

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