Em meio a incertezas, investidores veem recessão e reduzem alocação em Bolsa em mercados emergentes

SÃO PAULO – Em um ambiente de maior aversão a risco nos mercados, a posição “overweight” (acima da média do mercado, equivalente à compra) de investidores globais em ações de países emergentes registrou em março sua maior queda mensal desde julho de 2018, para 17%. É o que mostra a pesquisa “Global Fund Manager”, elaborada pelo Bank of America com gestores de recursos, feita entre os dias 6 e 12 deste mês.

Isso porque, na tentativa de entender o tamanho dos impactos do coronavírus sobre a economia, investidores têm optado por reduzir a fatia alocada em risco, dando preferência a ativos mais líquidos e a papéis mais defensivos, como bonds (títulos de dívida) e nomes dos setores de utilities (serviços públicos) e saúde.

Mas não é só nos mercados emergentes que os investidores têm preferido reduzir a alocação em Bolsa. De acordo com o BofA, o colapso no apetite ao risco levou à maior queda mensal na alocação de ações globais já registrada (com uma série iniciada em 2001).

Além disso, 35% dos entrevistados estão com posição “underweight” (abaixo da média do mercado, equivalente à venda) em ações globais, a pior alocação em seis meses.

Diante de um cenário ainda incerto, 33% dos participantes afirmaram não estar aumentando o risco da carteira. O resultado contrasta com o de janeiro deste ano, quando a pesquisa registrou o maior apetite a risco dos gestores desde março de 2018.

Segundo o BofA, com o aumento das expectativas de uma recessão no horizonte, 49% dos entrevistados esperam uma deterioração do crescimento da economia global nos próximos 12 meses – a maior queda mensal na expectativa na história do levantamento.

Entre os principais riscos no horizonte, o coronavírus aparece em primeiro lugar, com 58% dos votos. Na sequência, aparece a impotência das políticas monetárias, seguida pelo resultado das eleições presidenciais nos Estados Unidos e o surgimento de uma bolha no mercado de bonds.

Divulgada mensalmente, a pesquisa do BofA consultou na edição de março 207 gestores com US$ 571 bilhões em recursos sob gestão.

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Por que fundos imobiliários resistem melhor que ações ao estresse do coronavírus

SÃO PAULO – Em meio à histeria causada pela pandemia de coronavírus, o circuit breaker foi acionado pela primeira vez na B3 em 9 de março. O Ibovespa encerrou aquele dia com queda de 12,16%. Já o Ifix, que reúne os principais fundos imobiliários do país, recuou 3,54%. O sistema voltou a ser acionado dois dias depois, pregão em que o Ibovespa recuou 7,62% – e o Ifix, 1,83%.

Os negócios voltaram a ser interrompidos nesta segunda-feira (16), e o placar ficou em -13,91% para o Ibovespa contra 4,62% para o Ifix. Para Arthur Vieira de Moraes, especialista em fundos imobiliários e professor do InfoMoney, os resultados são claros: “Eles reforçam como os fundos imobiliários são menos voláteis e mais resilientes que as ações”.

Há motivos objetivos para isso. Um deles é o fato de que o lastro dos FIIs costuma ser formado por imóveis de tijolo, muito mais simples para entender do que o emaranhado de atividades operacionais e financeiras que uma empresa normalmente tem. A razão mais importante, no entanto, se resume em uma outra palavra: previsibilidade.

Avaliar o preço de um ativo – seja uma ação, sejam cotas de um fundo – envolve prever a geração de caixa e os ganhos que ocorrerão no futuro, descontá-los e, assim, estimar o seu valor presente.

Na opinião de Moraes, os resultados de uma empresa podem ser muito suscetíveis a situações de estresse. Com uma redução no consumo, o reflexo nas companhias tende a ser rápido, impactando diretamente a última linha do balanço.

Já os FIIs que alugam seus imóveis, por exemplo, costumam firmar contratos de muitos anos, ao longo dos quais a receita será mantida praticamente igual. “Essa renda, relativamente previsível e constante, ancora os preços. Não faz sentido um fundo imobiliário desabar se acredito que o rendimento do próximo mês vai ser o mesmo do mês passado”, explica.

Crise com impacto positivo sobre os FIIs?

Moraes destaca que, embora menor, o impacto nas cotas de FIIs existe. Mas as medidas que devem ser tomadas para amenizar os efeitos da pandemia na economia podem ser particularmente positivos para os fundos imobiliários. Uma das possibilidades aventadas no mercado, por exemplo, são novas reduções da Selic, a taxa básica de juros brasileira. “Os FIIs têm uma correlação negativa com os juros. Quando caem, os fundos tendem a valorizar”, diz.

O importante, nesse caso, é lembrar que os rendimentos distribuídos mensalmente pelas carteiras permanecem sendo os mesmos nominalmente.

Diante do desempenho relativamente melhor dos fundos imobiliários, muitos investidores têm se perguntado se é hora de trocar as ações pelos FIIs. Pode ser que sim, mas não há uma resposta única, segundo Moraes.

Para alguns investidores, talvez o mais sensato seja fazer exatamente o contrário. Se o fundo caiu 5%, as ações da Petrobras recuaram 30% e o investidor enxerga uma perspectiva positiva para o setor de óleo o gás, por que não fazer caixa vendendo as cotas para ampliar a posição na petrolífera? “Os dois movimentos são válidos”, diz o especialista.

E o que fazer com o dinheiro novo? “Numa análise por fundamentos, é positivo comprar o que ficou com preço bom. Pode ser um ativo cotado ao preço que vale. Melhor ainda se for um ativo cotado a um preço abaixo do que vale”, diz Moraes.

Esse já é o caso de alguns fundos imobiliários – o que não significa que o mercado inteiro esteja uma barganha. “Nunca sabemos quanto tempo dura uma situação de histeria. Você pode estar coberto de razão, mas contra a maré. E contra a maré não adianta nadar.”

Moraes foi o entrevistado dessa semana do podcast “Banco Imobiliário”. Para ele, fundos focados em segmentos como galpões logísticos e torres de escritórios, além dos que investem em certificados de recebíveis imobiliários de empresas de elevada qualidade de crédito (CRIs high grade), seguem com fundamentos interessantes.

Fundos de shopping centers podem sofrer um pouco mais, por conta da redução do movimento. Mesmo assim, é importante lembrar que os aluguéis nesse segmento preveem uma parcela fixa, além da variável (baseada no volume de vendas).

Apresentado por Marcelo Hannud, consultor imobiliário da XP, e por Beatriz Cutait, editora de Investimentos do InfoMoney, o “Banco Imobiliário” pode ser ouvido nas plataformas Apple Podcasts, Deezer, Spotify, Spreaker, Google Podcasts, Castbox e demais agregadores de podcast. Você ainda pode conferir o programa na íntegra em nosso canal no YouTube.

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Confira os fundos de ações e multimercado com os melhores desempenhos nesta turbulência

SÃO PAULO – A crise atual está provocando estragos na carteira de muitos investidores — mas nem todos estão sendo atingidos da mesma maneira.

Entre 21 de fevereiro (sexta-feira que antecipou o carnaval e antecedeu o movimento de pânico que começou a derrubar os preços no mercado financeiro) até 12 de março, o Ibovespa caiu 36%. No ano, a baixa é de 37% e, no acumulado de 12 meses, fica em 26%.

Mas há fundos de ações com perdas bem menores que as do índice, e fundos multimercado com rendimentos positivos em todos esses períodos. São poucos, mas vale conhecê-los e entender sua estratégia na turbulência.

Os melhores de ações na crise

No grupo de fundos de ações, entre 21 de fevereiro e 12 de março, nenhum fundo conseguiu acumular ganhos, mas muitos tiveram desempenho melhor do que a queda de 36% do Ibovespa no período.

Confira a seguir os dez melhores fundos de ações no intervalo, segundo dados da provedora de informações financeiras Economatica. Para a análise, foram considerados fundos com a média do patrimônio líquido em 12 meses superior a R$ 100 milhões e mais de 99 cotistas, no dia 21 de fevereiro. O levantamento exclui fundos de fundos, fundos espelho e de previdência, além de carteiras lançadas em 2020. Também não são considerados fundos setoriais, monoações (com um só papel) ou FGTS.

Fundos de ações Gestora Retorno de 21/02/2020 a 12/03/2020 Retorno em 2020 até 12/03/2020 Retorno em 12 meses até 12/03/2020
NCH Maracana FIA NCH Brasil Gestora de Recursos -0,91% 2,76% 16,80%
Sharp LB Feeder Fc FIA Sharp Capital -7,90% 1,23% 23,72%
Safra Arquimedes FIA BDR Nivel I Safra Asset Management -10,65% -13,28% -5,85%
BB Ações Long Bias Private Fc FI BB DTVM -12,61% -11,43% -5,57%
IP Value Hedge Fc FIA BDR Nivel I IP Gestão de Recursos -14.60% -12,98% -2,46%
BTG Pactual Absoluto LS FIC FIA BTG Pactual -15,15% -13,24% -2,35%
Western Asset FIA BDR Nivel I Western Asset -15.17% -1,97% 21,62%
Caixa FIA BDR Nivel I Caixa -16,97% -6,58% 14,51%
Bradesco FICFIA BDR Nivel I Bram -17,33% -7,04% 13,09%
Safra Consumo Americano FIA Bdr Nivel I Banco J Safra SA -19,40% -9,03% 13,19%
Ibovespa -36,15% -37,24% -25,81%

Fonte: Economatica

James Gulbrandsen, CIO da NCH Capital, conta ter reduzido substancialmente o risco da carteira de novembro para dezembro, com menor exposição a ações e com um aumento das opções de venda de Ibovespa.

A preocupação estava voltada principalmente aos Estados Unidos, mas também havia uma percepção da casa de que a Bolsa brasileira estava subindo mais por fatores técnicos que por fundamentos do país.

Agora, contudo, o fundo está indo às compras. “Estamos ativamente comprando ações desde quinta-feira, aumentamos nossa exposição novamente”, diz Gulbrandsen, ressaltando que estava com um caixa de 30% por conta das alterações feitas na carteira no fim do ano.

Os investimentos têm sido em papéis já presentes no portfólio, como B3, Banco do Brasil, Weg, Totvs, BB Seguridade e JBS.

Na avaliação do gestor, a maior parte da correção do mercado já foi realizada e a iniciativa tem sido de aproveitar os preços mais baratos dos ativos aos poucos, assim como de reduzir as opções de venda.

“Agora estamos num patamar bem mais atrativo em termos de valuation. Minha única preocupação e a razão pela qual não estou gastando todo o meu caixa é o governo americano não reagir como deveria, e o Bolsonaro seguindo Trump, sem endereçar o problema”, afirma.

“Não posso gastar todo o meu caixa ou zerar todas as proteções nesse momento pela falta de agilidade de reação dos governo brasileiro e americano.”

Destaque na lista dos fundos menos afetados nesta turbulência para carteiras com foco em BDR, que podem estar sendo pressionadas pelos preços das ações em Wall Street, mas contam com a variação do dólar a seu favor. De 21 de fevereiro a 12 de março, a moeda americana acumulava valorização da ordem de 11% em relação ao real.

Os melhores multimercados

Confira a seguir os dez melhores fundos multimercados desde o dia 21 de fevereiro, considerando fundos com a média do patrimônio líquido em 12 meses superior a R$ 100 milhões e mais de 99 cotistas, no dia 21 de fevereiro.

Fundos multimercados Gestora Retorno de 21/02/2020 a 12/03/2020 Retorno em 2020 até 12/03/2020 Retorno em 12 meses até 12/03/2020
Itaú Personnalité Hedge Plus Mult FICFI Itaú Unibanco 12,20% 12,69% 28,86%
Murano FICFI Mult Murano Investimentos 8,22% 5,05% -13,55%
Sharp Long Short 2x Feeder Fc FI Mult Sharp Capital 7,35% 12,51% 20,89%
Itaú Hedge Mult FI Itaú Unibanco 6,11% 6,57% 16,49%
Órama Ouro FI Mult Orama Dtvm S A 5,14% 21,13% 50,06%
Versa Long Biased FI Mult Versa Gestora de Recursos 5,03% -4,45% 18,03%
Gávea Macro Fc de FI Mult Gavea Investimentos 3,92% 5,06% 7,98%
Sharp Long Short FI Mult Sharp Capital Gestora de Recursos 3,66% 6,37% 12,17%
Garin Special FI Mult Garin Investimentos 3,51% 2,78% 8,77%
BNP Paribas Capital Proteg V Fc FI Mult BNP Paribas Asset 2,32% 5,33% 16,64%
Ibovespa -36,15% -37,24% -25,81%
CDI 0,19% 0,82% 5,57%

Fonte: Economatica

Dois desses fundos foram premiados no ranking InfoMoney-Ibmec de melhores fundos do país. O Sharp Long Short foi escolhido um dos melhores fundos multimercado da década na edição de 2020.  Já o Itaú Hedge Plus, que investe em mercados como os de ações, juros e câmbio, foi premiado em 2019.

O Murano é um fundo quantitativo. Nesse tipo de estratégia, os investimentos são executados via algoritmos. Os gestores contam com a tecnologia para implementar uma gestão automatizada para explorar padrões de comportamento e ineficiências do mercado.

O fundo da Verda, que já havia sido destaque em fevereiro, voltou a ter um bom desempenho. Conforme matéria publicada pelo InfoMoney, o fundo long biased da Versa contava com uma grande proteção a seu favor, com a posição comprada em Bolsa brasileira neutralizada e com o fundo começando a ficar vendido no índice acionário americano S&P 500.

Segundo Luiz Fernando Alves Junior, gestor da Versa, o hedge da carteira foi montado por conta das incertezas e a casa segue com a visão de que o choque é temporário, sem uma mudança econômica estrutural. Diante disso e das fortes quedas dos últimos pregões, a exemplo da NCH, a Versa tem voltado a comprar.

“As ações começaram a ficar ridiculamente baratas, estamos numa baita promoção. Por causa disso, eliminamos todos os hedges”, conta Alves Junior, ressaltando que a gestora consumiu boa parte do caixa aumentando as posições em papéis nos quais já eram acionistas. Na seleção, destaque para nomes como Banco do Brasil e BR Properties.

Patrimônio investido em ações encolhe

Neste ambiente de crise, os fundos com maior exposição a risco são naturalmente os mais afetados.

Em 12 de março (última data disponível de atualização de todas as cotas), o patrimônio líquido de todos os fundos de renda fixa (excluídos fundos de fundos, fundos espelho e de previdência) era de aproximadamente R$ 1,8 trilhão, bem próximo do apurado no fim de 2019 e a 21 de fevereiro.

No caso dos multimercados, o patrimônio de quase R$ 693 bilhões mostrava uma queda de 6,2% na comparação com 21 de fevereiro, mas de apenas 1,7% na comparação com o início do ano.

Já os fundos de ações registram uma perda de um terço (33%) do patrimônio em relação à data anterior ao carnaval e uma redução de 26% em relação ao fechamento de 2019.

Categoria de fundo Patrimônio líquido em 31/12/2019 Patrimônio líquido em 21/03/2020 Patrimônio líquido em 12/03/2020
Renda Fixa R$ 1,789 trilhão R$ 1,798 trilhão R$ 1,788 trilhão
Multimercados R$ 705 bilhões R$ 739 bilhões R$ 693 bilhões
Ações R$ 339 bilhões R$ 376 bilhões R$ 250 bilhões

Fonte: Economatica

Foco no longo prazo

Embora as perdas vistas nos mercados acionários nesta segunda-feira voltem a despertar insegurança por parte de investidores, o planejador financeiro com certificação CFP Caco Santos destaca que cabe ao investidor lembrar que investimento de risco deve ter como horizonte o longo prazo.

A venda antecipada, portanto, de ativos com perda só poderá fazer sentido para investidores que perceberem que não toleram os riscos assumidos, que estão descasados das escolhas feitas. “Só pelo movimento de mercado, a venda não faz sentido”, diz. “As crises anteriores, mesmo a de 2008, mostraram que a racionalidade uma hora volta, que boas empresas voltam a lucrar.”

Agora é hora de se segurar, assinala Santos, porque a chance de os mercados retomarem os preços é maior do que a do investidor recuperar as perdas por meio de outros investimentos.

E o cuidado também vale para a análise de aplicações que estão com bons desempenhos na crise.

“É muito importante entender por que um fundo foi bem. Se deu sorte ou por que tem um processo de investimento consistente. É preciso investigar se foi uma política de risco ou se apostou na formiguinha e acertou o elefante.”

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Mande suas dúvidas sobre investimentos para o InfoMoney

SÃO PAULO – O InfoMoney lançou a campanha InfoMoney Orienta, com o objetivo de ajudar os leitores a se planejar e decidir o que fazer com seus investimentos em meio à crise provocada pela pandemia de coronavírus.

Reportagens especiais, entrevistas e lives com os principais especialistas do mercado trarão resumos e análises sobre os efeitos da crise sobre suas finanças.

Você também pode enviar suas perguntas e comentários para o e-mail orienta@infomoney.com.br ou utilizando a hashtag #InfoMoneyOrienta no Twitter e no Instagram.

As dúvidas serão analisadas por especialistas financeiros e as respostas serão publicadas nos próximos dias no site, no Instagram, no Twitter e no canal no Youtube do InfoMoney.

Algumas das dúvidas sobre bolsa de valores e investimentos em ações serão respondidas em live hoje, às 16h, com Fernando Ferreira, estrategista-chefe da XP.

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Taxas de títulos do Tesouro Direto recuam em primeiro dia de reunião do Copom

SÃO PAULO – Em mais um dia de forte volatilidade, com os mercados buscando digerir as medidas anunciadas nos últimos dias para minimizar os impactos do coronavírus nas economias mundiais, o Tesouro Direto retomou suas operações e apresenta queda nas taxas dos títulos públicos nesta terça-feira (17). O programa estava suspenso desde as 15h, após forte oscilação nos juros.

Hoje, investidores monitoram o início da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que irá decidir amanhã o rumo da taxa básica de juros no Brasil. De acordo com a Bloomberg, o mercado de juros futuros aponta para um corte de 0,50 ponto percentual da Selic, ainda que alguns economistas defendam um alívio ainda mais agressivo.

Entre os papéis indexados à inflação, o Tesouro IPCA+2026 oferecia um prêmio anual de 3,40%, ante 3,49% a.a. na tarde de segunda-feira (16). O investidor podia adquirir o título integralmente por R$ 2.673,11 ou aplicar uma quantia mínima de R$ 53,46 (recebendo uma rentabilidade proporcional à aplicação).

Os papéis com vencimentos em 2035 e 2045, por sua vez, pagavam uma taxa de 4,01% ao ano, ante 4,05% a.a. anteriormente.

Na categoria prefixada, o título com prazo em 2026 pagava 7,08% ao ano, ante 7,49% a.a. no pregão anterior. Já o retorno do Tesouro Prefixado 2023 recuava de 5,92% para 5,37% ao ano.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis nesta terça-feira (17):

Fonte: Tesouro Direto

Em meio a uma série de iniciativas para reduzir os impactos da Covid-19 na atividade brasileira, Paulo Guedes, ministro da Economia, anunciou ontem um pacote de medidas de R$ 147,1 bilhões para atender grupos mais vulneráveis da população e setores específicos da economia.

Após um dia de fortes perdas para as bolsas mundiais, os mercados têm hoje um dia misto, refletindo o fechamento das fronteiras dos países da União Europeia por 30 dias e a afirmação do presidente americano Donald Trump, de que a economia americana está caminhando para uma recessão.

Hoje, o Ibovespa fechou com alta de 4,9%, aos 74.617 pontos. O dólar comercial, contudo, teve queda de 0,87%, a R$ 4,9994.

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Comprar ouro e dólar para proteger sua carteira: vale a pena?

comprar ouro e dólar

Nas últimas semanas, investidores de todo o mundo observam uma intensa volatilidade nos mercados por conta da pandemia do coronavírus e da nova crise do petróleo. Neste cenário, estar bem posicionado é fundamental. Comprar ouro e dólar, então, acaba sendo uma boa alternativa.

Isso porque ambos os casos acabam sendo o que se conhece como hedge, que nada mais é do que uma estratégia de proteção de carteira em momentos de incertezas e muitas variações nas bolsas pelo mundo.

A percepção de risco global está em níveis altos e não há perspectivas de prazo para uma estabilização e melhora do cenário, por isso tanto o dólar quanto o ouro acabam sendo alternativas para preservar o capital e diversificar os investimentos.

A seguir, vamos contextualizar melhor o momento que vive a economia global e falar sobre as alternativas de investimento em dólar e ouro.

Coronavírus e crise do petróleo impactando os mercados

A preocupação global quanto ao coronavírus no mundo mexe com os mercados desde o começo do ano, quando a China registrou o pico dos casos da doença.

O ápice da crise nos mercados globais veio após o Carnaval, com as bolsas registrando quedas significativas.

O mês de março começou com as bolsas em todo mundo registrando quedas elevadas, inclusive aqui no Brasil.

Agora, as expectativas dos especialistas de research da XP ficam sobre os estímulos dos governos para conter os impactos das duas crises.

Revisão do cenário econômico

Alguns fatores, como o PIB abaixo do esperado, os recentes cortes de juros nos EUA e a possibilidade de uma taxa Selic a 3,5% em março fizeram os economistas da XP revisarem as estimativas, segundo relatório publicado no dia 04 de março:

PIB: a projeção para 2020 passou de 2,3% para 1,8%.

Inflação: passou de 3,4% para 3%.

Selic: estimativa baixou para 3,5% no ano.

Câmbio: a projeção do dólar para o final de 2020 passou de R$ 4,15 para R$ 4,50.

Aproveite a alta do dólar

A estratégia de hedge com dólar para equilibrar perdas pode ser feita de algumas formas:

Ações: aqui, a ideia é escolher empresas exportadoras, que operam ou têm ativos em dólar.

Quando o dólar está em alta, as ações dessas companhias sobem porque a receita é em moeda estrangeira.

Fundos cambiais: são as aplicações com ao menos 80% da carteira em títulos de moeda estrangeira.

Aproveite a gestão profissional, praticidade e baixo valor de investimentos (em torno de R$ 1 mil).

Moeda: a compra de papel moeda não é a melhor das alternativas, mas pode ser útil para quem precisa do dinheiro para uma viagem, por exemplo.

A dica é fazer compras em momentos distintos para conseguir uma cotação média.

Dólar futuro: é do que um contrato de compra e venda de determinada quantidade de dólares em um preço e data definidos.

Se no dia do vencimento o dólar estiver acima do valor da negociação, o comprador se beneficia.

Se for o contrário, quem sai ganhando é o vendedor. Esses contratos, no entanto, custam cerca de US$ 50 mil.

Mini dólar: Se você não tem o valor de um contrato cheio, a alternativa são os contratos de mini dólar.

Eles representam 20% do valor de um contrato cheio, ou seja, em torno de US$ 10 mil.

Por que comprar ouro?

O ouro é usado como moeda de troca internacional desde 1500 a.C, aproximadamente.

Ele ficou conhecido como um símbolo de proteção contra crises financeiras e é visto também como um investimento seguro em diversos cenários.

Por ser uma aplicação cuja variação de preço acontece diariamente e em todo o mundo, é importante conhecer o mercado e suas nuances.

Fatores geopolíticos e econômicos impactam a cotação do ouro, por isso, ficar sempre atento às notícias é essencial.

Os sinais de desaceleração da economia global por conta dos efeitos do coronavírus e da crise do petróleo devem manter o ouro em alta.

A commoditie metálica é indicada para quem já possui recursos em outros produtos financeiros e quer diversificar a carteira, compensando o risco de outros investimentos.

Existem 4 formas de investir em ouro:

Ouro em barra: procure uma corretora autorizada pelo Banco Central e pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para realizar a compra.

Evite ir a lojas de rua e, por segurança, só compre as barras vendidas lacradas pelas distribuidoras.

Contratos futuros na bolsa: é uma das alternativas para quem tem receio de manter o ouro em casa e prefere comprar ativos negociados na BM&F Bovespa.

Existem opções que variam de 0,225 grama (por cerca de R$ 35) a 250 gramas (por mais de R$ 40 mil).

Fundos de investimento: são os fundos lastreados em contratos financeiros de ouro, com proteção contra a variação cambial e gestão de um profissional.

São mais acessíveis, com aplicação mínima é de R$ 500. Pode ser passivo e comprar o ouro (sofrendo com as oscilações do preço) ou ativo, comprando e vendendo de acordo com o momento do mercado.

COE: é um investimento que une produtos da renda fixa e da renda variável.

É um ativo seguro como ouro, com capital protegido (perda máxima perto de zero) e exposição ilimitada à alta da commoditie.

Na XP, você pode encontrar duas alternativas de COE na plataforma, ambas com aplicação mínima é de R$ 5 mil.

Quer melhorar a correlação entre os ativos da sua carteira? Aproveite para comprar ouro e dólar na XP e proteja seu patrimônio neste momento de incertezas. Ainda não tem conta? Abra a sua agora e aproveite as oportunidades.

Disclaimer: CONTEÚDO PATROCINADO XP INVESTIMENTOS CCTVM S.A. Este material foi elaborado pela XP Investimentos CCTVM S/A (“XP Investimentos” ou “XP”) e tem caráter meramente informativo, não constitui e nem deve ser interpretado como solicitação de compra ou venda, oferta ou recomendação de qualquer ativo financeiro, investimento, sugestão de alocação ou adoção de estratégias por parte dos destinatários. Os prazos, taxas e condições aqui contidas são meramente indicativas. As informações contidas neste material foram consideradas razoáveis na data em que ele foi divulgado e foram obtidas de fontes públicas consideradas confiáveis. A XP Investimentos não dá nenhuma segurança ou garantia, seja de forma expressa ou implícita, sobre a integridade, confiabilidade ou exatidão dessas informações. Os ativos, operações, fundos e/ou instrumentos financeiros discutidos neste material podem não ser adequados para todos os investidores. Os investidores devem obter orientação financeira independente, com base em suas características pessoais, antes de tomar uma decisão de investimento. A XP Investimentos não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações divulgadas e se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste material ou seu conteúdo. Investimentos nos mercados financeiros e de capitais estão sujeitos a riscos de perda superior ao valor total do capital investido. A XP Investimentos se coloca à disposição para clientes que desejam obter informações, tirar dúvidas ou fazer reclamações por meio de seu Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC). O contato do SAC é o telefone 0800 77 20202.   A Ouvidoria da XP Investimentos tem a missão de servir de canal de contato sempre que os clientes que não se sentirem satisfeitos com as soluções dadas pela empresa aos seus problemas. O contato pode ser realizado por meio do telefone: 0800 722 3710. Para maiores informações sobre produtos, tabelas de custos operacionais e política de cobrança, favor acessar o nosso site: www.xpi.com.br

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O que fazer com seus investimentos na crise do coronavírus

fundos de investimento análise gráficos índices

SÃO PAULO – Como lidar com as suas aplicações financeiras em tempos de crise? Vale a pena resgatar o valor investido em fundos com perdas? Já dá para aproveitar os preços mais baixos na Bolsa para ir às compras? Ainda faz sentido procurar algum instrumento de hedge para a carteira?

De olho nas dúvidas que estão circulando entre investidores, o InfoMoney realizou nesta segunda-feira uma transmissão ao vivo com a participação de Felipe Dexheimer, coordenador de alocação da XP Investimentos, e de Beatriz Cutait, editora de Investimentos – assista acima.

Leia também:
6 respostas sobre o que fazer com seu dinheiro agora

Em meio às preocupações que estão dominando os mercados financeiros com maior força desde a volta do carnaval, com impacto relevante sobre os preços dos ativos, há uma demanda cada vez maior sobre orientações voltadas a como agir diante do impacto do coronavírus sobre a economia global.

InfoMoney Orienta

A live faz parte da campanha InfoMoney Orienta, que lançamos hoje. O objetivo é resolver dúvidas sobre investimentos publicando informações de qualidade nas nossas diferentes plataformas — site, Youtube, redes sociais.

Você também pode enviar suas perguntas e comentários utilizando a hashtag #InfoMoneyOrienta no Twitter e no Instagram. As dúvidas serão analisadas por especialistas financeiros e as respostas serão publicadas nos próximos dias no site, no Instagram e no Twitter do InfoMoney.

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Tesouro Direto: taxas de títulos públicos encerram negociações desta segunda-feira em queda

SÃO PAULO – Em mais um dia de fortes tensões nos mercados globais, os títulos públicos negociados via Tesouro Direto encerraram esta segunda-feira (16) em queda em relação ao último fechamento.

Durante o dia, o programa foi paralisado duas vezes em meio a fortes oscilações nas taxas dos papéis, devido a preocupações com os efeitos do coronavírus sobre as economias globais.

No Tesouro Direto, o Tesouro IPCA+2026 encerrou as negociações do dia com uma taxa de 3,49% ao ano, abaixo do prêmio de 3,52% a.a. de sexta-feira (13).

Os papéis com vencimentos em 2035 e 2045, por sua vez, pagavam a inflação mais 4,05% ao ano, ante 4,13% a.a. no pregão anterior.

Entre os papéis prefixados, o com prazo em 2026 oferecia um retorno anual de 7,49%, ante 7,52% a.a. anteriormente.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos oferecidos nesta segunda-feira (16):

Fonte: Tesouro Direto

Noticiário

Ontem, em um movimento emergencial, o Federal Reserve, o banco central americano, anunciou o corte de 1 ponto percentual nas taxas de juros de referência dos EUA, para o intervalo de 0% a 0,25%. A estratégia tem sido interpretada pelo mercado como um sinal de que o efeito recessivo do coronavírus pode ser pior do que o previsto.

Esta não foi a primeira vez que o Fed busca estímulos para conter os impactos da Covid-19. No início de março, o Fed reduziu as taxas em 0,5 ponto percentual, para a faixa de 1% a 1,25%.

No Brasil, o Ibovespa voltou a acionar o mecanismo de “circuit breaker” logo após a abertura e fechou o pregão com queda de 13,92%, aos 71.168 pontos. Já o dólar teve alta de 4,9%, a R$ 5,0444.

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Após Fed, mercado aposta em corte mais agressivo da Selic; decisão pode ser antecipada

Em meio à disparada das preocupações em relação ao impacto do coronavírus sobre a economia mundial, o mercado financeiro passou a projetar novos cortes na taxa básica de juros brasileira.

Nesta segunda-feira, o relatório Focus, do Banco Central, reduziu a previsão para a Selic ao fim deste ano de 4,25% ao ano para 3,75% a.a. Houve ainda mudanças em relação à Selic em 2021 e em 2022.

Agora, economistas esperam que a taxa Selic suba para 5,25% ao ano em 2021, ante estimativa anterior de 5,50%. O espaço para elevação dos juros em 2022 também diminuiu, com a expectativa do mercado de que a Selic aumente para 6% ao ano, abaixo da taxa prévia de 6,50%.

Nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne para decidir o novo rumo da taxa básica de juros no país. A decisão sai na quarta-feira (18), após o fechamento do pregão, e a expectativa apontada pelo Focus agora é de um novo corte, de 0,25 ponto percentual, para 4,0% ao ano.

Entenda a suspensão do Tesouro Direto

As suspensões das operações no Tesouro Direto têm como objetivo garantir que as transações sejam sempre realizadas a taxas justas, segundo o Tesouro Nacional, alinhadas às taxas praticadas no mercado secundário.

Quando se verifica forte volatilidade no mercado, com aumentos ou quedas bruscas nos preços dos títulos públicos, o Tesouro Direto suspende temporariamente as vendas e compras para evitar que o investidor feche transações a um preço que possa ficar rapidamente defasado.

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Melhores momentos do 1º Stock Pickers ao vivo, com Florian Bartunek

Florian Bartunek

A maior queda semanal do Ibovespa desde 2008 também trouxe impacto ao Stock Pickers: pela primeira vez desde a criação do podcast (abril de 2019), não publicamos um episódio semanal – o episódio que seria publicado era sobre o livro “Fora da Curva 2”.

Por ele estar totalmente desconectado dos eventos desta semana histórica, “trocamos” a publicação do episódio por uma live no nosso Instagram com uma das maiores lendas do mercado brasileiro de ações: Florian Bartunek, gestor da Constellation e, por coincidência, co-autor da série “Fora da Curva”.

A entrevista foi feita pelo Thiago Salomão (apresentador do Stock Pickers e analista da Rico Investimentos) na quinta-feira (12), às 19h, e contou com mais de 5 mil espectadores simultâneos durante os quase 40 minutos de conversa.

Aos que não conseguiram acompanhar, selecionamos os melhores momentos desta entrevista:

Thiago Salomão: Fazendo aquela “análise de retrovisor” que todo mundo acerta, parecia previsível saber que a bolsa iria cair, mas o que assustou foi a magnitude da queda, caímos muito e em pouco tempo…

Florian Bartunek: Além disso, caímos sem ter muita oportunidade de venda. Alguns dias, a bolsa já abriu com papel caindo 15%, 20%, tivemos circuit breakers na bolsa em um dia que algumas ações nem tinham aberto… Não é aquela queda que “se o papel cair 5% eu stopo (aciono o stop loss)”, não dá, porque você já abre com uma queda maior, isso é assustador.

TS: Que paralelo você pode fazer entre outros circuit breakers, o que essa tem de diferente e o que essa tem de igual às outras paralisações que tivemos em 2008, por exemplo.

FB: O que ela tem de igual: ela machuca muito quem está alavancado. Você não pode estar alavancado porque você é forçado a liquidar suas posições, esse risco se repete frequentemente nessas crises. Alvancagem é mortal, quem tem um peso em ações maior do que deveria ter está tendo que vender, na época que era para comprar está tendo que vender.

Segundo ponto: tudo cai meio que igual, então não teve muito como se defender. O Peter Lynch [um dos maiores investidores da história] contava uma história interessante dos maias: primeiro os maias moravam na beira do mar, daí veio uma enchente que matou metade deles; aí eles aprenderam e foram morar em cima das árvores, mas aí veio um raio e pegou fogo e matou mais gente; daí aprenderam e foram morar nas montanhas, mas veio um terremoto, as pedras rolaram e morreu mais metade… Você acaba para as crises do passado e as da frente acabam sendo diferentes. Quiseram se proteger dessa crise com empresas de commodities, mas foram pegos porque essa crise pegou a China no começo. As crises são parecidas mas elas sempre mudam, então é muito difícil você “se hedgear” e se preparar para a próxima crise.

O que ela tem de igual: apesar de tudo estar caindo mais ou menos igual, tem ações com mais “beta” (correlação mais alta com o Ibovespa) e que acabam sofrendo mais, e a gente aprende um pouco isso, as ações quase têm personalidade, você sabe que uma Weg ou uma Ambev, por exemplo, são mais defensivas, e você sabe que uma Magalu, Banco Inter tem mais “beta”, até pelos negócios com mais alavancagem, empresas mais defensivas sofrem menos, empresas mais agressivas sofrem mais.

TS: Mas o que explica uma queda tão mais rápida que de outras crises?

FB: Existe uma diferença entre risco e incerteza, o problema não é o risco, se eu sei a perda potencial, eu não fico feliz mas eu sei que minha perda potencial é essa, agora quando eu tenho incerteza eu não sei o que pode acontecer, as pessoas começam a criar cenários paralelos, do tipo “e se fechar as escolas, metrô, o que causa na economia? E se começa a quebrar empresa, e se morrer tantas pessoas?” Estamos naquela fase aguda da incerteza, aí você pega investidores alavancados, fundos que não têm mandato específico de ações e dentro de um ambiente de incerteza, que você pode pensar em qualquer cenário, isso acelera as quedas.

Agora, confesso que quedas de 20% de uma ação no dia, 30%, eu raramente vi, e acho que é interessante que se você olha em um cenário mais normal, numa Raia Drogasil por exemplo. Eu até entendo isso em uma ação de uma empresa aérea ou uma empresa hoteleira, esse é o epicentro da crise, pois quem está sofrendo é agência de viagem, turismo, isso até entendo… mas Raia Drogasil? Qual a chance de ter um impacto relevante no negócio da Raia? No cenário que eu vejo hoje, não é muito grande, posso dizer que o lucro pode cair 10% se tivermos uma quarentena, mas a ação caiu muito mais do que isso, então nessas horas as pessoas sempre fazem o pior cenário, boa parte da queda vem de investidores alavancados e que tem um percentual maior do que deveria ter no portfólio.

TS: Teve uma coisa muito legal que você falou na entrevista para o Brazil Journal: essa crise de agora tem começo, meio e fim, enquanto em 2008 parecia que o mundo ia acabar, ninguém sabia até onde a crise de crédito nos EUA iria e quanto ela poderia impactar a economia do mundo todo. Agora, essa crise atual tem prazo de validade, basta ver que a China está vencendo o coronavírus. Com isso em mente, como explicar o Ibovespa cair de 120 mil pontos para 70 mil pontos em tão pouco tempo? Foi apenas investidor alavancado vendendo, ou é uma nova fase do mercado que tem muito mais dinheiro disponível e mais gente comprada?

FB: Durante períodos de alta volatilidade, é comum os investidores acompanharem freneticamente os preços e esquecerem que atrás de cada um daqueles números piscando rapidamente na tela existe uma empresa que continua operando no dia-a-dia. Ao invés de congelar em frente à tela, o investidor deve “voltar aos fundamentos” e estudar os possíveis impactos reais da crise na geração de caixa da empresa da qual o investidor decidiu se tornar sócio, pois é isso irá realmente impactar o valor da empresa.

TS: Deixe um recado para os mais de 1 milhão de investidores que entraram nos últimos 12 meses na bolsa e devem estar apavorados com essas quedas.

FBComprar ação é o início. O grande teste do investidor é o que fazer no caminho. Decidir qual ação colocar na carteira pode levar um tempo, mas, após feita essa lição, o investidor começa o período de testes que, dependendo da tese, pode durar décadas. Nesse trajeto, os investidores passam, sem dúvida, por alguns períodos de teste. Quem começou essa jornada há pouco tempo pode pensar que os gestores com mais experiência não ficam aflitos. Mas todos, independentemente do tempo de mercado, ficam preocupados e aflitos. Nesses períodos é importante estudar e ver se sua posição está adequada.

Apresentado por Thiago Salomão, analista da Rico Investimentos, e Renato Santiago, do InfoMoney, o Stock Pickers vai ao ar toda quinta-feira. Você pode seguir e escutar em sua plataforma de podcasts preferida clicando aqui.

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Em meio à queda dos fundos imobiliários, gestores vão às compras

SÃO PAULO – A forte queda dos preços no mercado de renda variável por conta de uma maior preocupação global com a escalada do coronavírus tem levado investidores a irem às compras no mercado de fundos imobiliários.

No ano até 13 de março, o Ifix, índice que acompanha os principais FIIs listados na B3, tem queda de 15,5%, após apresentar retornos positivos pelos últimos cinco anos.

Com preços retomando patamares encontrados em outubro de 2019, gestores têm optado por aumentar suas posições em meio a novas oportunidades, em especial nos segmentos de shopping centers, lajes corporativas e galpões logísticos. É o caso de André Freitas, diretor da Hedge Investments, e Ricardo Almendra, CEO da gestora RBR. As duas casas gerem fundos de fundos.

“Por mais que estejamos em um ambiente turbulento, com o Brasil e o mundo crescendo menos, quando analisamos a relação entre oferta e demanda para alguns setores, o mercado imobiliário tem fundos ficando muito baratos”, afirma Almendra.

A posição em galpões logísticos, que estava zerada desde dezembro, voltou a integrar o portfólio do RBR Alpha nos últimos dias, dado o preço mais atrativo. Atualmente, 60% do fundo está alocado em fundos de tijolo, enquanto o restante (40%) está em fundos de recebíveis imobiliários ou em ativos mais líquidos de renda fixa (caixa).

Almendra conta que, no último ano, os fundos preferidos da gestora pagavam um retorno médio de 13% ao ano, em um horizonte de três anos. Hoje, após as quedas, diz, a taxa interna de retorno desses produtos subiu para 20% ao ano. “O número já era alto, mas foi reduzindo com a valorização dos FIIs em 2019. Agora, voltou a ficar interessante.”

Em entrevista ao InfoMoney, Freitas contou que fez uma alocação mais tática em fundos de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) nos últimos meses, devido aos retornos mais atrativos no segmento e pelo maior número de ofertas. Mas que vê o momento atual como favorável para o aumento da posição em fundos corporativos, antes com yields mais apertados e preços mais salgados.

Ifix x Ibovespa

Apesar da forte queda do Ifix no ano, o índice de fundos imobiliários recua menos do que o Ibovespa. No período, o principal benchmark de renda variável apresenta queda de 28,5%.

Freitas, da Hedge, destaca o perfil mais defensivo dos fundos imobiliários em momentos de crise quando comparados com o mercado de ações. A menor presença do capital estrangeiro nos FIIs, segundo ele, é um dos principais fatores para uma menor volatilidade na classe. “Enquanto o Ibovespa perdeu dois anos de rentabilidade nos últimos dias, o Ifix perdeu três meses”, destaca.

É hora de ir às compras?

Apesar de ver oportunidades no mercado, Almendra reconhece que ainda há muita incerteza pela frente e, portanto, não se vê confortável em aumentar a exposição para 100% do risco que poderia ter.

Para quem está olhando com calma para o mercado, o professor do InfoMoney Arthur Vieira de Moraes afirma que as quedas podem servir para aumento de posição, desde que o investidor lembre que não está investindo em ações, isto é, que não é só porque caiu muito que deve ter algum repique de alta.

Além disso, ressalta que o investidor deve utilizar apenas o dinheiro que está sobrando para investir, e não aquele destinado à reserva de emergência. “A reserva de emergência é para que você tenha tranquilidade para atravessar momentos de crise, como esse”, diz.

Como não é possível prever até onde irá a queda nem quanto tempo levará para uma recuperação, Moraes recomenda cautela e a compra dos produtos aos poucos, ao longo dos próximos meses.

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