Há pouco mais de um ano, a B3 lançou 16 pares de moedas estrangeiras diretamente contra dólares. Antes disso acontecer, os contratos futuros de moedas já existiam, mas as negociações em pares tinham como referência o real. “O investidor tinha de operar dois contratos: o da moeda desejada contra reais, e o contrato futuro de dólar contra reais para obter a exposição desejada. Isso gerava riscos de execução e maiores custos para os investidores”, explica Marcos Skistymas, superintendente de juros e moedas da B3.
Outro incentivo da B3 veio com o credenciamento, no fim do ano passado, de três formadores de mercado para os contratos futuros de moedas (USD). São dois bancos e a Infinox Capital, corretora inglesa que atua como formadora de mercado há mais de 11 anos. “Por meio da atuação desses formadores, os investidores têm a tranquilidade de negociar os contratos de moedas estrangeiras contra dólares sabendo que podem entrar e sair de suas posições a qualquer momento de forma rápida e a preços justos”, explica Skistymas.
Regulamentada pela Financial Conduct Authority (FCA), agência que controla os serviços financeiros na Inglaterra, a Infinox diz que sua matriz deixou de aceitar clientes domiciliados no Brasil para incentivá-los a buscar as corretoras locais. Enquanto isso, ela se concentra em seu papel de manter as ordens de compra e venda regulares e contínuas durante o pregão, facilitando as transações, principalmente de pequenos investidores. “Faremos o possível para conectar os brasileiros ao mercado mais líquido do mundo”, afirma Robert Berkeley, CEO da Infinox.
Recordes de negociação
Os esforços da B3 para incentivar o mercado de contratos futuros (USD) vêm surtindo efeito. Em fevereiro deste ano, foram abertos mais de 154.000 contratos; um crescimento de 309% em relação à média de 2019. Esse tipo de produto representa, segundo a B3, 74% do volume operado no mercado em fevereiro, tornando os contratos futuros por dólar mais representativos do que os contratos futuros por reais.
Embora a busca por exposição de ativos estrangeiros seja um movimento recente no mercado brasileiro, ela tem se tornado cada vez mais recorrente por parte de investidores. Os contratos futuros podem ser usados tanto como forma de proteção, para evitar que variações em taxas de câmbio impactem negativamente os negócios, quanto de especulação sobre o preço de uma determinada moeda em data futura.
Sócio da V8 Capital Gestão de Investimentos, Alex Lima afirma que o mercado de futuros de moedas é uma alternativa estratégica para investidores brasileiros, mesmo em tempos de crise como a que vem sendo causada pela pandemia de covid-19. “Ativos nacionais, como Risco Brasil, juros e dólar ficam muito correlacionados e a liquidez de diversos instrumentos, bastante prejudicada. Além disso, momentos de pânico ativam circuit breakers em diversos instrumentos, deixando os investidores sem reação e com grandes prejuízos”, diz ele. “Portanto, ter liquidez em moedas ajuda muito, tanto em termos de diversificação como de proteção.”
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