Itaú BBA aponta 7 temas para Petrobras e vê “mundo de oportunidades” para Eletrobras: as recomendações em destaque

Refinaria Presidente Getúlio Vargas Petrobras

SÃO PAULO – As recomendações seguem movimentando o mercado nesta quarta-feira (21). Nesta sessão, os investidores repercutem as recomendações do Itaú BBA para Petrobras e Eletrobras, enquanto o Bradesco BBI colocou a Usiminas como a top pick no setor de siderurgia. Por fim, o Goldman Sachs reduziu a recomendação para a Minerva, o que impactou no preço das ações, com baixa de até 6%. Confira os destaques das recomendações:

Petrobras (PETR3;PETR4

O Itaú BBA destacou em relatório os sete principais pontos para ficar de olho em 2020 quando o assunto são as ações da Petrobras (mais especificamente, sobre os ativos preferenciais), além de revisar as estimativas para a companhia com os números mais recentes.

André Hachem e Leonardo Marcondes, analistas do banco, mantiveram a recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) para os ativos PETR4, elevando o preço-alvo de R$ 38 (US$ 18 para o ADR, ações da estatal negociadas nos EUA) para R$ 40 (ou US$ 19 por ADR).

Abaixo, estão listados os sete tópicos para a companhia em 2020, segundo o Itaú BBA.

i) mudanças no mix de produção: a empresa deve se beneficiar neste ano de um portfólio mais rico, já que a proporção de barris em desenvolvimento sob os regimes de cessão onerosa e partilha de produção (no campo de Búzios, arrematado pela companhia no leilão da ANP, Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis) aumentará em relação à produção sob o regime de concessão.

ii) mudanças após leilão da ANP: ainda relacionado à produção, o analista destaca a rodada de licitações de 2019, em que a Petrobras assumiu um papel-chave em um cenário em que poucos estrangeiros arremataram campos. “Isso trará algumas mudanças importantes nas finanças da companhia. O leilão de cessão onerosa tem ramificações na curva de produção e nas finanças da Petrobras, já que a empresa foi obrigada a pagar um grande bônus de assinatura inicial e terá que fazer compromissos de investimento nos próximos anos para desenvolver o campo de Búzios”, avaliam os analistas.

A petrolífera arrematou os campos de Búzios no leilão dos excedentes da cessão onerosa, realizado em 6 de novembro de 2019, e foi a única a apresentar (em consórcio) propostas para o campo. O bônus total a ser pago é de R$ 68,194 bilhões, sendo que R$ 61,374 bilhões cabem à Petrobras, controladora de 90% do consórcio que arrematou o bloco. 5% pertencem à chinesa CNODC, e outros 5%, à CNOOC.

iii) produção na Bacia de Campos: houve uma queda significativa nos últimos dois anos, muito em razão de um acordo assinado pela Petrobras para melhorar suas práticas de descarte de água, resultando em um maior tempo de inatividade das plataformas. Segundo o analista, ajustando a produção da Bacia de Campos para o tempo de inatividade, é possível observar um potencial de recuperação da produção da Bacia de Campos.

iv) comissionamento de novas plataformas: a companhia adotou uma política de efetuar apenas contratos de arrendamento e operação de suas unidades, ao invés de ter plataformas próprias. No entanto, à medida que o mercado de FPSO se torna mais apertado, a empresa pode voltar a fazer plataformas próprias.

v e vi) plano de desinvestimento de oito refinarias do Brasil (50% de sua capacidade) e política de preços: a venda dos ativos de refino pode render uma melhora na governança corporativa da empresa. Com relação à política de preços, por sua vez, os analistas avaliam que a Petrobras retomou o preço de mercado livre, adotando mecanismos de hedge para conter a volatilidade.

“Entretanto, alguns eventos, entre eles, geopolíticos, causaram aumentos significativos no preço do petróleo, enfatizando as tensões e os riscos relacionados aos preços do diesel e da gasolina: se os preços mais altos do petróleo forem sustentados por mais tempo, um repasse mais alto seria necessário”, apontam os analistas.

vii) venda de ativos, alavancagem e dividendos: o cenário base do Itaú BBA é de que a Petrobras atinja o limite de 1,5 vez a relação entre dívida líquida e o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) em 2021. Os analistas projetam que o dividend yield das ações da companhia seja de 4% em 2022 com a nova política de distribuição de proventos.

Eletrobras (ELET3;ELET6)

O Itaú BBA também iniciou a cobertura para as ações ordinárias da Eletrobras com recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) em relatório chamado “um mundo de oportunidades”, com preço justo de R$ 56 (potencial de valorização de 35% frente ao valor negociado nesta quarta)  para o ativo para o fim de 2020. O banco atribui 50% de chance de privatização da companhia; no cenário de não haver nenhuma probabilidade de privatização, o preço-alvo iria para R$ 44 por ação (potencial de alta de 6,39%).

De acordo com o analista Marcelo Sá, a companhia apresenta um equilíbrio de risco e retorno muito atraentes, que podem ser potencializados se a empresa for privatizada, ao mesmo tempo que deve haver uma queda limitada se o governo federal desistir da possibilidade de privatização.

No cenário otimista, o analista apresenta uma avaliação de R$ 68 por ação (alta de 64%), enquanto que, no caso mais conservador, é de R$ 32 por ação (ou queda de 22%).

Sobre o tema da privatização, o analista reforça que a Eletrobras contratou uma empresa de consultoria para identificar medidas caso a empresa permaneça sob controle estatal. As medidas adicionais adotadas têm potencial de reduzir os custos em R$ 500 milhões por ano em 2021, enquanto o caso base assume R$ 300 milhões por ano.

O analista avalia ainda o potencial da Eletrobras para aumentar o pagamento de dividendos a médio prazo em meio a um cenário de rápida desalavancagem. Desde que Wilson Ferreira Jr. assumiu o cargo de presidente da estatal no segundo trimestre de 2016, a companhia reduziu sua alavancagem de 9,8 vezes a relação entre dívida e Ebitda para 1,8 vez no terceiro trimestre de 2019.

Com isso, a expectativa de Sá é de que a alavancagem continue caindo, o que abrirá espaço para o aumento de pagamento de dividendos.

Usiminas (USIM5)

Os analistas do Bradesco BBI mudaram suas preferências para o setor de siderurgia, colocando agora a Usiminas como a top pick do setor com preço-alvo de R$ 13; antes, a top pick era a Gerdau (GGBR4).

A expectativa para a Usiminas é de uma combinação de recuperação de volume e preço em 2020 que deve levar a um Ebitda mais forte, assim como expansão de múltiplos. A siderúrgica negocia a um múltiplo de 6 vezes a relação entre o valor de empresa e Ebitda esperado para 2020, com um desconto de 18% para GGBR4; os analistas acreditam numa potencial rotação de Gerdau para Usiminas.

“O momentum de aços planos está crescendo, uma vez que (1) não apenas os preços internacionais do aço tipo HRC têm recuperado cerca US$ 70 a tonelada (ou 17%) da baixa recente, mas (2) também com o real depreciado em cerca de R$ 4,20”, avaliam os analistas.

A expectativa é de 10% de aumento de preço para o canal de distribuição em 2020, que deve se materializar mais rápido do que esperado (e talvez em maiores níveis – aparentemente siderúrgicas estão anunciando uma iniciativa de aumento de 10% para março, em cima dos 10% de janeiro).

“Mesmo considerando a implementação total do aumento de janeiro/fevereiro, ainda vemos o aço HRC doméstico negociando a 4% de desconto na relação com o importado, sugerindo que outro aumento de 10% pode acontecer. Dito isso, vemos boas chances de um aumento combinado de 15% para distribuição pegar até o final de março”, avaliam.

Já do lado do volume, a estimativa é de uma demanda de aços planos crescendo entre 4% e 5% em 2020, com base em taxas de crescimento similares na média em setores chave de consumo (fabricantes de automóveis e bens de capital, além de maquinário). “A Usiminas ainda está rodando a cerca de 65% de capacidade disponível (ou 45% de capacidade instalada) e a estimativa é de um crescimento de volume de 25% nos próximos 3 a 5 anos”, apontam os analistas.

Minerva (BEEF3)

O Goldman Sachs reduziu a recomendação para as ações da Minerva de neutra para venda, destacando que o “momentum” positivo está totalmente precificado. Após uma alta de 157% em 2019 e ganhos de dois dígitos em 2020, os analistas do banco apontam que as ações andaram à frente dos fundamentos e há risco para baixo diante das expectativas elevadas.

O cenário para as exportações deve permanecer favorável, mas a alta recente nos preços do gado no Brasil pode prejudicar a demanda doméstica. O preço-alvo é de R$ 12 (uma queda de 16% frente ao preço negociado nesta quarta-feira).

O rebaixamento acontece antes da precificação da oferta de ações na quinta-feira, que pode levantar R$ 1,4 bilhão.

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Grow anuncia reestruturação no Brasil e tira bicicletas Yellow de circulação temporariamente

SÃO PAULO – A Grow, startup de mobilidade dona dos patinetes e bicicletas Yellow e Grin, anunciou nesta quarta-feira (22) uma “reestruturação” nas operações brasileiras. O intuito é promover um “ajuste operacional” para que a companhia “continue prestando serviços de forma estável, eficiente e segura”, de acordo com comunicado.

Todas as bicicletas foram tiradas de circulação neste momento. Elas serão “submetidas a um processo de checagem e verificação das condições de operação e segurança”, de acordo com a empresa, que também está prospectando “parcerias públicas e privadas para fortalecer e expandir sua operação”.

As operações em Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Campinas (SP), Florianópolis (SC), Goiânia (GO), Guarapari (ES), Porto Alegre (RS), Santos (SP), São Vicente (SP), São José dos Campos (SP), São José (SC), Torres (RS), Vitória (ES) e Vila Velha (ES) serão encerradas. As patinetes que serviam a esses mercados serão levadas aos mercados onde a Grow continuará oferecendo o serviço: São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Curitiba (PR).

“Planejar essa reestruturação nos colocou diante de decisões difíceis, porém necessárias para aperfeiçoar a oferta de nossos serviços e consolidar a nossa atuação na América Latina. O mercado da micromobilidade é fundamental para revolucionar a forma como as pessoas se locomovem nas cidades e continuamos acreditando que esse mercado tem espaço para crescer na região”, disse na nota Jonathan Lewy, CEO da Grow.

Segundo a nota, os funcionários demitidos terão auxílio para recolocação com auxílio de uma consultoria de RH. “Agradecemos aos colaboradores que estiveram conosco e estamos buscando sua recolocação no mercado de trabalho. É importante ressaltar que todos terão resguardados os seus direitos trabalhistas”, disse Lewy.

A Grow é a terceira maior companhia de micromobilidade do mundo e está em 7 países.

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Petróleo pode cair US$ 3 com impacto de coronavírus, diz Goldman

(Bloomberg) — Se a epidemia da Síndrome Respiratória Aguda Grave de 2003 servir de guia, mercados de petróleo podem ser impactados pelo coronavírus da China, sendo o combustível de aviação o mais afetado, segundo o Goldman Sachs.

O vírus respiratório, que se originou na cidade de Wuhan, poderia causar uma queda da demanda global de 260 mil barris por dia em 2020. O combustível de aviação responderia por mais de 65% da baixa, disse o Goldman em relatório.

A menor demanda provavelmente levaria a cotação do petróleo a cair em US$ 2,90 o barril. As projeções do banco refletem o impacto estimado na demanda causado pela SARS em volumes de 2020.

O coronavírus causa nervosismo nos mercados financeiros, especialmente porque se propaga quando centenas de milhões de chineses se preparam para viajar pela China e ao exterior para as festas do Ano Novo Lunar. O possível impacto traz outro curinga aos mercados de petróleo, já afetados este ano pela tensão no Oriente Médio e no norte da África.

“Embora uma resposta de oferta da Opep possa limitar o impacto fundamental de um choque da demanda, a incerteza inicial sobre o escopo potencial da epidemia pode levar a uma onda de vendas maior do que os fundamentos sugerem”, disseram Damien Courvalin e Callum Bruce, analistas do Goldman.

A volatilidade do preço do petróleo pode aumentar nas próximas semanas, embora o Goldman ainda veja um atraso sustentado no preço do barril Brent este ano, já que o impacto total nos fundamentos ainda é limitado. A preocupação com o impacto do vírus sobre a demanda de petróleo, no entanto, deve amenizar o receio sobre os cortes no fornecimento na Líbia, Irã e Iraque.

Durante a SARS, os preços de combustível de aviação de Cingapura caíram em relação a outras regiões. A Associação Internacional de Transporte Aéreo estimou uma queda de 8% no tráfego anual de companhias aéreas asiáticas durante o surto da SARS, enquanto operadoras dos EUA sofreram uma baixa menor.

Autoridades de saúde do mundo todo tentam medir o perigo do novo vírus SARS, com o primeiro diagnóstico registrado nos EUA. A China registra um total de 440 casos, com nove mortos.

O impacto real na demanda global de petróleo dependerá da rapidez com que o coronavírus se espalhar para outras regiões e do nível de contágio, segundo analistas. Uma resposta rápida e agressiva das autoridades chinesas também pode diminuir a incerteza e o impacto negativo na economia, acrescentaram.

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Gol nega revés após mais uma postergação da Boeing para retorno do 737 Max

Aeronave da Gol parada em aeroporto

A Gol buscou demonstrar tranquilidade, na terça-feira, 21, depois de a Boeing mais uma vez postergar a retomada de operação do 737 Max. Em evento no último dia 9, os executivos da aérea brasileira haviam destacado que uma liberação depois do primeiro trimestre deste ano poderia comprometer os negócios na alta temporada.

O 737 Max foi suspenso por autoridades em todo o mundo após dois acidentes deixarem centenas de mortos no fim de 2018 e início de 2019.

Na terça, a Boeing afirmou que, atualmente, está estimando que a aeronave retornará apenas em meados de 2020. A empresa vem postergando constantemente os prazos, em meio ao escrutínio de agências reguladoras como a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês).

A Gol foi procurada pela equipe do Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), mas negou que a nova postergação fosse um revés para seus negócios. “Não há revés. A Gol tem flexibilidade no seu plano de frota para acomodar a nova data que a Boeing indica”, disse a empresa, em nota.

Para fazer frente à demanda maior no início do ano, a Gol se viu obrigada a fretar aeronaves. Segundo a empresa, “há tempo suficiente para reorganização da frota, e reforçamos ter flexibilidade em nosso plano”.

A aérea brasileira, assim como outros players no mundo, negociam com a Boeing um reembolso diante dos prejuízos decorrentes da suspensão do 737 Max. A Gol afirmou que mantém conversas com a norte-americana para uma compensação futura, e “reforça que sempre teve um relacionamento de confiança e transparência com a empresa”.

A resposta, entretanto, vai na contramão das sinalizações que foram dadas pelos executivos no último dia 9. Durante reunião com analistas e investidores, a empresa disse contar com uma solução para o imbróglio envolvendo o 737 Max até março e esperava já operar o modelo em abril para se preparar para a alta temporada.

“Durante a baixa temporada, de fevereiro até junho, o Max não faz diferença para a gente. Julho é a grande questão”, disse o vice-presidente de operações da Gol, Celso Ferrer, na ocasião. O executivo destacou que novos atrasos iriam obrigar a empresa a construir um crescimento de capacidade para julho.

O evento da Gol em meados de janeiro contou com a presença do diretor regional de marketing de produtos da Boeing, Jeffrey Haber. Ele apontou o primeiro trimestre deste ano como uma boa meta para liberar a aeronave, reforçando o cenário esperado para a Gol.

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Schvartsman: de salvador da Vale a acusações de homicídio

(Bloomberg) — Fabio Schvartsman deveria ser a nova cara que ajudaria a Vale, a maior produtora de minério de ferro do mundo, a seguir em frente depois do rompimento da barragem em Mariana, em 2015. No entanto, o executivo de 65 anos agora enfrenta acusações de homicídio após o desastre ocorrido em Brumadinho, em janeiro de 2019.

Embora conhecesse pouco sobre mineração e metais, sob seu comando o preço das ações da Klabin, maior produtora de papel do Brasil, mais do que dobrou. Schvartsman conseguiu financiamento para lançar projetos de baixo custo e ganhou reputação por eficiência de custos. Ele assumiu a presidência da Vale em maio de 2017, quando o maior novo projeto do setor também entrou em operação, aumentando a produção e o lucro.

Agora, dois anos e meio depois, Schvartsman – que deixou o cargo de presidente em março – foi indiciado com 270 acusações de homicídio como resultado do rompimento de uma segunda barragem. O executivo é acusado de saber com antecedência questões sobre segurança da barragem de rejeitos de Brumadinho e ajudar a omiti-las antes da tragédia que causou mais vítimas fatais no Brasil.

Ironicamente, Schvartsman iniciou seu papel de CEO da Vale com a promessa de nunca permitir a repetição do desastre de 2015 em Mariana. Agora, aguarda a decisão de um juiz sobre as acusações do Ministério Público de Minas Gerais e a possibilidade de também ser acusado a nível federal.

Segundo o promotor Willian Coelho, Schvartsman atuou diretamente para criar incentivos corporativos, e não para evitar riscos, canalizando esforços com o objetivo de mascarar riscos e maximizar valor de mercado.

“Ele fez do lema dele, ‘Mariana Nunca Mais’, um lema panfletário, de papel”, disse Coelho.

Em comunicado, a Vale disse estar perplexa com as acusações de fraude e destacou que outros órgãos também investigam o caso, “sendo prematuro apontar assunção de risco consciente para provocar uma deliberada ruptura da barragem”.

‘Uma joia brasileira’

Schvartsman não estava disponível para comentários na terça-feira. Em audiência pública em 14 de fevereiro do ano passado, o executivo chamou a Vale de “uma joia brasileira que não pode ser condenada por um acidente que aconteceu em sua barragem, por maior que tenha sido a tragédia”.

Schvartsman era visto por muitos como um potencial salvador para uma empresa que enfrentou uma montanha-russa com o CEO anterior. Sob o comando de Murilo Ferreira, as ações da Vale se desvalorizaram cerca de 30%, puxadas pela queda dos preços das commodities em meio à desaceleração da demanda chinesa e à expansão da oferta. Ferreira, no entanto, ajudou a impulsionar a abertura de um complexo de mineração de US$ 14 bilhões em uma área onde a qualidade do minério é maior e os custos, menores.

As críticas ao desastre de Mariana em 2015, no entanto, abalaram sua gestão, e Ferreira acabou sendo substituído por Schvartsman. Por um período, foi uma combinação perfeita. As ações da Vale quase dobraram de preço entre a nomeação de Schvartsman para a presidência e o desastre da barragem.

De todos líderes empresariais brasileiros acusados nos últimos anos, Schvartsman se destaca pelas acusações de homicídio. Ferreira não foi incluído nas acusações criminais pelo rompimento da barragem de 2015. A corrupção e o uso de informações privilegiadas têm sido crimes mais comuns nos últimos anos.

Embora Schvartsman tenha sido acusado de homicídio, e a Vale de crimes ambientais, não está claro quando ou se o executivo será realmente colocado atrás das grades. O processo do rompimento da barragem em Mariana em 2015, que também incluiu acusações de homicídio contra alguns executivos da Vale, foi suspenso em 2017 depois que um juiz encontrou evidências de escutas ilegais por parte dos investigadores.

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BNDES vai repassar R$ 15 bilhões em dividendos para a União

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve reforçar o caixa da União com cerca de R$ 14 bilhões a R$ 15 bilhões de receitas de dividendos (pagamento que os acionistas de uma empresa recebem pelo lucro gerado).

Se concretizado, esse valor será recorde. Até novembro de 2019, o banco estatal “engordou” em R$ 9,5 bilhões os cofres da União – a regra aprovada pelo conselho de administração determina o repasse de 60% do lucro.

A depender do resultado das vendas de ações que o banco detém em empresas, entre elas, a Petrobras e a JBS, os dividendos podem até superar os R$ 15 bilhões. A expectativa é que o lucro do banco alcance R$ 20 bilhões neste ano.

O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, deverá anunciar nos próximos dias detalhes da expectativa de reforço dos dividendos. O assunto vem sendo discutido com o ministro da Economia, Paulo Guedes.

O reforço dos dividendos no Orçamento está sendo finalizado pela equipe econômica. Segundo uma fonte da área, essa medida é importante para acomodar novas despesas, como os R$ 6 extras de aumento do salário mínimo a partir de fevereiro. Mas será preciso também abrir espaço nas despesas, por conta da restrição do teto de gastos (regra que impede o crescimento dos gastos acima da inflação).

A receita de dividendos do BNDES em 2019 “salvou” o governo num momento em que o Orçamento estava bloqueado e a Esplanada dos Ministérios operando em alguns órgãos numa situação de quase paralisação.

Houve uma antecipação do pagamento de dividendos que ajudou a equipe econômica num dos momentos mais críticos, quando a pressão contra o aperto fiscal chegou a levar uma ala do governo a pedir a flexibilização do teto de gastos, o que foi impedido pelo ministro.

Tesouro.

Além do pagamento de dividendos, o banco também deve acelerar o pagamento da dívida que tem com o Tesouro. Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o integrante do conselho de administração do BNDES, Carlos Thadeu de Freitas, informou que o BNDES pode antecipar R$ 60 bilhões a mais do que os R$ 25 bilhões previstos para 2019.

“Não tem demanda. O banco hoje não é competitivo mais na área de crédito interno. Só é competitivo na área de infraestrutura. Não tem necessidade de ter uma carteira enorme. O banco empresta pouco e não tem inadimplência. Pode sobreviver hoje com uma carteira menor”, disse. Segundo Freitas, o banco está emprestando na faixa de R$ 50 bilhões a R$ 60 bilhões anualmente.

Na sua avaliação, o ministro Paulo Guedes está no caminho certo em acelerar as devoluções, que permitem uma redução da dívida pública, indicador que é acompanhado mais atentamente pelas agências de classificação de risco. “Em 2019, o governo conseguiu reduzir a dívida pública devido ao BNDES. O fato mais importante do governo Bolsonaro foi mudar a trajetória da dívida que estava insustentável”, avaliou Freitas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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BB, Cemig, Natura e Engie estão entre as 100 empresas mais sustentáveis do mundo

SÃO PAULO – O Banco do Brasil é a nona empresa mais sustentável do mundo em 2019, de acordo com a análise da revista Corporate Knights. Entre as 100 empresas melhor colocadas, das mais de 7.300 avaliadas, também estão a estatal mineira de eletricidade Cemig, em 19º, a fabricante de cosméticos Natura, em 30º, e a geradora privada de energia Engie, em 72º.

Anual, o ranking avalia as empresas em sustentabilidade econômica, ambiental e social a partir de informações públicas. Gestão financeira, gestão de recursos, receita obtida via produtos e serviços com benefícios sociais ou ambientais e cadeia de fornecedores são alguns dos aspectos considerados.

A divulgação do resultado ocorre em paralelo ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, cujo tema central em 2020 é justamente a sustentabilidade. O Banco para Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) lançou no evento um relatório alertando para eventos de “cisne verde” (referência a cisne negro) que poderiam desencadear uma crise financeira sistêmica.

Os primeiros colocados no ranking da Corporate Knights são as dinamarquesas Orsted (petrolífera estatal) e Chr. Hansen (biociência), a finlandesa Neste Oyj (petrolífera) e as americanas Cisco Systemas e Autodesk (ambas de software).

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Em Davos, governo encontra investidores para oferecer R$ 320 bilhões em projetos; 5G lidera lista

Paulo Guedes na Expert 2019

A delegação brasileira no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, terá um encontro nesta quarta-feira, 22, com 20 grandes investidores para apresentar a carteira do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Com a presença do ministro da Economia, Paulo Guedes, o encontro será uma ponte para tentar atrair capital estrangeiro para financiar projetos de médio e longo prazos no País.

O governo vai apresentar todos os 115 projetos já estruturados ou ainda em fase de estudo que compõem a carteira para 2020 e 2021, que equivalem a R$ 320 bilhões, sendo R$ 264,1 bilhões em investimentos e outros R$ 55,5 bilhões em privatizações. Isso inclui o leilão de 5G, cuja consulta pública será aberta em fevereiro. Estados Unidos e China estão envolvidos numa disputa por causa da nova tecnologia. De acordo com o governo, o edital e o leilão estão previstos para o segundo semestre deste ano. As estimativas iniciais de valor da outorga (taxa paga para explorar a concessão pública) mais os investimentos ficam em torno de R$ 20 bilhões.

O governo também vai apresentar a carteira com 11 ferrovias (como a Ferrogrão, que tem 933 quilômetros entre Sinop/MT e Miritituba/PA), 22 aeroportos divididos em três blocos, 19 rodovias, além da privatização de empresas como Eletrobrás, Nuclep, Casa da Moeda e estudos para a desestatização de Telebrás e Correios.

A apresentação ainda inclui projetos estaduais de concessão nas áreas de saneamento, como é o caso da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), do Rio de Janeiro.

A secretária do PPI, Martha Seillier, disse ao jornal O Estado de São Paulo/Broadcast que o objetivo é apresentar oportunidades de investimentos para esses investidores e desfazer qualquer “mal-estar” em relação ao Brasil sobre questões ambientais ou outras polêmicas envolvendo o governo.

Leia mais: Governo apresenta lista com 15 prioridades a Rodrigo Maia

Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro demitiu o então secretário de Cultura, Roberto Alvim, após ele divulgar um vídeo parafraseando Joseph Goebbels, ministro da propaganda nazista. Às vésperas da viagem a Davos, o episódio trouxe preocupação para a área econômica e temor de que a fala “manchasse” a participação brasileira no evento.

Ambiente

As questões ambientais também ficaram sob o holofote nos últimos meses após queimadas na Amazônia e avanço no desmatamento. Nessa edição do fórum, meio ambiente, mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável são temas centrais e entraram no radar dos investidores e tomadores de decisão.

“Esses eventos em alto nível, (em que) normalmente você está com o CEO da companhia, são uma oportunidade para tirar dúvidas, desfazer algumas situações, alguns questionamentos em relação ao Brasil, qualquer tipo de mal-estar”, disse Martha, que viajou a Davos para se juntar à delegação brasileira.

O café da manhã está sendo organizado pelo Itamaraty e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil). Por uma limitação de espaço, 20 investidores serão selecionados entre os que demonstraram interesse na conversa com o governo brasileiro. A lista dos participantes não foi divulgada.

Na apresentação, à qual a reportagem teve acesso, há um capítulo específico sobre licenciamento ambiental, apresentado como o principal instrumento de controle para implementação de atividades que usem recursos ambientais ou apresentem risco de degradação ao meio ambiente. “É objetivo central da política compatibilizar o desenvolvimento econômico e social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico”, diz o texto.

Para a secretária, a presença de Guedes será crucial para dar também segurança aos investidores de que o Brasil está fazendo o “dever de casa” na área fiscal e segue endereçando outras reformas, como a tributária e a administrativa.

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Toyota, Honda e Nissan convocam recall de milhões de veículos

SÃO PAULO – Toyota, Honda e Nissan, três das maiores fabricantes automotivas japonesas, anunciaram que estão realizando um recall de milhões de veículos para consertar uma falha de segurança.

As empresas anunciaram o recall separadamente, mas possuem o mesmo problema com os veículos: problemas na proteção em caso de acidentes.

A Toyota informou na última terça-feira (21) que o recall abrange aproximadamente 3,4 milhões de veículos. Os modelos afetados são comercializados em todo o continente americano. Entre os carros envolvidos estão linhas do Corolla e do Avalon produzidos entre 2010 e 2019. O problema é um dispositivo que pode impedir o acionamento do airbag em colisões.

Já a Honda, também na última terça-feira, afirmou que seu recall deve atingir cerca de 2,7 milhões de veículos, sendo 2,4 milhões nos Estados Unidos e 300 mil no Canadá. A montadora disse que alguns Acuras produzidos entre 1996 e 2003 podem estar equipados com os airbags problemáticos.

A montadora Nissan anunciou, na última segunda-feira (20), que também realizará um recall envolvendo cerca de 5 mil veículos. Segundo informações da companhia, assim como o caso da Honda, problemas envolvendo o sistema de airbags da japonesa Takata foram o motivo do recolhimento dos veículos.

Questionada sobre os números da ação no país, a Toyota afirmou que esse mais recente recall da companhia não afeta nenhum veiculo no Brasil.

Segundo nota enviada à imprensa, a Nissa, afirmou que serão reconvocadas 55 unidades do Pathfinder e 124 do Sentra, produzidas entre 2001 e 2006, para nova substituição do gerador de gases do airbag do passageiro, além de 4.844 unidades do Frontier, produzidas entre 2007 e 2008.

“A Nissan não tem conhecimento de incidentes destes componentes em seus veículos no Brasil. O tempo estimado de reparo é de 1 hora, o serviço é gratuito e poderá ser agendado a partir de 20 de janeiro, entre 8h e 18h em uma concessionária Nissan”, diz a companhia em nota.

A Honda não respondeu os questionamentos até o fechamento desta reportagem.

Takata volta aos holofotes

Esse mais recente recall envolvendo airbags é uma dor de cabeça maior para uma outra companhia, a Takata, empresa japonesa responsável por fabricar os airbags da Honda e da Nissan.

Essa não é a primeira vez que a tecnologia da Takata sofre com problemas e exige que as montadoras realizem reparos em seus veículos.

A Takata chegou a ser uma das três maiores fornecedoras de airbags do mundo, com um controle de aproximadamente 25% do mercado e praticamente fechou as portas após envolvimento no maior recall de veículos da história.

Desde 2008, foram realizados mais de 100 milhões de recalls em todo o mundo. A Takata era a fornecedora oficial de grandes montadoras, como Toyota, Honda, Volkswagen, BMW e outras.

O problema nos airbags da companhia está em um componente do sistema chamado deflagrador, uma peça de metal que contém um químico responsável por expandir a bolsa de ar que amortece o impacto do motorista após uma colisão.

Quando o deflagrador está com defeito, ele explode após ativar o airbags, lançando centenas de estilhaços de metal na direção do motorista. Desde 2004, a falha já matou 17 pessoas ao redor do mundo.

Apenas em 2014 a Takata foi apontada como responsável pelo defeito, após ter sido revelado que alguns diretores da companhia sabiam dos riscos da tecnologia.

Em junho de 2017, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos e Japão, em um acordo que envolveu a venda da companhia para a Key Safety Systems, uma concorrente americana.

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Hedge fund mais rentável do mundo adota tática climática radical

(Bloomberg) — O que não falta na indústria de hedge funds são profissionais com estratégias agressivas, mas poucos são tão duros quanto Chris Hohn. O bilionário britânico leva o típico manual a novos níveis – fechando acordos, pressionando para destituir chefes e enfrentando empresas com processos e ameaças. Um oponente ficou tão irritado depois de perder uma batalha na sala de reuniões com Hohn que intitulou um livro sobre a experiência: “Invasion of the Locusts” (invasão dos gafanhotos). Essa abordagem fez com que o TCI Fund Management de Hohn se tornasse o maior hedge fund e o de melhor desempenho do mundo no ano passado.

Agora Hohn está trazendo suas agressivas táticas para o combate contra o aquecimento global. O gestor de recursos, com US$ 30 bilhões em ativos, pressiona as empresas de seu portfólio a reduzirem as emissões de gases de efeito estufa e divulgarem a pegada de carbono. Se não o fizerem, Hohn diz que vai destituir conselhos ou vender ações. Caso alguém duvide de seu compromisso: Hohn e sua instituição de caridade doaram 200 mil libras (US$ 260 mil) ao Extinction Rebellion, o movimento radical de combate à mudança climática cujos membros bloquearam o tráfego em Londres e um terminal de jatos particulares.

“Na guerra contra os combustíveis fósseis, você não pode ser muito exigente com seus aliados”, diz Jeremy Grantham, cofundador da gestora de recursos GMO, de Boston, um investidor lendário que há muito tempo alerta sobre a catástrofe climática. Hohn “mostrou que você pode causar um grande impacto em empresas com muita torção de braço”.

Para Hohn, 53 anos, um financista racional e muito discreto, com fortuna de US$ 2 bilhões, sua campanha é apenas o primeiro passo para abalar a indústria de gestão de ativos que, segundo ele, ignorou uma crise planetária. Ele pede aos investidores que demitam gestores de recursos que não pressionam empresas a reduzirem a pegada de carbono e quer que bancos parem de emprestar para companhias que ignoram as mudanças climáticas.

Ainda assim, apesar de todo o zelo de Hohn, sua cruzada está repleta de inconsistências no investimento verde. O TCI já teve uma grande participação em um produtor de carvão da Índia; mesmo agora, o fundo possui participações em três ferrovias que queimam toneladas de diesel e transportam combustíveis fósseis, inclusive de areias betuminosas, uma das piores fontes de gases de efeito estufa. Outra posição importante: na Ferrovial, o conglomerado com sede em Madri que opera aeroportos como o Heathrow, em Londres.

“Por um lado, ele está tentando ser verde e, por outro, ganha dinheiro com poluidores”, diz Jacob Schmidt, presidente da Schmidt Research Partners, uma empresa de investimentos de Londres. “A questão é: quão comprometido você realmente está ao seguir seus princípios?”

Hohn diz que é muito mais produtivo pressionar empresas intensivas em carbono do que ignorá-las. Em 30 de novembro, o TCI enviou cartas aos CEOs das 17 empresas da carteira com instruções específicas sobre as deficiências que devem ser corrigidas. O TCI disse que votará contra diretores de empresas que não atingirem metas, bem como auditores que não reportarem “riscos climáticos materiais”, e que pode até vender todas as ações em uma empresa.

Em uma carta à Ferrovial, Hohn reconheceu que “descarbonizar” aeroportos é um enorme desafio e elogiou a nota “A” da empresa por divulgar suas emissões de gases de efeito estufa. No entanto, o TCI disse que a meta da Ferrovial de reduzir as emissões em quase 30% até 2030 pode ser aumentada e pediu à empresa que apoie medidas como um imposto sobre o carbono e um mandato para que companhias aéreas passem a usar combustível de aviação mais verde.

Ele disse à Canadian Pacific Railway que seu método de divulgação de emissões obteve nota “C” pela organização sem fins lucrativos Carbon Disclosure Project e que o plano da ferrovia de aumentar a avaliação para um “B” ainda seria “insatisfatório“. O TCI, maior acionista da ferrovia com participação de 8%, disse que exige que a empresa tenha um “plano confiável e divulgado publicamente” para reduzir as emissões e que atenda a sete objetivos, como a compensação de emissões de viagens corporativas e melhor eficiência energética das instalações. A Canadian Pacific diz que mantém um diálogo com acionistas sobre temas como sustentabilidade e que há muito tempo divulga suas emissões para melhorar suas práticas. Hohn não quis conceder entrevista para este artigo.

Hohn lançou o TCI e uma instituição de caridade afiliada, a Children’s Investment Fund Foundation, em 2004, depois de ganhar reputação como especialista em escolher ações no escritório de Londres da Perry Capital, um hedge fund com sede em Nova York. A então esposa, Jamie Cooper, que Hohn conheceu em Harvard no início dos anos 90, administrou a fundação, e eles se tornaram um casal de poder em Londres quando o TCI investiu dinheiro na instituição de caridade.

Graças a Hohn, a fundação possui US$ 5,1 bilhões para financiar programas como melhora da nutrição de jovens em comunidades carentes, proteção de adolescentes contra a escravidão e tráfico de humanos e expansão do tratamento pediátrico do HIV na África. Hohn e Cooper trocavam informações regularmente com Bill e Melinda Gates e, em 2012, David Cameron, então primeiro-ministro britânico, convidou Hohn para falar em uma cúpula sobre desnutrição na 10 Downing Street.

No TCI, a “vibe” era decididamente mais mercenária. Hohn desenvolveu uma estratégia de investimento baseada em sua própria estrutura “pessoal, intelectual e emocional”, como disse à juíza Jennifer Roberts, que conduziu seu divórcio em 2014, o que resultou em um acordo de 337 milhões de libras para Cooper. A abordagem de Hohn significava conduzir análises meticulosas e procurar equipes de gestão fracas que outros investidores evitam. “Pense nisso como o departamento de produtos danificados de uma loja de departamentos, onde você pode obter de 80% a 90% de desconto porque a maioria das pessoas não compra”, disse Hohn em entrevista em vídeo à revista Institutional Investor em 2013.

Combater o aquecimento global testará a abordagem de Hohn como nunca. Primeiro, ele aposta que as empresas atenderão às suas demandas e, depois, que não reduzirá os retornos desestabilizando empresas que as rejeitam. Ao vincular a sorte do TCI a uma agenda de combate às mudanças climáticas, Hohn aposta que os riscos econômicos da crise crescente são tão grandes que seria tolice não estimular empresas a tomar medidas concretas sobre as emissões.

“Investimento verde e hedge funds não são termos que muitos investidores colocariam na mesma frase”, diz Marc de Kloe, sócio da Theta Capital Management, em Amsterdã, e investidor no fundo do TCI. “No entanto, temos defendido a ideia de que os hedge funds são, de alguma maneira, mais adequados para implementar políticas verdes fortes, devido à sua natureza irrestrita e capacidade de implantar táticas ativistas.”

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