Tesouro Direto: Com pressão generalizada sobre os preços, títulos públicos chegam a cair 24% em março

SÃO PAULO – Passado mais de um mês desde que o mercado financeiro passou a embutir nos preços os efeitos da epidemia do coronavírus na economia, o investidor de renda fixa também tem notado o impacto da crise em suas aplicações.

O Tesouro Direto registrou queda generalizada de preços entre os títulos públicos disponíveis para compra em março, com destaque para os papéis com retornos indexados à inflação de mais longo prazo. O Tesouro IPCA+ com vencimento em 2045 apresentou queda de 24,34%, enquanto o Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2055 teve perda de 15,32%.

No grupo dos títulos com rendimentos prefixados, a maior baixa partiu do Tesouro Prefixado com Juros Semestrais com vencimento em 2031, com recuo de 6,72%.

Vale lembrar que o investidor só terá essas perdas se efetivamente vender os papéis antecipadamente. Se carregá-los até o vencimento, o retorno vai respeitar as taxas e as condições contratadas no momento de aquisição dos títulos.

Apesar da forte baixa, o desempenho dos títulos públicos ainda foi melhor que o da Bolsa. Em março, o Ibovespa caiu cerca de 30%, com queda acumulada da ordem de 37% no ano.

Confira a seguir como se comportaram os títulos públicos disponíveis para novos investimentos em março, assim como no trimestre e em 12 meses. O único papel não considerado no levantamento foi o Tesouro Selic, dado que seu retorno segue a variação da Selic, portanto, sem grandes oscilações diárias.

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O movimento de março refletiu o forte aumento das taxas, em um ambiente de maior aversão a risco na esfera global. Os prêmios pagos por títulos públicos com retornos nominais (sem descontar a inflação) chegaram à casa dos 9% ao ano, enquanto papéis com rendimentos indexados à inflação alcançaram juros reais de 5% ao ano. (leia mais nesta reportagem)

Em meio aos esforços do governo para conter a crise no Brasil, o Banco Central decidiu voltar a cortar a taxa básica de juros em março em 0,50 ponto percentual, para 3,75%. A expectativa do mercado financeiro é de que haja mais uma redução da Selic em maio, para 3,50% ao ano.

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Acompanhe 2 lives do InfoMoney Orienta, sobre dividendos e crédito privado

SÃO PAULO –  A crise provocada pela pandemia do coronavírus também está mexendo com o mercado de crédito privado.

Para falar sobre isso e também apontar oportunidades de investimentos nesse cenário, o InfoMoney vai entrevistar um dos maiores especialistas do país no tema, Alexandre Muller, sócio responsável pela equipe de gestão dos fundos de crédito da JGP.

A live vai começar às 16h e será transmitida no Youtube. Para acessar e fazer perguntas, basta clicar neste link.

Mais tarde, às 19 horas, o InfoMoney vai entrevistar Jorge Junqueira, sócio da Gauss Capital.

Junqueira vai abordar os impactos da crise sobre a distribuição de dividendos das empresas da Bolsa e também analisar as ações do setor elétrico.

Se você gosta de assistir vídeos no Youtube, acesse o Youtube Millena Barbosa e veja diversos vídeos com produtos e oportunidades.

A live será transmitida no Instagram. Aproveite e tire suas dúvidas.

As entrevistas fazem parte da campanha InfoMoney Orienta, lançada para ajudar os investidores a se planejar e cuidar melhor das suas finanças em meio à crise.

Clique aqui e saiba como enviar suas perguntas para que eles sejam respondidas pelos principais especialistas do mercado financeiro.

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Com demanda aquecida, GLP vê crise como motor para novo patamar do e-commerce no Brasil

SÃO PAULO – A crise provocada pelo coronavírus tem afetado em cheio o mercado imobiliário brasileiro, mas um segmento tem conseguido se destacar no contexto atual: o de galpões logísticos. Com uma demanda aquecida do lado do comércio eletrônico, o setor tem se blindado de certa forma dos efeitos da parada da atividade, como conta Mauro Dias, presidente da GLP Brasil, no novo episódio do “Banco Imobiliário”.

“Acho que, passada a crise, não vamos voltar para o patamar anterior. Vamos estabilizar num patamar maior e acho que as empresas de e-commerce vão rever suas necessidades na hora que tiverem a visão de qual é o novo nível de demanda sustentável”, afirmou o executivo.

Com uma taxa de ocupação de 94% do portfólio, Dias contou que, mesmo no pior momento da última crise, a GLP defendeu uma ocupação de ao menos 90% dos imóveis, o que reforça a percepção de resiliência do segmento logístico.

Com atuação no Brasil, na China, na Europa, na Índia, no Japão e nos Estados Unidos, a gestora de investimentos vinculada ao mercado logístico administra US$ 89 bilhões em ativos globalmente. No Brasil desde 2012, a empresa é responsável hoje por 5 milhões de metros quadrados de galpões, dos quais 2 milhões em desenvolvimento.

São mais de cem imóveis no país, com uma fatia acima de 90% concentrada entre São Paulo e Rio de Janeiro. Embora deixe claro que as avaliações sobre a crise ainda são muito iniciais, Dias aponta ter sentido um crescimento das empresas de comércio eletrônico, inclusive com a locação há cerca de duas semanas de 22 mil metros quadrados para um grande player da área.

“Nossa postura sempre foi ter um relacionamento de longo prazo com nossos clientes. O prazo médio de locação é de mais de cinco anos. Esse é um problema pontual, a gente espera que seja de curto prazo, mas, se tem um efeito que veio e acho que pode perdurar, é o do comércio eletrônico, que ganhou um impulso grande agora”, afirmou o presidente da GLP. Uma fatia de 40% da área locada da empresa é destinada ao e-commerce.

Apresentado por Marcelo Hannud, consultor imobiliário da XP, e por Beatriz Cutait, editora de Investimentos do InfoMoney, o “Banco Imobiliário” pode ser ouvido nas plataformas Apple Podcasts, Deezer, Spotify, Spreaker, Google Podcasts, Castbox e demais agregadores de podcast. Você ainda pode conferir o programa na íntegra em nosso canal no YouTube.

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CVM prorroga por 2 meses entrega de demonstrações financeiras findas em 31/12/19

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) está adiando o prazo de entrega de informações periódicas das companhias abertas. A lista inclui demonstrações financeiras, formulários trimestrais, formulário cadastral, formulário de referência e o informe sobre o Código Brasileiro de Governança Corporativa. As empresas com exercício encerrado em 31 de dezembro passado terão mais dois meses para entregar as demonstrações financeiras.

Os balanços, portanto, poderão ser apresentados ao órgão regulador do mercado de capitais até o fim de maio. As companhias abertas também ganharam mais dois meses de prazo o formulário de referência, o formulário cadastral, o formulário das demonstrações financeiras padronizadas (DFPs), o informe sobre o Código Brasileiro de Governança Corporativa.

Já o formulário de informações trimestrais referente ao primeiro trimestre do exercício social das companhias com exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2019 será jogado para frente em 45 dias, ou seja, até o fim de junho.

A norma também prevê o adiamento do prazo de entrega do relatório produzido pelos agentes fiduciários e permite que as assembleias dos fundos de investimento regulados pela CVM sejam realizadas de maneira virtual, ainda que as demonstrações financeiras que não possuam relatório de auditoria com opinião modificada sejam consideradas aprovadas, caso a assembleia convocada para a aprovação de contas não seja instalada em virtude do não comparecimento de investidores.

A Deliberação CVM 849 vem em linha com a Medida Provisória 931/20, publicada ontem. Ela altera dispositivos da Lei das S.A., como o que dispõe sobre a realização de assembleias de acionistas e dá poderes à CVM para prorrogar outros prazos. O objetivo do conjunto de iniciativas é reduzir os efeitos negativos da pandemia provocada pelo novo Coronavírus sobre a atividade econômica nacional.

Em comunicado ao mercado, a xerife do mercado de capitais diz ainda que centrará esforços na regulamentação das assembleias inteiramente digitais. Hoje elas não são regulares à luz da legislação e regulamentação vigentes.

Ao mesmo tempo em que flexibiliza prazos regulamentares, a CVM reconhece que a postergação da divulgação de informações ao mercado tende a acentuar situações de assimetria informacional entre investidores. Diante disso, a autarquia reforça que “as regras que buscam assegurar a integridade do mercado, especialmente aquelas que coíbem o uso de informação privilegiada e a manipulação de preços, continuam integralmente em vigor”.

A autarquia alerta que os emissores devem avaliar a melhor forma de informar aos seus acionistas e ao mercado em geral as decisões tomadas em virtude da MP 931 e da Deliberação 849, considerando o conteúdo de suas políticas de divulgação de informações e os mecanismos de divulgação já existentes, como comunicados ao mercado e avisos de fato relevante, dentre outros.

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AllianceBernstein: 5 conselhos para o investidor ter em mente nesta crise

SÃO PAULO – Diante de um cenário nebuloso pela frente, com forte queda dos preços dos ativos financeiros e perspectivas cada vez mais pessimistas para o desempenho das economias mundiais em 2020, muitos investidores tendem a reagir de forma precipitada, focando apenas no estresse de curto prazo e tomando medidas que podem prejudicar o retorno de seus investimentos à frente.

Pensando nisso, a equipe de renda variável da gestora americana AllianceBernstein, que possui mais de US$ 614 bilhões sob gestão, elaborou uma lista de conselhos para ajudar o investidor a navegar durante este período de grandes desafios e volatilidade nos mercados. Confira:

1. Pense fora da caixa

Imagine cenários improváveis e tente conectar os pontos de uma forma que possa não ser imediatamente óbvia. No cenário atual, o impensável pode se tornar realidade. As respostas podem ser ainda desconhecidas, mas não deixe de fazer perguntas só porque podem fugir do comum. Ao mesmo tempo, não se baseie em eventos passados para determinar quais ações da Bolsa irão oferecer maior estabilidade no mercado atual.

2. Preocupe-se com o curto prazo

Em algum momento, vamos sair dessa extrema incerteza e a vida retornará ao normal. Porém, isso provavelmente levará algum tempo e, até lá, a economia global deverá vivenciar uma forte contração.

Analisar a reação de uma companhia em diferentes cenários é fundamental na escolha de ações. A força do balanço e da continuidade do fluxo de caixa da empresa em um momento de forte queda são dois indicadores-chave que podem ajudar a identificar companhias que podem sobreviver a este cenário.

3. Não se esqueça do horizonte de longo prazo

Os resultados de curto prazo serão ruins para a maioria das companhias e investidores tendem a reagir de forma exagerada. Isso é esperado, dado que é da natureza humana focar no estresse imediato em vez do longo prazo.

Mas os valuations das companhias sobreviventes vão depender do fluxo de caixa pós-crise. Por isso, os investidores devem tentar usar o curto prazo para entender quais ações foram precificadas incorretamente pelo nervosismo do mercado. Em alguns casos, as condições de crise criam preços de liquidação para empresas de alta qualidade, que têm o necessário para o bom desempenho a longo prazo.

4. Imagine o mundo pós-coronavírus

Embora não seja fácil fazer isso enquanto países enfrentam uma tragédia humana e uma forte queda na economia, investidores devem pensar hoje sobre o que irá moldar a nova realidade no futuro.

Alguns negócios não irão sobreviver à crise e outros, podem nunca mais ser os mesmos. Por outro lado, algumas companhias podem emergir como vencedoras, como é o caso de empresas de trabalho remoto como Zoom Video Communications e Citrix Systems, que hoje fazem parte da rotina, e cuja tendência é de que seu uso se torne mais frequente quando as atividades voltarem ao normal.

Outros exemplos menos aparentes também devem surgir ao longo do tempo, com foco em novas oportunidades de negócio – por isso, pensar fora da caixa é crucial.

5. Seja humilde sobre o que sabe

Assim como na crise financeira global de 2008, os governos devem adotar políticas que parecem inimagináveis. Os investidores devem ser humildes sobre o que sabem e também, sobre o que não sabem. Tomar decisões baseadas no que políticos ou outros fazem não é investimento, é aposta.

Tente evitar o barulho vindo de fora e foque nos fundamentos das ações, com dados de microeconomia, modelos de negócios e fluxos de caixa.

A crise do coronavírus é um choque sem precedentes para a sociedade moderna e para a economia global, mas os investidores podem se recuperar aderindo a várias diretrizes estratégicas durante um período de extrema incerteza, como o atual.

Ter um pensamento criativo, uma avaliação sóbria dos desafios de curto prazo, bem como foco nos fundamentos de longo prazo e valuations é fundamental para identificar quais companhias irão sobreviver à pandemia e prosperar em uma nova realidade pós-crise.

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Contra a maré: como as cotas do fundo Explora vêm subindo em meio à crise

SÃO PAULO – Enquanto o índice Ibovespa acumula queda de cerca de 35,5% no ano, a cota do fundo da Explora Investmentos fez mais do que resistir aos impactos do coronavírus nos mercados. Subiu 17%.

Em entrevista exclusiva ao Coffee & Stocks nesta terça-feira (31) Eduardo Munemori, gestor da Explora, revelou o que está por trás da valorização do fundo em um momento tão turbulento.

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“No geral, estávamos vendendo empresas caras e alavancadas, características que deixam pouca margem para qualquer deslize. É claro que ninguém prevê um evento extraordinário como esse, mas conseguimos passar bem por ele. Nossos shorts (posições vendidas) caíram em média 50% enquanto os longs (posições compradas) caíram não mais do que 32%”, conta.

Segundo ele, no geral, o fundo estava com mais posições vendidas do que compradas, com uma exposição líquida (valor das posições compradas subtraído da parcela vendida) de quase -30% e chegando a ficar em -40%.

“Hoje, a posição short diminuiu e a exposição líquida caiu para -5% ao longo do mês. Cerca de 80% dessa redução na exposição vendida veio da redução desses shorts e só 20% veio através de compras de nomes que já tínhamos ou novos nomes”, afirmou Munemori.

Cautela em primeiro lugar

Para Munemori, no entanto, o momento ainda é de cautela. “Temos algumas variáveis que não temos nenhum controle e a visibilidade ainda é muito baixa. Temos que ver a efetividade das políticas que estão sendo adotadas por Governos e Bancos Centrais. Estamos cautelosos e de uma forma gradual e diversificada montando posições novas e adicionando aos nomes atuais”, afirmou.

Questionado por Thiago Salomão sobre suas projeções para a bolsa até o final de abril, Munemori salienta o risco. “Ainda está muito complicado. Não vejo motivos para comprar agressivamente agora. Meu pano de fundo é que não vai ser agora que as coisas vão andar, mas vão se acertando ao longo do tempo”, disse.

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A menina dos olhos

No carrinho da Explora, Munemori destaca a presença da fintech brasileira de meios de pagamentos Stone, que tem suas ações listadas na bolsa de Nova York (Nasdaq).

“Através das maquininhas, a Stone conseguiu criar uma rede de relacionamento com todas essas empresas e, através dela, consegue ter um canal de comunicação com uma visão privilegiada dos business de cada uma dessas empresas”, afirma Munemori.

Ele também elogia a iniciativa da Stone de desenvolver um software de gestão para empresas, que, segundo ele, amplia a visibilidade do empresário sobre todo seu negócio e gera informações para toda cadeia produtiva envolvida.

“A Stone não tem um endividamento líquido expressivo, está pronta para passar por esse momento dificílimo e é um dos exemplos de empresas que vão conseguir atravessar essa crise. Temos que olhar pra isso aqui mais como uma oportunidade (porque os resultados vão cair), mas a gente sabe que isso volta lá na frente, as pessoas vão continuar transacionando”, declara.

O gestor também contou durante a entrevista que a carteira do Explora está mais diversificada do que o de costume. “Estamos com 17 nomes na carteira sendo que geralmente tivemos menos de 15 com uma grande concentração nas 4 maiores”, disse, acrescentando que cerca de 70% da parte comprada do fundo está alocada no Brasil e toda a ponta vendida está fora do país.

A entrevista de Munemori faz parte de uma série de conversas do Stock Pickers com os maiores especialistas em ações do Brasil. Para assistir agora a 6 videoaulas com os principais gestores e analistas do setor, basta clicar aqui.

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Como a Forpus ganha dinheiro em eventos extremos do mercado

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SÃO PAULO – Em um ano a ser esquecido nos mercados até aqui, gestores que conseguiram cair bem menos do que os demais merecem ser estudados. É o caso da Forpus, que apresentou rentabilidade positiva de 2,26% no dia que ficou conhecido como Corona Day, ante baixa de 7% do Ibovespa.

Àqueles que consideram a proeza pura sorte, a gestora coleciona um histórico de destaques em eventos improváveis, caso do Joesley Day (-0,8%), dia em que o Ibovespa derreteu 10%; do processo que levou ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff – em março de 2016, a carteira da Forpus valorizou 72%, frente a 17% do benchmark -, e do ano que marcou a eleição do atual presidente Jair Bolsonaro (+48%, ante 15% da Bolsa). Desde março de 2015, quando foi criado, o veículo da casa apresentou valorização de 272%, frente a 30% do Ibovespa.

Luiz Nunes, um dos sócios-fundadores da gestora, foi o primeiro convidado da série Stock Pickers – Aprendizados em Tempos de Crise. Clique aqui para acompanhar todos os episódios da série.

Em uma entrevista exclusiva aos apresentadores do Stock Pickers Thiago Salomão e Renato Santiago, ele explicou qual é a estratégia da gestora para aliar rentabilidade no longo prazo à resiliência em momentos de estresse.

Para assistir a íntegra em vídeo, basta clicar aqui.

“A carteira da Forpus é uma carteira de ações formada de maneira top-down (de cima para baixo). Não temos um time gigantesco de analistas olhando ação por ação todos os dias. Temos um comitê macro que vê os vetores políticos e macroeconômicos mais importantes daquela situação que a gente está vivendo. Vemos os vetores que vão bater em setores. A gente gosta de ter na carteira entre 3 a 4 setores comprados para 1 setor vendido”, afirma Nunes.

É só depois de analisar os setores que devem se beneficiar do ciclo econômico é que a casa parte para o stock picking propriamente dito. Mesmo assim, a carteira da gestora pode ter facilmente 4 ou 5 empresas em um único setor, destaca. “Não fazemos calls por ações, mas sim por setores”.

“Depois da eleição gostávamos do setor bancário. Quais bancos? A gente escolhe os que julgamos melhor em dado momento. Chegamos à conclusão que não apenas o setor como um todo iria bem, mas que a melhoria de captação, de gestão e governança também seriam pontos relevantes. Então pesamos um pouco mais a mão no Banco do Brasil”.

Ele conta que, eventualmente, algumas ações podem se enquadrar em mais de um setor de sua análise. Nesse caso, a convicção pelo posicionamento é reforçada.

“Um exemplo é a Paranapanema. É uma empresa que já sofreu tanta pivotagem. Tem como matéria-prima o cobre. A gente tinha um call muito positivo com infraestrutura, com real estate e um call de queda das commodities. Era uma ação que fazia parte de três teses. É assim que a gente monta a carteira que julgamos que vai ser vencedora”.

Nunes explica que o fundo segue uma estratégia 130% comprada e 30% vendida, o que lhe confere uma exposição líquida de 100%. Diferentemente de fundos que buscam uma correlação negativa entre as posições long e short, a Forpus tenta gerar um double-alpha. “Não fazemos pares, nós queremos ganhar nas duas pontas.”

Depois de montar a estratégia em ações que os gestores partem para a proteção. “É aqui que entendemos onde estão as brechas”, explica Nunes. O hedge da carteira fica por conta de um robusto book de opções, que ocupa entre 1,5% e 2% do patrimônio dos fundo. “Para poder acelerar o carro como a gente acelera, precisamos de um bom seguro.”

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“O Brasil que não funciona”

A cota número 1 do fundo Forpus Ação FIC FIA data do dia 10 de março de 2015. À época, a ex-presidente Dilma Rousseff acabara de se reeleger.

“O dólar estava muito alto, todo mundo queria ir embora para Miami, diziam que Brasil não iria dar certo. Não era como o cenário atual, visões positivas sobre o Brasil”, lembra Nunes.

Àquela altura, ele e seus sócios batizaram a carteira recém-criada de “O Brasil Que Não Funciona”.

“Não era uma carteira de consumo, Real Estate, shoppings bombando, Condado bombando. Era para fazer o cotista dormir bem” brinca.

Recheadas de exportadoras e commodities, a carteira “O Brasil Que Não Funciona” nascia com papéis de Klabin, Suzano, Embraer, entre outras. “Nada de empresas ‘bacanas’”, lembra Nunes. De março a dezembro daquele ano, a Bolsa caiu 10%, enquanto a carteira subiu 5%.

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Proteção desde o D+0

As carteiras da Forpus mudam. Os princípios que as regem, não. Nunes conta que desde o primeiro dia, o fundo já se protegia de cisnes negros na economia. E para a carteira “O Brasil que Não Funciona”, o maior risco era o Brasil dar certo.

“2014 e 2015 tinham sido 2 anos de PIB negativo e a inflação rasgou. Existe a inflação boa, de país desenvolvido, excesso de demanda e atividade alta. E existe a inflação ruim, do país subdesenvolvido por falta de confiança do BC de que vai ter manutenção da política monetária, desvalorização cambial e possibilidade de não honrar pagamentos de dívidas. Nosso maior risco aqui era o Brasil dar certo. Se o PT cair, a gente iria ter o problema de o Brasil der certo”, explica.

Na análise do fundo, as empresas que mais sofriam com o governo Dilma eram as estatais. A forma de se proteger de uma ruptura — algo extremamente improvável naquele momento — seria comprar calls (opções de compra) dessas companhias.

“Decidimos montar um padrão de proteção completamente heterodoxa. O padrão é proteção put, mas a gente comprou call. Compramos cesta de estatais, mas com foco em Petrobras e Banco do Brasil.”

A Forpus carregou as opções por mais de um ano na carteira. Em março de 2016, com o vazamento da delação de Delcídio Amaral e a situação frágil da então presidente Dilma, o impeachment passou a ser dado como certo, e as estatais decolaram.

“Foi quando nossa carteira de proteção entrou no preço. O Banco do Brasil estava cotado a R$ 9; três dias depois estava em R$ 21. A nossa carteira que era mais focada em exportadoras foi super mal, mas a proteção mais do que compensou”, recorda.

Novo ciclo, vida nova

O cenário macro mudou, e a carteira da Forpus teve de acompanhar. “Dali para frente, entendemos que não seria mais aquele tipo de presidencialismo, então pegamos um pouco daquele caixa para carteira mais construtiva. Praticamente mesma carteira que usamos até duas semanas atrás”, diz.

Se em 2015 e 2016, as opções protegiam os cotistas do fundo de um “país que desse certo”, agora os ativos tinham o papel oposto — em caso de “o Brasil dar errado”. Tendo como novo cenário-base a retomada econômica, uma agenda de privatizações e a a volta do “gringo” à Bolsa, a gestora passou a comprar ações de bancos e estatais, com preferência para as large-caps.

“Era um tipo de ação e setores muito correlacionados com o Ibovespa. Acreditávamos no Brasil, mas mais naquela metade das large-caps. Porque o mundo vinha muito bem em 2016, crescendo, com Trump acabando de ser eleito. Teve até um repique na Bolsa, mas não entendemos como um grande problema. Mas a gente imaginava que poderia ter um problema institucional brasileiro”.

Nunes conta que nem em 2017, quando o bull-market ganhava combustível com a tramitação da Reforma da Previdência, a Forpus abriu mão do seguro em opções. Afinal, ninguém paga o seguro de um carro esperando que ele seja roubado. E aí veio o Joesley Day.

“É aquela frase famosa: No Brasil nem do passado a gente tem certeza, é uma grande verdade. Não dava pra fazer uma super aposta com o dinheiro de cotista, com algo que não sabia se iria acontecer. Acontece o momento Joesley Day, e aí a Bolsa cai 10%. Nesse dia, a gente não caiu quase nada; naquele mês até subimos. Estar sempre protegido é muito importante. E a gente estava”.

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Eleição de 2018

Após o vazamento das gravações envolvendo o então presidente Michel Temer e Joesley Batista, os mercados se recuperaram em pouco tempo. O próximo foco de atenção da Forpus tornou-se a eleição de 2018.

Embora seu cenário-base tenha se confirmado com a vitória de um candidato de direita, a gestora mais uma vez carregava opções na carteira caso estivesse enganada.

“Vai que o PT ganha. A chance era baixa? Era, mas poderia acontecer. Trocamos pedaço relevante da carteira. Em vez de trocar nomes, os mantivemos, mas trocamos por opções. Se desse errado, estaria protegido, se desse certo, acertamos também.”

Uma das boas surpresas para o fundo foi a eleição de Romeu Zema para o governo de Minas Gerais. “Conseguimos ver de forma rápida que ele iria para o segundo turno. A gente ganhou bem com Cemig, compramos opções com Cemig, fizemos investimento acreditando que aquele portfólio maximizaria o ganho se desse certo a aposta. E se desse errado, opções nos ajudariam muito”, afirma.

Novo ciclo, vida nova (2)

A partir da eleição de 2018, o cenário-base da gestora mudou novamente, conta Nunes. A tese passou a ser a de que os principais vetores de risco não viriam mais do mercado doméstico — e sim, do exterior.

Dali em diante, a gestora passou passou a apostar na queda de juros e na melhora do consumo interno, do emprego, da renda e do mercado de crédito. A previsão era a de que a capacidade ociosa da economia também caísse.

“E aí chegou hora de começar a escolher a outra metade do Ibovespa, menos ligada ao mercado lá de fora, mais ligada ao mercado local. Então montamos uma carteira muito focada no mercado imobiliário, na parte de saneamento básico, infraestrutura, consumo, crédito, muito ligado à economia local e tudo que iria desenvolver, na parte de energia.”

Enquanto a posição long da carteira estava no mercado doméstico, a parte short estava no mercado externo. Em 2018, o fundo passou a carregar puts (opções de venda) de S&P, vendo no cenário americano uma série de elementos de risco.

Da eleição à guerra comercial com a China, passando, segundo o gestor, por uma “injeção absurda” de dinheiro na economia e preços “artificiais” de empresas listadas na Bolsa americana.

“E aí, no Carnaval, surgiu o corona-oil. Na quarta-feira de carnaval, chegamos aqui e a Bolsa já cai 7%. A gente sobe 3% A gente sabia que iria ter o coronavírus? Não, mas a gente julgava que o vetor mais frágil dos ativos mundiais eram os ativos de risco americanos, e estávamos protegidos lá.”

Vetor de fragilidade x gatilho

A maioria das vezes em que as opções protegeram o portfólio da Forpus de uma queda mais acentuada, os eventos que levaram ao uso dessas proteções não estavam no radar da gestora. Foi assim com o impeachment de Dilma, foi assim com o Joesley Day e foi assim com o coronavírus.

Para quem diz que o fundo teve sorte de estar posicionado nessas ocasiões, Nunes explica que o objetivo do fundo nunca foi identificar os gatilhos para eventos extremos, mas sim o que chama de vetores de risco, os pontos mais frágeis de um sistema, e se proteger deles.

“A gente nunca tenta adivinhar que vai chover, mas sentir as gotas antes dos outros. Nos outros casos a gente tinha identificado o vetor fraco, nunca o gatilho. Esse é o maior aprendizado. As pessoas sempre querem saber qual vai ser o gatilho, mas você precisa saber qual vai ser o efeito.”

Novo ciclo, vida nova (3)

Nunes explica que, no cenário atual, a Forpus precisou ajustar novamente sua carteira. E vê boas oportunidades.

“Estamos comprados mais em large-caps no Brasil, com a oportunidade de comprar empresas por preços que você nunca imaginou, e que não tínhamos coragem de comprar 50% mais caro”, comemora.

Na ponta short, a empresa aposta na queda de empresas que se deram muito bem com o coronavírus e devem “voltar à normalidade”.

As proteções da casa estão em puts de bonds americanos e calls de mineradoras de ouro.

Por fim, a Forpus avalia uma terceira sub-estratégia para o hedge se sua carteira. “A gente entende que os EUA precisarão fazer um ajuste fiscal, que nenhum presidente quer. Existe o setor americano ligado à defesa em que estamos em short. Esse setor não serve pra nada se não for ter guerra”, argumenta.

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Crítica ao BC

Nunes aproveitou para criticar a decisão do Banco Central em reduzir a Selic de 4,25% para 3,75% ao ano na última reunião do Copom. Segundo ele, a medida pressionou ainda mais o câmbio e tem o potencial de pressionar a inflação.

“Achamos que deveria ter subido. Importou inflação com o corte dos juros. Nosso problema no Brasil não é Magalu e Vale; é o bar do alemão, a PME que tem 15 dias de caixa. Tinha que subir juros, estancar a alta do dólar, reduzir a inflação futura, liberar investimentos e inundar os bancos de dinheiro que vai dar crédito mais barato para as empresas”.

Aberto até quando?

Nunes ressalta que, em última instância, a principal métrica de risco da Forpus é a liquidez. Por isso, o fundo não tem pretensão de crescer para a casa do R$ 1 bilhão em patrimônio líquido. “Hoje, conseguiríamos zerar 100% do fundo em 7 dias. E vamos fechá-lo com 800 milhões”, explica.

Hoje, a casa gere um patrimônio líquido de R$ 350 milhões.

Segundo Nunes, a Forpus tem o plano de abrir em breve outros dois fundos, um de Previdência e outro institucional, ambos long only.

E a concorrência?

Thiago Salomão ainda perguntou a Nunes o que ele pensa sobre os fundos que não estavam protegidos para a crise. Para o gestor, não existe qualquer problema nas estratégias deles e cabe ao investidor entender o seu perfil – e, se julgar necessário, investir em fundos que busquem menos volatilidade.

“Tem muito investidor que é acumulador de ações, acumulador de patrimônio. Para essa pessoa não faz tanta diferença. Para quem quer ser sócio de grandes empresas no longo prazo, esses eventos são oportunidade de comprar. Esse é o caso de grandes fundos que abriram agora para captar mais, como a Dynamo, a Bogari, e alguns fundos mais novos”, defende.

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Tesouro Direto: título paga a inflação mais juro de 4,44% ao ano nesta terça-feira

SÃO PAULO – Apesar de sinais de recuperação da economia chinesa, o aumento no número de casos de coronavírus ao redor do mundo segue gerando um ambiente de incerteza nos mercados. Com uma maior aversão a risco, os títulos indexados à inflação negociados no Tesouro Direto apresentaram alta na tarde desta terça-feira (31).

O Tesouro IPCA+ com juros semestrais e vencimento em 2030 pagava 3,92% ao ano, ante 3,90% a.a. na tarde de segunda-feira (30). O título com vencimento em 2035, por sua vez, oferecia um prêmio anual de 4,44%, ante 4,39% ao ano anteriormente.

Com relação aos papéis prefixados, o juro do título com vencimento em 2023 cedia de 5,41% para 5,30% ao ano, enquanto o Tesouro Prefixado 2026 pagava 7,11% ao ano, ante 7,22% a.a. ontem.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos ofertados nesta terça-feira (31):

Fonte: Tesouro Direto

Noticiário

Na agenda de indicadores domésticos, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) mostrou um aumento no desemprego em meio ponto percentual, para 11,6%, no trimestre até fevereiro, em linha com a expectativa mediana dos economistas compilada no consenso Bloomberg. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número chegou a 12,3 milhões de pessoas desocupadas.

No exterior, destaque para os dados positivos dos índices dos gestores de compras (PMI) da indústria, serviços e composto da China, que mostrou sinais de retomada da economia chinesa no mês de março.

Após ter caído a 37,5 pontos em fevereiro, o índice dos gestores de compras da indústria subiu para 52 pontos em março. O PMI composto chinês (indústria mais serviços) ficou em 52,3 pontos neste mês, também indicando uma sólida retomada sobre os dados fracos de fevereiro, quando despencou a 29,6 pontos.

Leia também:
Tesouro Direto: aumento das taxas abre oportunidades em papéis prefixados e atrelados à inflação

Durante o dia, investidores continuaram olho nas medidas anunciadas por governos para tentar minimizar os impactos econômicos, dado o aumento do número de casos de coronavírus.

No mundo, o número de pessoas contaminadas pela Covid-19 superou 800 mil, enquanto o número de mortos ultrapassou 38 mil. Apenas no Brasil, são mais de 4,6 mil casos confirmados e 165 mortes.

Nos Estados Unidos, o Secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, disse que o governo está disposto a pedir mais dinheiro ao Congresso se o pacote de US$ 2 trilhões, já aprovado, for insuficiente para conter os efeitos da pandemia.

No Brasil, o Senado aprovou ontem o auxílio emergencial de R$ 600 para brasileiros de baixa renda que sejam trabalhadores autônomos, informais ou microempreendedores individuais. O projeto segue agora para a sanção do presidente Jair Bolsonaro.

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Saída da crise pode ser mais rápida após aprendizados de 2008, diz Larry Fink, da BlackRock

SÃO PAULO – Os aprendizados gerados pelos erros cometidos na grande crise de 2008 devem levar o mercado financeiro a ter uma recuperação mais consistente na atual conjuntura, com o mundo envolto nos impactos recessivos do coronavírus sobre as economias. Essa é a opinião de Larry Fink, CEO da gestora americana BlackRock.

Em carta aos cotistas divulgada nesta segunda-feira (30), o executivo afirma que as medidas adotadas ao redor do globo para minimizar os impactos da doença tendem a ser mais efetivas e a funcionarem mais rapidamente, uma vez que hoje “não estamos lutando contra os mesmos desafios estruturais vistos há uma década”.

Segundo Fink, os bancos centrais estão se movendo rapidamente para resolver os problemas no mercado de crédito, e os governos estão agora agindo de forma mais agressiva para oferecer estímulos fiscais. “A velocidade e a forma dessas políticas têm forte influência da experiência global da crise financeira de 2008”, diz.

Tudo isso, contudo, não significa que o mundo está sem riscos, nem que os mercados já chegaram ao fundo do poço, destaca.

Na avaliação do executivo, a crise não pressionou apenas os mercados financeiros e o crescimento de curto prazo das economias, mas mudou – e mudará – a forma como as pessoas trabalham, compram, viajam e se reúnem com outros.

Ainda há, segundo ele, desafios significativos para as empresas altamente endividadas e, se os governos são forem cuidadosos na elaboração de seus programas de estímulo, “a dor econômica do surto cairá desproporcionalmente nos ombros dos indivíduos mais vulneráveis economicamente”.

Para aqueles que investem com o foco de longo prazo, o momento, contudo, pode oferecer grandes oportunidades.

Ele conta que alguns clientes têm aproveitado o momento de sell-off (vendedor) dos mercados para aumentar a posição em ações e mesmo aqueles mais conservadores, com forte alocação em renda fixa, têm buscado ampliar a alocação em Bolsa neste cenário.

“O mundo vai superar essa crise. A economia vai se recuperar. E para aqueles investidores que não ficam olhando só para o chão tremendo no nosso pé, mas que têm o foco no horizonte pela frente, há tremendas oportunidades para aproveitar hoje nos mercados”, diz.

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Fundos imobiliários podem suspender pagamentos de dividendos em meio à pandemia?

SÃO PAULO – Governadores de vários estados brasileiros vêm tomando a dianteira no combate à pandemia da Covid-19 nas últimas semanas e usando decretos e recursos legais para diminuir a circulação de pessoas nas ruas. Em meio a essas decisões, uma das medidas que vem sendo difundida é o fechamento de todo comércio considerado não essencial.

Entra nessa lista a maioria das lojas de shopping centers. Se de um lado a medida é eficiente para reduzir as taxas de contágio pelo coronavírus, por outro, tem impacto direto no bolso dos lojistas, que já tentam renegociar aluguéis para preservar seus negócios durante o período de quarentena.

Nesse contexto, os fundos de investimentos imobiliários (FIIs) que têm shoppings centers em seus portfólios são os mais suscetíveis aos impactos econômicos da epidemia, neste primeiro momento. Alguns deles, como Shopping Pátio Higienópolis, XP Malls e Grand Plaza Shopping, já suspenderam a distribuição de rendimentos mensais.

Esse movimento pode gerar dúvidas – e preocupações – nos cotistas. Especialmente investidores pessoa física, que aproveitaram a recente popularização dos FIIs para diversificar portfólios, vendo na distribuição recorrente de proventos isentos de impostos um dos principais atrativos da categoria. Afinal, um fundo imobiliário pode suspender o pagamento periódico de dividendos?

Segundo Arthur Vieira de Moraes, especialista em fundos imobiliários e professor do InfoMoney, é preciso entender primeiro que a distribuição de proventos se baseia nos rendimentos de um fundo imobiliário. Desta forma, o imóvel precisa ter renda, que é passível de cair em momentos de crise como este, para atender aos anseios dos cotistas.

Em segundo lugar, é importante lembrar que a lei que rege as regras do setor determina a distribuição de dividendos semestrais. “Criou-se uma praxe na indústria de que a distribuição seja mensal. Mas isso é uma antecipação não obrigatória do pagamento semestral. Então, por cautela, gestores podem nesse momento adotar a postura de suspender esse adiantamento”, diz o professor.

Uma vez que se mantenha dentro do que determina a lei (distribuição semestral de 95% dos resultados do semestre), o fundo tem o direito de adotar a suspensão. Os especialistas consultados para essa matéria consideram, inclusive, uma ferramenta prudente para alguns casos, dependendo da situação financeira e de caixa de cada fundo.

“Apenas passados seis meses, se houver a necessidade do fundo de reter mais do que 5% do lucro caixa e distribuir menos do que o mínimo determinado por lei, é necessário reunir uma assembleia para deliberar sobre o assunto”, explica o advogado Carlos Ferrari, sócio fundador do escritório NFA Advogados.

Adaptações em tempos de crise

Gestores de FIIs contam com outras ferramentas para diminuir os impactos dessa crise, que podem preservar ao menos parte dos dividendos semestrais.

Conforme afirma Ferrari, já há alguns fundos, inclusive de shoppings, se movimentando para fazer captações via oferta de esforços restritos, para investidores profissionais. “São colocações para poucos investidores, que em geral já estão próximos da administração dos fundos, e têm liquidez e caixa para aplicar em ofertas como essas”, explica.

E existem outras formas de preservar o caixa às quais gestores já estão recorrendo para minimizar os efeitos nos dividendos. “Uma das primeiras ações que temos visto na indústria é a busca pela redução do custo condominial”, afirma Leandro Bousquet, sócio da Vinci Partners, responsável pela área de Real Estate. Diminuir os custos de operação e manutenção dos imóveis abre espaço para contas mais equilibradas quando for necessário renegociar aluguéis.

No caso do fundo Vinci Shopping Centers FII, Bousquet explica que a diversificação geográfica do portfólio e a posição de caixa confortável permitiram a manutenção da distribuição de provento mensal nesse momento. A política para o mês de março, contudo, foi alterada para garantir alguma rentabilidade aos investidores.

O fundo vai distribuir o equivalente ao resultado da aplicação financeira da cota patrimonial do fundo pelo Certificado de Depósito Interbancário (CDI), líquido de impostos para pessoas físicas. “Nós vamos reavaliar essa política mês a mês”, afirma o sócio da Vinci.

O valor dos rendimentos deve se situar na faixa de R$ 0,28 a R$ 0,30 por cota e será anunciado nesta terça-feira (31). Segundo a Vinci, a parcela de rendimentos pagos ao fim do primeiro semestre de 2020 respeitará a distribuição mínima de 95% dos resultados no período.

Mauro Dahruj, sócio da Hedge Investments, diz que o foco na gestão de fundos agora é exatamente minimizar possíveis reduções de dividendos, e também cita a diminuição do custo condominial como uma das primeiras ações para proteger os FIIs de shoppings.

Ele lembra que as renegociações de aluguel podem seguir diversos formatos. “Uma negociação não significa, necessariamente, um abono total do aluguel. Pode ser apenas uma postergação”, diz Dahruj.

As avaliações são feitas caso a caso. Mas isso significa que, num momento de estabilização, alguns contratos renegociados poderiam incluir até pagamento retroativo de eventuais descontos, e não uma isenção total.

Independentemente da posição que cada fundo vai assumir, o professor Moraes ressalta um ponto positivo na conduta que os gestores têm adotado, que é o de comunicar ao mercado sobre as negociações e possibilidades antes mesmo de as decisões serem tomadas de fato.

“Informação gera valor. Um fundo que divulga a situação do caixa, do ativo e os movimentos que estão sendo feitos diminui a especulação”, observa.

Teste de resiliência

Os FIIs de shopping centers são os mais suscetíveis aos primeiros efeitos da crise que se aproxima, porém não necessariamente são os únicos.

Bousquet, da Vinci, lembra, por exemplo, dos fundos que têm hotéis em seus portfólios. Menos populares, eles podem sofrer a forte redução na demanda, causada principalmente pelas restrições de viagens.

“Mas também há setores que estão mais protegidos, até pela própria natureza do contrato”, diz. Nesse sentido, ele cita como exemplo os FIIs de galpões de logística, categoria na qual é comum encontrar os chamados contratos atípicos. “Se por um lado o locador não tem muito espaço para subir preços, por outro, as multas rescisórias são altas nesses contratos, garantindo alguma proteção”, diz Bousquet.

Dahruj, da Hedge Investments, cita outro exemplo, de fundos de agências bancárias. “Os contratos com bancos costumam ser longos, então há uma boa expectativa de que eles continuem pagando dividendos.”

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